Um par de horas passaram-se despercebidas, tanto Eda quanto Patrick mal viram a noite chegar.
Eles só se daram conta do tempo corrido quando os raios de sol já não iluminavam a mansão.__ Acho que está na minha hora. - Eda disse sem jeito, afinal, eles ainda não haviam definido um horário para o início e fim do expediente.
__ Você tem razão, o tempo passou tão rápido que nem percebemos, vejo só, já anoiteceu. - Patrick respondeu-lhe cabisbaixo.
Ele ainda não entendia o que se passava dentro dele, tão pouco o que aquele aperto no peito significava, tudo que ele sabia era que não desejava que Eda partisse.
Isso era estranho.
Aquele sentimento era estranho, era surreal, afinal, eles mal se conheciam.
Más a realidade era uma só, estar com ela lhe fazia bem e ele passou a apreciar está velha nova sensação.__ Eu vou indo então, tenho um par de ônibus para tomar até chegar em casa. - A jovem disse se levantando.
Isso não agradou Patrick nem um pouco, uma jovem tão linda quanto Eda a mercê de qualquer lunático que usa as sombras da noite para atacar, nem pensar, até a possibilidade o chateava, então ele tratou logo de impedi-la de continuar.
__ De maneira nenhuma, meu homem de confiança levará você. - Ele afirmou, más Eda não pareceu entender que isso não era discutível.
__ Não é necessário, é sério, isso já faz parte da minha rotina. Não quero incomodar você. - Ela respondeu sem jeito.
__ Senhorita, sabe o que me incomodaria de verdade? O que realmente me incomodaria seria passar a noite toda pensando em você, e não de um jeito bom, seria mais um pensamento do tipo " E se ela foi sequestrada por algum psicopata no meio do caminho" Você tem certeza que quer que eu passe minha noite assim? - Patrick respondeu-lhe todo carismático.
Eda sorriu envergonhada.
"Ele gostaria de pensar em mim de outras formas? E quais seriam elas?" - A jovem se pegou pensando, uma inquietação estranha tomou conta do seu corpo, seu coração bateu mais forte pela milhonesima vez hoje.
Eda repudiava seus pensamentos, seus sentimentos, ela repudiava o foto de gostar da ideia deste homem pensando nela.Você está louca Eda Martinez. - Ela afirmava pra si mesma.
Olhe para ele, não! Ele não faria, mesmo nesta cadeira ele é de mais até para mim.
Isso é impossível" - Ele contestou seus pensamentos, para ela Patrick apenas estava querendo ser cordial.Doce inocência!
Essas coisas de romance, de amor, Eda já deixará de acreditar nisso há muito tempo.
Nem seus pais lhe amaram, um homem amaria?
Não, isso não era real, esse negócio de casal apaixonado não é real, não na sua vida, voltar a crer era como voltar a acreditar que príncipes encantados existem e ela já passaram dessa época.Para ela a única coisa que existia ali eram duas pessoas diferentes, muito diferentes.
Um patrão Rico e atraente, e a empregada pobretona boba da favela.Ela não se daria ao Luxo de sonhar tão alto.
__ É, tudo bem. Eu aceito a carona. - Ela respondeu louca para sair dali de uma vez.
Isso ai, seus pensamentos e sentimentos, tudo aquilo estava confuso e indo longe de mais.Imediatamente ela decidiu que isso tinha que acabar, que ela precisava ficar apenas no trabalho, pois era só isso que existia ali.
__ Ótimo! - Patrick respondeu-lhe vitorioso.
__ Esta será a única condição para que eu lhe deu trabalho, meu segurança lhe buscará as 9 e lhe deixará as 9. - Patrick disse firmemente.__ Pra mim está ótimo. - Eda respondeu.
Patrick sorriu novamente.
Aquele maldito sorriso complicava tudo para Eda que mais uma vez se viu fascinada naquele seus lábios.
