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― Reserva no nome de Sasuke Uchiha. ― disse para o recepcionista da charmosa pousadinha, que tinha aparecido para mim no feed do Instagram após eu ter feito uma pesquisa sobre as praias perto de Konoha. 
Eu queria desacelerar na minha última semana de férias, antes de voltar com tudo para H&H, e essa pousadinha apareceu para mim na hora certa. Eu tinha comprado um apartamento, mas a reforma atrasou, eu já tinha entregado o antigo, ou seja, estava desalojado e provavelmente teria que passar minha última semana de férias num hotel, então, por que não numa praia?
Não foi difícil fazer a reserva, já que era início da semana, mais precisamente segunda feira. Eu ficaria hospedado até a quinta e o fim de semana seria para organizar o novo apartamento antes de voltar ao trabalho.
A mala já estava cheia de roupas, então foi só encher o tanque do carro,  e pegar a estrada, e às duas em ponto eu estava fazendo meu check-in na Pousada Akasuna.
― Suíte pra um, certo? Com cama de casal? ― perguntou o recepcionista de nome Nagato, segundo o crachá pendurado em seu pescoço, ao verificar a reserva na tela do computador.
― Exatamente. ― respondi sorrindo, pois ele era bonitinho, mas eu não estava ali para me envolver com ninguém. Esse jogo da conquista pode ser muito cansativo, e eu queria relaxar.
― Por favor, preenche esse formulário, e assine no “x”. ― Quando ele esticou a mão, pude ver a aliança em seu dedo.
Perfeito! Assim eu não cairia em tentação! Não curto pessoas comprometidas! Fiz como ele pediu, depois ele me entregou o cartão de acesso ao quarto, voucher para passeios e me indicou o caminho para o quarto.
― Segue por esse corredor, sua suíte é a cento e quatro, de frente para o mar. O café da manhã é das seis às dez. O room service funciona 24 horas, senha do wi-fi é seu nome e sobrenome, tudo junto, já está cadastrado. Qualquer coisa que precisar eu me chamo Nagato.
― Muito obrigado! ― Acenei e saí arrastando minha mala, que não era grande, apenas o essencial: shorts e camisetas! O quarto era pequeno, mas aconchegante. Mas a vista... era qualquer coisa de louco, e eu precisava dar um mergulho no mar para repor todas minhas energias e ainda criar um estoque delas, pois eu sabia que em uma semana minha vida estaria a mil por hora.
Então larguei minha mala em cima da cama, vesti um sungão, calcei meus chinelos, peguei meu livro e fui aproveitar o resto do dia, que ainda estava bonito e ensolarado.
A pousadinha ficava mais afastada do agito, o som das ondas e dos pássaros podia ser ouvido a todo instante e no mar não havia ninguém, ou quase ninguém.
Na areia tinha um quiosque onde podíamos pedir uma bebida ou pegar toalhas. Deixei meus chinelos embaixo de uma espreguiçadeira, o livro em cima e fui dar um mergulho e nadar um pouco, afinal o mar não era agitado, e eu queria me exercitar antes de me alcoolizar.
Andei preguiçosamente em direção ao mar, alisando minha barriga lisinha e minha vida virou de ponta cabeça. Parei até de andar.
Eu o vi, saindo do mar como uma divindade, seu corpo dourado brilhava pelos raios de sol, seus cabelos dourados se agitaram ao ar quando ele balançou a cabeça de um lado ao outro, fazendo os respingos de água parecerem diamantes voadores; seus ombros largos eram como a porta do paraíso, seu abdômen, cheio de quadrados deliciosos perfeitos que só a mãe natureza é capaz de desenhar; sua sunga branca... como descrever a transparência daquele tecido?
Tão perfeito, marcado, grande, rosado, minha boca salivando, meu queixo caído, pasmo, olhos grudados naquela sunga branca e aquele par de coxas torneadas se aproximando de mim como um filme em câmera lenta...
Apollo, ele era a incorporação de Apollo, eu não tinha dúvidas!!!
― Vai pingar a baba... ― Ele colocou a mão no meu queixo e fechou minha boca quando passou por mim, me atropelando com sua beleza de quase dois metros de altura. Foi então que eu despertei, o suficiente para me sentir o cara mais idiota do planeta.
Olhei para trás para ter certeza de que aquele homem era real e não fruto da minha mente pervertida e do meu corpo carente de uma boa foda. Ele sorriu e piscou para mim.
Esqueci até o que eu estava indo fazer. Desisti do banho de mar, pedi uma caipirinha no bar e me deitei de bruços na espreguiçadeira, sob a sombra de um coqueiro e resolvi que ler um livro seria uma boa maneira de não pensar na cena ridícula que tinha acabado de acontecer: eu paralisado pela beleza incomum de um... Kami!
Quando a noite cobriu o céu, a fome apertou. Pensei em pedir um jantarzinho leve no quarto, terminar o livro, dormir cedo, passar a noite sonhando com... ele? Porra, eu precisava de distração! Vesti uma camisa preta, bermuda jeans também preta, chinelos de couro, perfume amadeirado, chave do carro em mãos, e fui pedir ao Nagato, o cara da recepção, a indicação de um bom lugar para comer e curtir a noite.
― Oi! ― Apoiei as mãos no balcão com força, chamando sua atenção quando a chave do carro tilintou no granito.
― Oi, boa noite! ― Nagato tinha um sorriso fofo.
― Você tá de carro? ― Ele parou ao meu lado, camisa regata branca, bermuda jeans desfiada na altura dos joelhos, sandálias havaianas...
Sim, eu o olhei da cabeça aos pés. Parei de respirar porque seu perfume vetiver entrou nas minhas narinas e eu quis aprisioná-lo dentro de mim. Abri a boca, mas lembrei de fechar rapidamente para não parecer que estava babando por aquele espécime raro de homem novamente, mesmo que eu estivesse.
― Hãa... éee... O quê?
― Carro! ― Ele pegou a chave em cima do balcão e balançou na altura dos meus olhos.
― Você tá de carro?
― Ah, sim! ― Sorri sem jeito. Meu pescoço e rosto pegando fogo.
 ― Eu tô de carro sim.
 ― Tá indo pra onde? Desculpa perguntar, é que eu resolvi dar um cochilo depois da praia e acabei perdendo a hora e minha carona.
Além de lindo, o desgraçado tinha covinhas! Kami! Eu realmente estava precisando foder, porque meu pau traidor deu um pinote dentro da cueca quando minha bunda apertou. E se fosse para foder com Apollo dos infernos, eu estava cem por cento disposto!
― Na verdade, eu vim pedir uma sugestão pro Nagato, mas se você tiver um lugar pra indicar... estou à disposição.
― Qualquer coisa mesmo!
Comecei a assumir uma postura mais arrojada, entrando na jogada, demonstrando com gestos e palavras que eu estava disponível. E vamos direto ao ponto.
― Você gosta de comida tailandesa? Conheço um restaurante mais intimista que fica na beira da praia.
― Ótima pedida! ― Sorri e mordi o lábio inferior.
― A propósito, sou Sasuke. ― Estiquei a mão.
― Sou Naru. ― Ele apertou minha mão com firmeza, mas pude sentir seu dedão alisando de leve as costas da minha mão.

Sonhos...Onde histórias criam vida. Descubra agora