Capítulo 27

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Madelaine Petsch p.o.v

Pois é, Vanessa é muito boa no esconde-esconde. Eu a procurei por todos os lugares possíveis, mas não a encontrei. Eu peguei vários casos e até fui de penetra em alguns, mas nada dela. Óbvio que ela está fugindo de mim, eu fui uma babaca.

No fim do dia, quando eu achei que tudo estivesse perdido, uma luz se ascendeu naquela delegacia. Vanessa estava sentada em sua mesa, conversando com Camila. Ela sorria, então devia estar bem.

Fui me aproximando e ela me olhou. Seu sorriso morreu no mesmo instante. Camila notou a mudança repentina de humor dela e olhou para trás, me vendo. Ela sorriu um pouco sem-graça e levantou, me dando espaço para conversar com ela.

Eu me sentei na cadeira em sua frente e ela levantou, me deixando sozinha. Decidi dar um tempo a ela e fui até a sala de Lili, encontrando ela analisando alguns copos e chaves. Sentei lá com ela e fiquei encarando os frascos que ela analisava, vendo cada detalhe ali.

- O que aconteceu?

- Problemas. Muitos problemas.

- Quer compartilhar?

- Minha mãe está na cidade e trouxe seu bando junto com ela, para me afrontar com o lance com Vanessa, quer dizer... antigo lance.

- Antigo lance? Que merda você fez, Mads?

- Como sabe que fui eu?

- Porque a Vanessa te olha como uma boba apaixonada, eu sei que ela não faria nada que fosse te magoar. Mas você tem suas inseguranças, então pode ter pisado na bola.

- Acertou, eu pisei feio na bola.- contei de uma vez- Eu disse que ela era apenas uma grande amiga na frente dos meus pais e ela ficou irritada.

- É, foi uma coisa ruim.

- É, mas ontem ela disse que estava apaixonada por mim.- Lili me olhou com os olhos arregalados- E eu disse o mesmo...

- Que merda, Mads.- Lili levou a mão ao rosto, parando de mexer em seu computador- Garota, com o que você estava na cabeça?

- Eu não sei, a minha mãe me deixa tensa e nervosa.- desabafei- Nós brigamos feio e eu fui embora, ainda bem que ela não está mais aqui.

- Você já falou com ela?

- Tentei, mas ela está me ignorando.- suspirei frustrada- Eu vou dar um tempo para ela, acho que ela precisa disso.

- É, ela precisa. Tenta falar com ela até a noite, até lá dá tempo de pensar.

- Ok...- mexi em alguns vidrinhos que tinham ali- Mas eu posso ficar aqui com você? Eu não tenho nenhum caso para agora.

- Pode, fica a vontade.- ela riu e pegou um potinho com um pózinho preto- Mas me ajuda nisso aqui, assim eu termino mais rápido.

- Ok, deixa comigo.

Peguei o pó e comecei a fazer o que ela tinha mandado, que era basicamente passar o pó cuidadosamente nos objetos que tinham ali. 

{...}

Já estava tarde e eu já tinha terminado faz um tempo o meu trabalho, então eu estava apenas matando tempo. Vi que Vanessa estava na mesma situação que eu, então eu pensei em ir até ela e finalmente conversar.

Ela teve o dia inteiro para pensar, então acho que já deu para colocar as ideias nos seus devidos lugares. Me levantei e fui até ela, puxando uma cadeira vazia que tinha ali e sentando na sua frente.

- Podemos conversar agora?

- Eu não quero conversar. Nem agora e nem com você.- ela falou sem me olhar nos olhos.

- Eu sei que eu fui uma idiota com você, Vanessa, mas eu não ia conseguir falar aquilo ali para a minha família.

- Eu já disse que não quero conversar agora. Licença.

Vanessa simplesmente levantou e saiu, indo para qualquer direção. Eu não queria esperar mais, tudo isso estava sendo uma tortura. Levantei e fui atrás dela. Quando Vanessa percebeu que eu a seguia, ela mudou a direção e entrou no banheiro masculino, lugar onde ela sabe que eu não posso entrar.

Eu simplesmente fiquei parada na porta, esperando que ela saísse. Em um momento eu simplesmente cansei e taquei o foda-se, entrando ali. Não tinha ninguém, apenas Vanessa, que estava em uma das cabines, então está tudo perfeito.

- Vanessa, eu realmente preciso falar com você.

- Aqui é o banheiro masculino, você não pode entrar!- ela gritou de dentro da cabine.

- Você tecnicamente também não poderia estar aqui, mas está.- respondi firme- Você não quer falar, mas pode ouvir pelo menos?- silêncio- Você está fazendo cocô?

Ela abriu a cabine e me olhou furiosa, revirando os olhos e indo até a pia.

- Não, eu só não gosto de fazer xixi nesse lugar aberto.- ela falou seca. Eu estava com um olhar triste e a encarava pelo espelho- Fala logo o que você quer.

- Eu quero te pedir desculpas pelo que eu fiz, mas eu já contei para meus pais que estamos ficando. Ao menos estávamos...- ela não disse nada, apenas ouvia tudo- Eu fui uma idiota com você, ainda mais depois do que dissemos ontem.

- Aquilo foi uma bobeira, não teve importância.- Vanessa resmungou.

- Claro que teve, Nessa. Eu sei que você está chateada demais agora, mas eu realmente disse aquilo de coração. Eu realmente estou apaixonada por você.

Eu fui totalmente sincera, sentindo um grande alívio no peito ao dizer aquilo em voz alta. Vanessa parou de lavar às mãos e se virou, finalmente me olhando nos olhos corretamente. 

- Eu gosto muito de você e realmente gostei do que tivemos, não queria jogar tudo isso fora assim.- sorri um pouco triste- Enfim, eu só queria te dizer isso. Me desculpa de novo.

Ela ficou apenas me encarando, sem dizer nada. Eu assenti e saí do banheiro, dando uma última olhada para ela. Eu sei que ela queria me dizer alguma coisa e voltar ao normal, mas às vezes todos precisamos desses choques de realidade e eu estou tendo o meu.

Assim que eu saí do banheiro, recebi uma mensagem e peguei meu celular para checá-la. 

Roberto: Olá Madelaine! Eu preciso de ajuda com umas caixas do caso do museu. Pode vir até o estacionamento? 

Eu: Claro, estou indo!

Respondi rapidamente e fui ao estacionamento. Vi de longe Roberto em sua típica vaga de estacionamento, ele sempre deixa o carro nela. Ele tinha umas quatro caixas dentro da mala e duas em mãos.

- Finalmente uma alma boa para me ajudar!- ele riu, colocando as caixas no chão.

- Nenhum agente passou por aqui?

- Nenhum. A maioria já deve ter ido para casa.

- Verdade, já está um pouco tarde.- olhei na mala e peguei uma das caixas, mas estava leve demais, parecia que não tinha nada ali- Aqui estão todos os formulários do caso? Isso está bem leve.

- Estão sim, me entregaram isso a uns dez minutos.

Coloquei a caixa de novo na mala e a abri, mas estava vazia. Não tinha nada lá dentro, nada mesmo. 

- Mas senhor, aqui não tem na...

Nem tive como completar a frase, senti algo forte batendo na minha cabeça e logo depois caí direto no chão, apagando completamente.

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