__ Nenhum pedido, nenhuma objeção? Nada mesmo Eda? - Disse ele. __ Obviamente não serão 12 horas corridas, você terá pausas para o almoço o café da tarde e também para o jantar, você poderá se sentir a vontade aqui, ler, assistir TV, caminhar pelo jardim, o que quiser, só preciso que fica aqui até à noite caso eu preciso de você, más você pode contestar isso ou qualquer coisa que eu disse, se tiver algo que não lhe agrade me diga, sobre o horário, salário tudo mais, ok?
Eda não disse nada, não ainda.
Ela estava tipo em choque.
"Doze horas"
So então ela se deu conta do que o homem havia proposto, ela estava tão ocupada prestando atenção nos seus lábios que antes nem prestará atenção no que deveria.Serão tantas horas ao lado deste homem.
Se em um par de horas ele já mexerá com sua cabeça desta forma, como ela suportaria doze horas todos os dias?Eda temia perder toda sua sanidade dentro dessa mansão já que uma pequena porcentagem já tinha se esvaído logo no primeiro dia.
Ela pensou em recusar, em correr para longe dali e nunca mais voltar, porém Patrick ofereceu a ela uma quantia incrivelmente generosa por seus cuidados, ela não pode fazer.
Tanto ela quanto sua vozinha que já não estava bem de saúde precisavam deste dinheiro, então Eda apenas consentiu com a cabeça deixando de lado seus medos.Ela pensava que certamente o dia seguinte seria menos intenso que o de hoje, a final, o primeiro dia sempre é o mais difícil.
Coitada!
Como ela estava enganada.__ Já que acertamos tudo e você tem mesmo que ir, tenha uma boa noite Eda. - Patrick disse cordialmente.
Eda estava totalmente desestabilizada perante aquele homem, qualquer frase que saia daquela boca maravilhosa entrava em seus ouvidos causando lhe um turbilhão de emoção, dizer um "boa noite senhor" era tudo que ela poderia fazer neste momento, e foi o que ela fez.
__ Sem senhor Eda, por favor. Não me faça sentir-me como o tal velho de setenta anos.
Eda sorriu timidamente, depois de puxar todo o ar de seus pulmões, suspirar fundo, e conter suas emoções, ela conseguiu formular mais uma frase.
__ Boa noite Patrick.
A inocência e timidez de Eda cativava Patrick.
__ Ela é tão linda, tão meiga. - Ele
pensava vendo aquele sorriso tímido.Por incrível que pareça tê-la ali não o incomodava, longe disso, pode-se dizer que ele até sentia muito por ela ter que ir.
Más obviamente ele não diria isso a ela.
Patrick apenas ligou sua cadeira e acompanhou Eda até a porta.
E pela primeira vez ele se aborreceu com a agilidade de Hector, seu homem de confiança.
O rapaz estava sempre ali, sempre a postos, obviamente Patrick gostava disso, porém hoje ele almejava polo seu atraso, isso lhe daria mais tempo com essa, isso era tudo que ele queria.
Más isso era impossível!Depois de avisar a Hector sobre os tais horários que Patrick impôs para Eda ele voltou até ela.
__ Bom, está tudo certo. Agora você só precisa explicar ao Hector o caminho.
Eda sorriu para ele e agradeceu.
Ambos se despediram e Eda entrou no carro já explicando o endereço ao tal homem de confiança que iniciou trajeto até a favela.
O homem no volante certamente tinha a mesma idade do patrão, talvez alguns anos a mais, ele não era jovem nem velho, estava mais para o meio termo.
O que ele era com certeza é muito sério, o cara era um túmulo, daquele seguranças carrancudos com cara de mau, que só de olhar a gente já tem medo.
Eda não ouviu sua voz o trajeto todo e olha que era bem longo por sinal, a jovem só teve certeza que o homem não era mudo quando dois dos capangas de Théo interceptaram um carro na entrada da favela.__ Senhora, certamente as coisas ficaram feias aqui então é melhor não sair do carro ok.
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Prisioneira do destino
RomanceMesmo apaixonada por um de seus pacientes, Eda precisa tomar uma decisão precipitada quando sua vó adoece, tal decisão mudará por completo sua vida. Após tal feito, a garota ingênua e inexperiente que habitava em seu ser morrerá para sempre.