Prólogo

2.7K 219 21
                                    

29 de agosto de 2019:

A chuva caia fortemente lá fora, como se já estivesse previsto o que iria acontecer hoje, parecia que ela já sabia que hoje seria o meu último dia de vida nessa Terra.

Trovões e relâmpagos faziam o chão tremer, e eu corria com uma prancheta em mãos.

Porém, já tinha dois dias que não dormia e meu corpo já estava gritando para ter um descanso. Mas como posso fazer isso quando estava de plantão e não parava de chegar pessoas, devido a um grave acidente?

Já tinha escutado meu nome sendo chamado duas vezes e tentava de todos os modos correr o mais rápido possível. Tinha uma emergência e o estado do paciente era crítico.

Ele havia sido entubado, mas seus rins estavam paralisados, aquilo tudo indicava a morte prematura do pa...

Minhas pernas falharam e caio sendo socorrido por um interno.

_ Tereza! - Apertou meu braço. _ Você está bem? - Sua voz sumia em certas palavras, mas meus olhos começaram a se fechar por pura vontade. _ Quantos dias você não come?

Era uma boa pergunta e infelizmente não sabia a resposta, apenas sentia que minhas forças estavam indo embora em uma velocidade alarmante.

_ Três? - Me apoio nele. _ Tenho que ir. - Pego a prancheta do chão e quando me levantei, seus dedos rasparam no meu nariz.

_ Você está sangrando. - Olhava para os seus dedos.

Olho para o meu jaleco e tinha algumas gotas de sangue, me fazendo ficar alarmada. Coloco a mão no meu nariz e sinto algo melado em meus dedos, me fazendo ter uma pequena vertigem ao tentar andar até uma cadeira.

_ Tereza!

Fico atordoada por alguns segundos e me vejo sendo levantada pelo homem, nem mesmo tinha percebido que havia caído no chão mais uma vez.

Sentou-me em uma maca e me fez deitar nela, os movimentos da luz me diziam que a maca estava em movimento e provavelmente estava sendo levada para alguma sala.

Meus ouvidos captavam alguma conversa, mas não entendia o que eles estavam falando. Mas eu sabia que ele pedia para que ficasse acordada, que reagisse, mas meus olhos estavam pesados, parecia que tudo me induzia a fechá-los.

_ Você não pode deixar que o cansaço te vença. - Se era apenas um cansaço, então por que não poderia dormir? O que realmente tinha? Meus olhos acabaram se fechando e a última coisa que escuto é meu nome.

Todos os médicos e enfermeiros tentaram de tudo para trazer Tereza de volta, mas não conseguiram.

Tereza, 29 anos, médica geral e amiga de todos. Morreu por cansaço e hemorragia interna. Algo que a maioria de seus amigos não entendiam como havia acontecido.

Nenhum parente foi visitá-la, já que ela não tinha parentes vivos próximos. O enterro foi rápido e algumas flores podiam ser vistas perto da lápide, mas apenas naquele dia que teve flores. Já que nos anos seguintes, nem mesmo uma erva daninha emergiu da terra.

Mas a nossa protagonista não foi para o céu que quase todos os trouxas tinham a certeza de que iriam. Ela foi para um mundo que ela sempre teve a curiosidade de ir.

E quando ela foi, é aí que começamos a nossa história. 

Total de palavras: 534.
Revisado: 16/07/23.

Savior ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora