ELECTRICAL ── Uma faísca de esperança.
CLAIRE TYTON SE muda de Seattle após um incidente com suas habilidades sobrenaturais. Ela e seu pai já viajaram por muitos lugares graças a acidentes peculiares envolvendo a mais nova, e a próxima parada seria...
AO ABRIR OS olhos, uma paz a invadiu. Claire usava um vestido branco colado ao corpo, porém com um tecido tão macio e confortável, que era como estar no céu. Seus cabelos castanhos escorriam por suas costas como uma cascata, a deixando com uma aparência delicada, quase a fundindo com o arredor.
Não havia chão, paredes, ou qualquer outro ser por qualquer lado que a mulher olhasse.
Ela não sabia onde estava, mas se lembrava do que havia acontecido. A dor, as lágrimas, a tristeza. Era uma memória fresca em sua mente, mas o que havia acontecido depois disso? Claire não sabia responder. Passando a mão por seu abdomen, nada sentiu. Não havia um buraco sangrando ou sequer um incômodo.
— Bem vinda, Claire. — Uma voz grave a cumprimenta por trás, fazendo-a se virar.
— Eu já vi você. Onde eu estou? Por que estou aqui? Quero voltar! — A mulher indaga, reconhecendo o homem de quando quase não conseguiu voltar do ritual.
— Está em meu templo, criança. — O homem de cabelos brancos e expressão tranquila a responde. — Você já deve ter ouvido falar sobre mim. Um homem mau um dia te disse, não foi? — Ele pergunta e Claire sente uma memória vindo com tudo.
— Gerard? Ele me disse que segundo a mitologia grega eu sou a... — A Tyton trava, arregalando os olhos e deixando o queixo cair levemente. — A última. A Princesa do Olimpo. — Ela responde e o estranho sorri minimamente.
— A última filha de Zeus. Ou descendente, se preferir. — O próprio a sugere, virando-se para ela.
— Então, eu morri? Não posso ter morrido! Preciso voltar, me leve de volta agora! — A mulher manda, já irritada com o "esquisitão de vestido."
— Acalme-se, criança. Você ainda não morreu, é como se estivesse perfeitamente equilibrada numa corda, podendo escolher para que lado vai cair. — Zeus exemplifica.
— Quais as minhas opções? — Claire pergunta.
— Você poder ficar aqui, comigo e no mundo que preferir que eu molde. Ou pode voltar, e enfrentar os desafios na Terra. — O deus dos deuses a responde. — Mas tem um preço, você bem sabe. — Ele coloca o porém.
— Se eu ficar, o que acontece? — Claire não estava de verdade cogitando a ideia, mas ainda assim precisava saber.
— Você terá paz absoluta. Sem dor, sem perigos eminentes, e morrerá no outro plano. — Zeus a explica.
— Ficando, terei paz. Mas a que custo? Perder meus amigos, meu amor, minha família? É isso que está me oferecendo? — Claire o enfrenta, mas não o mesmo não se irrita.
— Sim, criança. — O deus assente, orgulhoso da perseverança da descendente.
— E se eu voltar?
— Lhe darei o empurrão que seu corpo precisa para se curar na Terra, e então você retornará, sem lembrar desta conversa. — Zeus faz um movimento com as mãos e uma imagem congelada aparece para Claire.
Ao ver do que se tratava, uma lágrima escorreu em seu rosto. Derek permanecia ajoelhado ao seu lado na destilaria, assim como todos os outros que lá estavam, daquela mesma maneira continuaram.
— Eu quero voltar. Eu não vou ficar aqui enquanto as pessoas que mais amo sofrem, me leve de volta imediatamente. — Claire insiste, quando Zeus cria uma lança feita inteiramente de eletricidade e energia, como um raio.
— Lhe mandarei de volta, mas a única coisa que sentirá é que estará mais forte que nunca. Você carrega um legado, você é única. A Princesa do Olimpo, a última descendente do deus dos deuses. Claire Tyton, você é luz. — Zeus decreta, tocando o peito da mulher com a lança, gerando um clarão tremendo, a apagando.
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CLAIRE AGORA ESTAVA com suas roupas normais e suja de sangue quase seco. Tudo continuava igual. A destilaria, as pessoas em volta em um silêncio sepulcral e melancólico, e a garota deitada no chão empoeirado. O gosto remanescente de sangue em sua boca se fez presente, então Claire tossiu para reorganizar os sentidos, atraindo a atenção de todos que ali estavam.
Daniel desfez o punho que mantinha para se conter e segurou a cabeça da filha, a ajudando a sentar.
— O-O que aconteceu?! Você tava morta há três minutos atrás. — Derek descongela do choque, auxiliando a mulher a se levantar após insistência da mesma.
— Eu sou a última. A última descendente de Zeus, e ele me fez voltar. — Claire sopra, sorrindo levemente ao firmar as pernas.
Os adultos ficaram sem entender, mas os amigos da garota correram para abraçá-la. Allison chorava em meio a sorrisos, Scott a apertou em seus braços, assim como Stiles, logo após. Isaac a ergueu no ar quando foi em sua direção, extremamente aliviado por sua amiga estar bem. Daniel abraçou a filha com orgulho, jurando a si mesmo que nunca mais sairia do lado de sua garotinha, feliz em saber que enquanto estava longe, tantas pessoas zelaram por ela.
Após todos passarem por Claire, eles foram abraçar uns aos outros e liberar Deucalion para ir e nunca mais voltar, quando a Tyton se virou para Derek, que a olhava com os braços atrás do corpo, esperando um momento só para eles, então a mulher se aproxima, passando os braços por seu pescoço.
— Desculpe pelo susto, meu amor. — A mulher pede, com um sorriso mínimo nos lábios, sentindo as mãos do Hale passarem por sua cintura. — Ainda quer ir a um jantar comigo?
— Quero muito mais que um jantar. — Ele responde, segurando com uma mão o rosto da mulher e a puxando para um beijo rápido. — Não tenho um anel para te dar agora, mas não posso esperar nem mais um segundo pra te pedir. — Derek diz e respira fundo. — Quer namorar comigo? — Ele propõe e Claire sorri mais abertamente.
— Definitivamente sim. — Ela responde e volta a beija-lo alegremente, ignorando sua quase morte há menos de dez minutos.
— Então, o que faremos agora? — Scott pergunta para ninguém em específico.
— Vamos pra casa. Todos nós. — Claire responde, abraçada a Derek, arrancando sorrisos de todos ali.
Havia acabado. O legado de Zeus a seguiria por onde quer que ela fosse, mas seja lá o que aconteceria dali pra frente, Claire tinha sua família, sua alcateia para ajudá-la.
Ela era a luz, a faísca que reacendeu a história adormecida do deus dos deuses.
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E finalmente, chegamos ao fim dessa história.
Tô chorando? Sim, mas é de felicidade por cada um de vocês que me acompanhou até aqui.