O Homem Encapuzado

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Draven se esgueirou pelo beiral da janela do castelo e pulou ligeiramente para uma árvore que estendia seus galhos para a varanda de um dos quartos do palácio. Depois de alguns minutos descendo a árvore, ele se viu livre para seguir seu caminho até o ringue onde lutaria com seu disfarce. Ele no fundo gostava de saber dos rumores que haviam criado acerca de seu personagem misterioso que derrubava até mesmo mais fortes e famosos da arena. Seu objetivo era o Vastaya mas ainda não tinha chegado o momento certo de desafiá-lo.

Ao virar a esquina de um beco que levava à construção onde o ringue ficava, ele se deparou com dois homens importunando uma mulher. Eles faziam propostas indecentes e puxavam-no pelo braço, enquanto ela lutava para se desvencilhar deles. Draven sentiu o sangue ferver e puxou uma pedra que estava ao chão e arremessou-a na cabeça de um dos homens. Quando seu comparsa caiu no chão visivelmente morto, o outro homem se virou e o horror tomou seu rosto a ponto dele sair correndo tropeçando e caindo, depois se levantando todo torto e cada correndo cada vez para mais longe. A mulher também se virou para Draven com um olhar assustado, porém, tinha lágrimas em seus olhos e gratidão. Ele cuspiu no chão ao fitar o horizonte por onde o outro homem fugido já havia, e apenas passou por ela sem olhá-la. Sua intenção era matar o outro, porém ele não poderia sacar seu machado e arremessa-lo sem acabar revelando sua identidade, então limitou-se a seguir seu caminho até o local das lutas.

Quando chegou no ringue a casa estava lotada. No centro da arena os lutadores se enfrentarvam, e Draven se inscreveu em como fez da última, porém quando chegou sua vez de lutar, que ele entrou no ringue, ele encarou a Vastaya para se certificar que o dono do ringue assistiria suas lutas e se deparou com a musicista de cabelos azuis ao lado dele assistindo a tudo com olhos curiosos e um pouco impressionados com o espetáculo. Ele sentiu um leve desapontamento em seu peito e ficou confuso diante do sentimento, afinal não fez sentido para ele se sentir assim. Porém após derrubar três lutadores, com seu sangue fervendo, ele percebeu que ele queria que ela estivesse ao seu lado, torcendo por ele, aplaudindo a força de seu corpo sobrepondo-se poderosamente sobre homens visivelmente maiores e mais fortes. Ele queria o olhar dela sobre ele.

Ele desejava a musicista com cada célula do seu corpo, e para cada homem que ele derrubava ao chão, ele a encarava para ver ela o enxergava para além daquela máscara, porém a expressão dela era uma grande incógnita. Ela de fato o observava, porém sua identidade oculta não fazia seus olhos reconhecerem que era ele, Draven, ali. Foi então que ele tomou o primeiro soco desde que começou a frequentar a arena, e com isso o plateia foi à loucura. Sona levou as mãos ao peito e mordeu os lábios de preocupação. Ela se importava, percebeu ele sorrindo enquanto sua boca sangrava por entre a máscara.

Era tudo o que ele precisava.

Ele então avançou sobre o homem que lhe havia desferido o soco e o matou sem muita dificuldade com um golpe no pescoço, e todos no ringue pareciam extasiados. O dono do ringue sorria enquanto aplaudia o campeão e incentivava a plateia apostarem cada vez mais no mascarado. Draven olhou mais uma vez para Sona enquanto erguia os braços comemorando mais uma vitória. Ela o aplaudia com um sorriso que fez toda a vida dele fazer sentido.

Quando voltou para casa naquela noite, ele quase não conseguiu dormir de tanto que pensava nela.


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"Você ouviu que o mascarado matou um homem ontem no ringue?" Comentou um soldado baixinho com o outro atrás da porta do escritório de Draven. Ele estava concentrado nos papéis à sua frente desmembrando o código que Swain tinha enviado sobre as estratégias de guerra, analisando os relatórios das tropas que ficavam nas fronteiras com Ionia, além de outros papéis de denúncias variadas e foi a primeira vez que sorriu naquele dia.

As Crônicas de Sangue e SomOnde histórias criam vida. Descubra agora