Prisioneira do destino

capitulo 8

Enquanto o clima suave de romance inundava a sala, do lado de fora da mansão a coisa era completamente diferente. 

Alí, a poucos metros de distância do casal recentemente apaixonado, estava um ator coadjuvante, um bisbilhoteiro com um único desejo...

Roubar o papel principal na vida de Eda.

Teo, que já havia feito plantão do lado de fora da mansão na manhã anterior resolveu fazer a mesma coisa, mesmo que isso signifique ter de suportar rever as mesmas cenas de ontem, sua amada aos beijos com outro, ele tinha certeza que valeria a pena, afinal, os seus planos, seus desejos e vontades, ele mesmo nunca falhou, não seria desta vez que ele falharia.

Quanto mais fotos tivesse, melhor seria para o seu plano.
Como antes, Teo seguiu o carro e parou no mesmo local, onde ali tinha uma visão privilegiada da mansão.
Ele esperou, esperou, esperou. Más nada.
__ Hoje Eda e o maldito inválido estão se divertindo lá dentro. - Ele Argumentou consigo mesmo.

A imaginação de Teo corria solta, naquele momento sua mente doentia o levava ao extremo, ao delírio.
A Eda, sua Eda, na cama com aquele homem, fazendo coisas, coisas das quais em sua mente era ele quem deveria e tinha o direito de fazer.
Ele socou o carro, um barulho estrondoso soou ali, Teo acertará o vidro que se estilhaçou em mil pedaços. 
Sua mão estava cortada, o sangue escorria por ela, um alívio.
A dor o aliviava.

Mesmo tentado a continuar ali, há conseguir todas as fotos de que precisava e rapidamente acabar com isso, após alguns problemas no morro Téo foi obrigado a abandonar seu posto paparazzi.
O que ele não sabia, era que mesmo que ele conseguisse completar seu plano e tê-la para si, o sentimento, a paixão avassaladora que nasceu dentro da jovem, ele nunca conseguiria apagar.

Os dias se passaram, vários dias com dois lados, um de um casal recentemente apaixonado, que meio ao tratamento fisioterapêutico nunca recusava trocar alguns beijos e carícias, e outro de um homem que capturava todo aquele romance para sabe se lá o que.

Patrick estava se recuperando rápido, ele trocará a cadeira por muletas em uma semanas, na outra um passo, que logo se tornou dois, três, e em pouco mais de um mês ele já conseguia andar lentamente sem elas, e tudo isso, todo esse progresso ele devia a Eda, que com seu carinho e ternura foi capaz de destravar não só o coração deste homem, más suas pernas também.

Neste momento Patrick já havia percebido como sua mente perturbada atrapalhou seu progresso, e que sim, sua última cirurgia havia sido bem sucedida, como ele duvidou por tempos.

Seus sentimentos por Eda eram tão fortes que foram capazes de apagar completamente as lembranças boas e também as dolorosas que tanto lhe perturbavam, neste momento Patrick só tinha olhos, ouvidos, todo o corpo entregue a uma única e exclusiva mulher, Eda.

Sua cabeça só pensava nela, até quando a jovem estava perto.

Eda também havia feito algum progresso, na verdade muito progresso, seus medos foram abatidos pelos carinhos gentis de Patrick, ela já não temia se relacionar, tão pouco temia passar das preliminares com um homem, sinceramente ela já adorava passar dos limites.
Sentir os prazeres que aquelas mãos maravilhosas proporcionaram nela  várias e várias vezes, já não era suficiente, ela já desejava ser completamente, de corpo e alma, toda dele.
E mesmo querendo muito, Téo não seria rápido o suficiente a ponto de impedir.
O destino deu um jeitinho, mexeu seus pauzinhos e para seu azar e sorte do casal, após ter vários problemas com a polícia federal que tentava controlar o tráfico no morro, Téo não teve tempo algum para seguir com seu plano, mesmo que ele soubesse que este tempo perdido teria efeitos bem negativos ele não podia simplesmente abandonar o morro em um momento desses, não agora que o chefe de tudo, o cabeça de todos os cabeças, o dono de toda organização, o dono das drogas, o homem que manda em todas as favelas da cidade estava voltando, o cara havia entrado tipo de férias, umas férias que duraram longos anos, e agora, justo agora ele resolveu voltar, bem quando os negócios não andavam nada bem, Téo desejava Eda mais que tudo, é claro, ele desejava completar seu plano e tê-la de uma vez e para sempre, porém ele também desejava permanecer no comando da favela e deixá-la a própria sorte não era bem o modo certo de agir, o chefe podia e iria tira-lo do comando, ele era um peixe grande, dos bem grandes, Téo nem mesmo o conhecia, ninguém o conhecia, e até mesmo Téo tinha ciência que em um confronto, logo neste momento, não seria nada bom, ele estaria em desvantagem e seria facilmente derrubado.