Capítulo 32

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Madelaine Petsch p.o.v

Eu já perdi a conta de quantas vezes Roberto veio aqui me vigiar. Ele sempre vem e diz que não estão nem perto de me achar, tudo isso para esfregar na minha cara. Ele traz comida e água sempre, acho que ele não pretende me matar de fome ou de sede.

Eu percebi que ele colocou a chave das algemas no bolsinho que tem em sua blusa social preta. Eu só preciso pegá-la, mas como? Eu tenho uma mão solta, então eu tenho que pensar em alguma coisa que eu possa usá-la.

Minha cabeça está doendo um pouco, já faz um dia que ele não trocou esse curativo. Levando em conta que eu estou suando, sem banho e em um lugar extremamente úmido, deve estar infeccionando ou algo do tipo. Eu preciso que ele venha logo, não quero que isso vire algo pior que apenas um corte.

Vanessa Morgan p.o.v

A cafeteria é muito bonita, realmente um lugar impressionante. Não tinha nada de mais ali, nada que levasse a Madelaine. Procurei alguma atendente e vi que a moça do caixa estava livre, então eu fui até ela.

- Oi, boa noite.

- Olá senhorita, o que vai querer hoje?- ela sorriu simpática.

- Você sabe se esse homem frequenta essa cafeteria?

Mostrei a ela uma foto de Roberto. Ela pegou meu celular e o analisou bem, logo me devolveu o aparelho.

- Sim, ele é o nosso melhor cliente, acho que o melhor do dia.- ela riu.

- Como assim melhor do dia?

- Ele esteve aqui umas cinco vezes hoje e fez compras muito boas.

- Eu sou da polícia, será que eu poderia olhar as câmeras de segurança daqui?- mostrei o meu distintivo a ela, cuidando que ninguém o visse, assim não atrairia tanta atenção para mim.

- Oh... claro, venha comigo, por favor.

Eu a segui para uma parte interna da cafeteria. Por ser algo de assunto policial, tiveram que chamar o gerente, mas eu não vi problema algum nisso. Ela me levou a uma sala com um computador, onde estavam as câmeras.

- Eu vou precisar ver as últimas gravações, você lembra que horas ele veio aqui?

- A primeira vez foi por volta das 7:00 da manhã, o restante eu não lembro.

- Ok, obrigada.

Mexi um pouco e voltei as gravações, checando minuto por minuto. Por precaução eu olhei as gravações da madrugada, mas ele não esteve lá. Às 7:05 da manhã Roberto entrou e comprou uma garrafa de água e quatro donuts. Que ser humano come quatro donuts de manhã cedo?

Às 11:37 ele voltou e comprou outra garrafa de água e um pão recheado. Novamente às 15:53, comprou alguns biscoitos e mais uma garrafa de água. Às 20:00 mais uma garrafa de água e um croissant. Por fim, às 23:26 de hoje, com mais uma garrafa de água e outros dois donuts. 

Enviei as gravações para o meu celular e agradeci a elas por tudo. Pedi que mantivessem tudo em sigilo por ser assunto policial, mas que tudo tinha se passado de um engano. Elas pareceram agradecer e suspiraram aliviadas por não ser nada sério.

Na cafeteria não tinha nenhuma câmera externa, então eu tive que procurar algum lugar ali que tivesse. Em uma loja de roupas, um pouco mais a frente da cafeteria, possuía uma câmera externa, então com ela eu vou saber para qual direção Roberto foi. Fiz a mesma coisa com a dona da loja e ela me cedeu as gravações sem nenhum problema.

Após revisar tudo, vi que ele havia enrolado a esquerda na rua principal, a mesma rua que vai em direção a saída cidade. Peguei meu carro e fiz o caminho até a saída da cidade, mas não deu em lugar algum, apenas na extensa mata que tem ali perto.

- Cami, eu preciso da sua ajuda.- depois de muito insistir, decidi me render a ajuda e liguei para Camila.

- Pode falar.

