Capítulo 43

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Michele Petsch p.o.v

Eu estou prestes a enlouquecer com esse julgamento de Madelaine. Ela me pediu que eu não fosse até Houston, que eu fosse apenas no último dia. Eu acatei seu pedido, não queria deixá-la mais irritada ou com coisas demais na cabeça.

Eu sabia que estava literalmente ganho, mas não podemos contar vitória antes da hora. As provas estavam ótimas para a gente, o que me deixou extremamente feliz. Eu estava a par de tudo, Vanessa me mandava mensagens todos os dias me atualizando.

Não posso dizer que amo Vanessa e que adoro ela, mas estamos convivendo. Ela faz muito bem para Madelaine, então aceitei de uma vez esse namoro e me contentei com isso.

Segundo ela, Cole ainda estava foragido. Ele sumiu e até agora não tinham achado pistas dele. Eu contratei os meus detetives particulares, coloquei todos para procurarem Cole, mas eles também não estavam conseguindo nada.

- Shaun, vamos para Houston amanhã, ok?

- Tá bom mãe.

Eu notei Shaun meio desanimado esses dias. Pensei que fosse por conta de Madelaine, mas não era. Ele não saía mais para correr, ficava o dia inteiro trancado no quarto jogando vídeo game. Decidi ativar o meu lado amoroso e entrei em seu quarto.

- O que está acontecendo, querido?

- Nada mãe, porque?

- Estou te achando um pouco para baixo esses dias.- me sentei no puff ao lado dele- Pode me contar o que houve, meu amor. 

- Eu não sei se a senhora vai entender, mãe.- ele falou triste, sem tirar os olhos do game.

- Se você me contar, eu posso tentar entender.

Vi ele morrer propositalmente no jogo e deixar o controle de lado, se virando para mim. Ele pensou um pouco e decidiu contar.

- Mãe, não surta, tá?- pior coisa para se falar no início da conversa, já começo a surtar- Mas, eu acho que... e-eu gosto de garo-rotos.

- Garotos?

Perguntei um pouco preocupada e chocada. Eu não sei se ele sempre gostou, mas talvez as coisas tenham mudado com Madelaine, por ela ter se assumido e tals. Ela me pegou de jeito, tenho que admitir, nunca pensei que ela gostasse de garotas.

- Eu gosto de garotas e de garotos, não consigo decidir, mas sinto o mesmo pelos dois.- ele me explicou. Até que não é tão mal.

- Quando você descobriu isso?

- Semana passada.- ele disse- Eu fui em uma festa e acabei beijando um cara, foi bom. Eu sempre tive minhas dúvidas, só precisava ter certeza.

- Está tudo bem, filho. Não importa de quem você gosta, toda forma de amor é válida, né?- repeti a frase que ele me disse pouco depois de Madelaine se assumir.

- Obrigado por me entender. Eu estava quase surtando.- ele soltou, parecendo realmente aliviado.

- Não foi nada, meu amor. Pode sempre me contar o que quiser, eu vou sempre procurar te entender.- passei a mão por seu cabelo de forma carinhosa- Agora eu vou indo, tenho que fazer minhas malas.

Saí do quarto dele e fui para o meu, para arrumar minhas coisas. Assim que eu cheguei no quarto, meu celular toca. Vejo que era Ralph, um dos meus detetives particulares, que estava me ligando. Atendi imediatamente.

- Oi Ralph.

- Senhora Petsch, tenho novidades.- ele disse- Sabemos onde Cole está.

Meu coração acelerou, com um ar de esperança.

- Chamem a polícia e passem o endereço para eles.- disse adiantada- Me passe o endereço por mensagem o mais rápido possível. 

Assim que eu desliguei, chegou a mensagem com o endereço de Cole. Peguei as chaves do meu carro e fui para o local marcado. Não sei se eu chegaria antes da polícia, mas eu tinha que falar com aquele maldito antes que ele fuja.

Ele morava em um conjunto de trailers, parecia um lugar abandonado. Bati no trailer número 12 e esperei que ele atendesse. A porta foi destrancada e aberta por ele, que arregalou os olhos assim que me viu.

- Oi Cole, eu posso falar com você?- perguntei educadamente.

- Desculpa, acho que você me confundiu com alguém. Meu nome é Edward, prazer.- ele estendeu a mão educadamente, tentando manter a mentira.

- Não minta para mim, menino.- entrei no trailer, sem esperar que ele me desse permissão- Preciso falar com você sobre a minha filha.

- Já disse que a senhora me confundiu.- dessa vez ele foi mais rude- Poderia sair da minha casa, por favor?

- Já te adianto que a polícia sabe onde você está e estão vindo para cá.- seus olhos se arregalaram mais e ele começou a ficar desesperado- Mas eu posso garantir que sua pena não seja tão grande quanto a do seu comparsa.

- Porque você me ajudaria? Eu ferrei com a sua filha.

- É, mas eu preciso mais daquele Roberto preso do que você.- falei com mágoa na voz- Vai me ajudar?

- Qual a proposta?

- Admita tudo e conte que Roberto fez tudo, preciso que conte detalhes a polícia de como ele planejou tudo e coisas que ele disse.

- Certo, mas eu tenho uma condição.- porque esse moleque sempre está sorrindo de uma maneira exibida?

- Diga-me.

- Quero ficar livre, fazendo apenas atividades voluntárias.- isso só pode ser piada- E quero que Madelaine namore comigo. Sei que você não aprova o atual relacionamento dela e eu posso ser o cara certo para ela.

Pensei um pouco em sua proposta. Eu não aceitaria que ele ficasse livre, até porque ele colaborou com esse sequestro de alguma maneira. Sou muito menos a favor de separar minha filha de Vanessa, sei que elas se gostam bastante e são felizes. Fora que esse Cole me irrita e é extremamente burro.

- Por Deus Cole, da fruta que você gosta a Madelaine chupa até o caroço.- falei de maneira séria, tentando demonstrar que aquilo seria impossível.

Ele tentava argumentar comigo e fazer acordos, mas nenhum era realmente bom. Após três minutos, os barulhos das sirenes ficara altos. Ele percebeu e ficou um pouco desesperado, me olhando assustado.

- Preciso da sua confissão e já lancei o acordo, agora você precisa dar sua resposta.- disse de uma vez- Aceita ou não?

Os carros policiais pararam na frente do trailer e bateram na porta algumas vezes. Eu sabia que eles iriam arrombar, mas eu queria a resposta dele antes.

- Tá legal, eu aceito.

Só deu tempo ele finalizar a resposta e quebraram a porta, invadindo o lugar. Os policiais se preocuparam por eu estar ali, mas os tranquilizei dizendo que nada aconteceu. 

Eu não deveria estar fazendo isso, mas eu quero Roberto preso por 70 anos se for possível, então usei as armas que estavam disponíveis. Voltei para casa destinada a defender Cole, se eles tirassem pelo menos um ano de sua condenação já estaria de bom tamanho.

Liguei para a delegacia e contei tudo, também falei outras coisas e eles aceitaram se encontrar comigo amanhã para uma reunião. 

Sorri satisfeita, finalmente tinha conseguido aquilo que eu tanto almejava.

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