Capitulo um

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Quando eu tinha cinco anos, meus pais morreram em um acidente de carro e desde desse dia passei a pensar em como iria morrer. Até mesmo desejei que eu estivesse naquele carro para não causar tanta confusão para a minha avó materna.

Pessoas vieram e quiseram me levar para um orfanato, mas a minha vó, Margareth, lutou contra eles na justiça.
Vovó lutou por mim durante nove meses e no final, fiquei com ela.

Ela me levava para escola, me ensinava os deveres e até mesmo contava histórias antes de dormir.

E desde que isso começou a mexer comigo, comecei a pensar que quando fosse adulta, deveria dar uma vida melhor para ela. Por isso que quando me formei na escola, escolhi medicina.

Vovó me ajudou a pagar faculdade e devido à isso, consegui, depois de algum tempo, o dinheiro necessário para dar uma vida digna para ela.

Infelizmente ela morreu quando completei vinte e cinco anos. Aquele foi o pior dia da minha vida. Parecia que um pedaço do meu peito tinha se ido.

E por quatro anos fiquei sozinha na minha vida, sem cachorro, gato ou qualquer parente próximo a mim. Apenas fiquei sozinha, trabalhando em um hospital, doando meu tempo para que não me sentisse sozinha. Para que não me sentisse vazia.

Quando tinha folga, os meus amigos eram personagens de livros e de fanfic. Personagens que eram rotulados ruins, como, por exemplo, Voldemort.

Amava esses tipos de personagens, porque me via neles. Claro, nunca matei ninguém, não propositalmente, mas eles faziam meu corpo virar uma caixa de ansiedade, ansiando que eles conseguissem o que queriam.

Um dos motivos que meu passatempo preferido era inventar histórias com os vilões, dando a eles o que sempre quiseram. Mas isso acabou quando morri.

Como morri? Não sei, mas eu sabia que morri. Como? Isso é simples, estava sendo observada por três pessoas e não conseguia falar, isso indicava que eu tinha virado um bebê.

_ Ela é bastante gordinha para uma recém-nascida. - Era uma senhora, mas não tinha rugas em seu rosto.

Apenas tinha algumas mechas brancas em seus cabelos ondulados escuros, mas isso não a impedia de continuar bonita com seus olhos cinzentos.

_ O medibruxo falou o mesmo. - Outra mulher, totalmente diferente da senhora, cutucou minha bochecha. Fazendo que seu cabelo loiro me desse uma leve irritação no nariz.

Para não aparentar irritação, pego seu dedo em minha bochecha e tento apertar com a minha força de bebê.

_ Acho que ela gostou de mim.

_ Como não gostaria? - Perguntou um homem de olhos cinza, talvez fosse o filho da senhora. _ Você é a mãe dela.

_ Como vai, Tenésia? - Sorriu a mulher e fiquei curiosa pelo nome, não era um nome comum na Inglaterra. _ Mamãe te ama muito. - Continuou sorrindo. _ E esse ao meu lado é seu papai, um papai muito babão.

_ Não me apresente assim, Carina. - Pegou a minha outra mãozinha. _ Prazer, Tésia, sou seu pai e te darei muito amor e carinho. - Mordi seu dedo.

_ Vocês parecem dois pais corujas, por Merlim, nem para apresentar a vó, vocês podem apresentar. - Pegou no ombro de Carina e a distanciou. _ Prazer, querida, me chamo Agatha e seremos boas amigas. - Era fofa e tive que sorrir para ela, ela me lembrava a minha vó. _ Ah, ela sorriu! - Quase chorou.

_ Espero que você não invente de fazê-la ir para as trevas. - Ele a olhou.

_ Ela tem a aura de uma pessoa das trevas. - Eles a olharam. _ Não me olhem assim, ela ainda é uma criança, não sabe que nasceu uma bruxa...

Savior ~Tom Riddle~Onde histórias criam vida. Descubra agora