- Preciso que peça a alguém da sua confiança para hackear o celular de Roberto e pegar a última localização dele.

- Você está falando sério?

- Eu preciso muito disso, é a minha única esperança.

- Porque quer que eu faça isso? Você descobriu alguma coisa?

- Sim e não, mas eu não posso falar nada agora. Me mande tudo que você descobrir por mensagem, o mais rápido que você conseguir, por favor.

Desliguei e estacionei na frente de um restaurante que eu conhecia, já que eu tinha a internet de lá e poderia esperar a mensagem ali.

Madelaine Petsch p.o.v

Ouvi um carro estacionar e depois de alguns minutos Roberto entrar ali novamente. Dessa vez ele não trouxe nada com ele, nenhuma água e nem comida. Ele deu um sorriso presunçoso quando me viu ali, totalmente sem forças e acabada.

- Como você está?

- Minha cabeça está doendo muito, acho que precisa trocar o curativo.

- Ah, claro, eu tinha esquecido disso.- ele pegou o kit de primeiros socorros e se aproximou de mim- Eu tenho que falar com você Madelaine, uma proposta bem irrecusável.

- Pode falar.

Ele tirou o curativo antigo e eu senti um alívio enorme, como se meu machucado estivesse apenas precisando respirar. Ele passou uma água, caiu um pouco no meu olho, mas não doeu já que era soro fisiológico.

- Seus pais pretendem dar uma recompensa bem grande para quem te achar, bem a moda antiga, não acha?- ele sorriu amarelo e continuou fazendo o curativo- Eu pensei em pegar a grana e fugir, eu não estou muito afim de sujar minhas mãos com o seu sangue, sabe?

- Claro, eu super entendo.- falei irônica.

- Mas isso são apenas ideias, nada concreto.- ele finalizou o curativo, colocando outro band-aid- Por isso, eu preciso que passe mais tempo aqui na minha casa.

- Roberto, minha cabeça, ai!- comecei uma falsa encenação, me contorcendo inteira.

- Espere, eu devo ter colocado essa merda errada.

Ele se aproximou de novo, se ajoelhando na minha frente. Eu segurei em sua cabeça com o máximo de força que eu consegui e o empurrei, fazendo ele bater com a cabeça na barra de concreto que eu estava escorada.

Ele foi bem rápido, tirou minha mão e me acertou um soco no rosto. Levei minha mão até o meu nariz, vendo que ele sangrava bastante. Roberto apertou o meu pescoço e me olhou com muita raiva, muita mesmo.

- Sua idiota!- ele acertou um soco na minha barriga, me fazendo tossir para tentar recuperar o ar- Por conta dessa sua gracinha, vai ficar bem restrita.- ele prendeu minha mão livre novamente na algema, me deixando totalmente presa- Te vejo amanhã de manhã.

Assim que ele saiu, eu abri minha mão e sorri ao ver que a pequena chave estava ali. Com muito trabalho consegui tirar as algemas das mãos, me sentindo um pouco mais livre. Tirei rápido as algemas das minhas pernas, podendo finalmente mexê-las novamente. 

Levantei com muito cuidado, afinal, eu acabei de levar um soco forte na barriga e um soco no rosto, por sorte meu nariz não quebrou. Vi um celular em cima da mesinha e corri para pegá-lo. Demorou um pouco para ligar, mas assim que ligou, eu fui direto para os contatos.

Nenhum contato exigente.

Certeza que ele tirou o chip e jogou fora. Eu sei alguns números decorados, mas do que adiantaria se não tem chip algum ali? Um pouco de sangue pingou no chão, com certeza estava saindo do meu nariz. Limpei mais uma vez com as costas da mão e decidi sair daqui para procurar algum telefone público ou algo do tipo.

O lugar que eu estou é uma floresta sem começou ou fim. Roberto me deixou em uma casa no meio do nada, um ótimo lugar para esconder alguém que você sequestrou. Ouvi um barulho de carro se aproximando, então apenas corri para dentro da mata, sem saber ao certo onde isso daria.

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