Lin

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"Pequena Lin..."

•Shivani Paliwal.

— Oh, porque meu nome é tão importante? — meu tom sai provocador, o sorrisinho babaca do garoto está completamente desmanchado.

— Não tem porque você ficar o escondendo — ele rebate — Sabe que uma hora vou descobrir, não sabe?

Eu dou de ombros com o que escuto.

— É que ver essa sua carinha não tem preço, sabe? — brinco e Bailey nega com a cabeça, esse garoto não pode me deixar em paz?

Ontem acabei levando Joalin para minha casa, já que não sabia onde era a sua e ela estava mais perdida do que mapa em gps.

Tudo estava bem, até eu acordar hoje de manhã e ela não está mais onde dormiu, procurei por toda a casa e ela também não estava.

Fiquei preocupada, mandei mensagens, liguei, e nada, quando cheguei na escola a vi com Sabina, e apesar do seu comportamento estranho presumi que estava tudo bem.

Então resolvi sair para pensar um pouco, encontrei esse lugar, estava tudo no controle, até Bailey chegar e tirar minha paz com suas perguntas fúteis e banais.

— Tudo bem — ele levanta as mãos como se estivesse se rendendo a um assalto — Não vou mais perguntar, já estou cheio disso.

Abro um sorrisinho ao ver sua cara de perdedor, acho que ele não está acostumado a ser tratado assim pelas garotas.

— Já se rende tarde — provoco novamente e ele revira os olhos — Você pode ir embora agora? — pergunto.

— Que? Claro que não — ele arruma a jaqueta que compõe sua pose falsa de badboy — Esse lugar é meu.

Dessa vez sou eu quem reviro os olhos.

— Como você é chato — suspiro — Cheguei primeiro.

— E eu depois — ele dá de ombros, começando a me observar novamente.

Suspiro.

Bailey percorre seu olhar por cada parte de mim, como se fosse me filtrar até descobrir como me chamo, como se quisesse descobrir bem mais que apenas meu nome.

Desvio levemente minha cabeça do seu olhar, o que faz ele balançar a cabeça e sair de um transe.

Começo a sentir a mesma tensão de quando conversei com ele na festa, porém agora, mais visível.

— O que é isso? — Bailey pergunta de uma hora para outra, trazendo sua mão em minha direção.

Automáticamente a afasto, fazendo uma careta.

— Isso o que? — ergo a sobrancelha.

— Aqui — ele vem novamente com sua mão, eu a empurro mais uma vez — Garota, não vou te matar — seu tom é irônico.

— Também é piadista? — pergunto e ele sorri de lado, dando então de ombros.

— É sério — o deboche de seu tom some — Não estava com isso na festa ontem.

Bailey aproxima novamente sua mão, e dessa vez eu deixo.

Sinto minha pele estremecer quando seu toque alcança meu pescoço, como se faíscas estivessem começando a se formar bem lá no fundo.

Pressiono meus olhos, não é apenas sua voz que é penetrante, seu toque também é.

— Ai — sinto uma leve ardência quando ele pressiona minha pele — Vai me dizer o que é ou não? — pergunto baixinho.

— Parece mais um arranhão — ele trilha a pontinha do dedo por cima, como se fosse o homem mais cuidadoso do mundo — Como se alguém tivesse te machucado.

Engulo seco, eu sabia que não era uma boa ideia, mas meu irmão nunca me escuta.

— Não deve ser nada — mudo o assunto, como não vi esse arranhão aí?

— Tem certeza? Parece realmente que alguém machucou você garota sem nome— ele desvia olhar do meu pescoço e  encara meu rosto.

— Não é nada...— digo baixinho.

Coloco minha mão sob a de Bailey, na intenção de afastar seu toque, mas algo me paralisa, e eu não consigo movê-la.

Bailey ainda me encara, sustento seu olhar, porque drogas meu coração bate tão forte?

— Ontem na festa — ele começa baixinho — Eu fiquei mesmo te observando, antes de entrar e falar com você, fiquei do lado de fora, estava tão distraída que mal percebeu — ele confessa, terminando ainda mais baixo.

Abro um pequeno sorrisinho, sinto que minha pele atrevida se arrepia quando percebo que Bailey estava acariciando o ponto arranhado do meu pescoço.

Voltando então dá inércia em que eu percorria, percebo que minha mão ainda estava sob a sua.

Afasto imadiatamente o toque do garoto, seja lá o que estivesse acontecendo, foi quebrado ao meio.

É incrível como babacas conseguem ser conquistadores natos.

— Sério? Se não falasse eu nem saberia — repondo cínica e ao mesmo tempo irônica.

Bailey pisca algumas vezes, como se não estivesse em nosso mundo.

E então ri, como um bobo, eu rio junto.

[⚡]

— Ei, Joalin? — eu a alcanço no horário da saída, porém ela começa a andar ainda mais rápido.

Consigo segurar em seu pulso, fazendo com que ela pare e eu recupere o ar que perdi correndo atrás da mesma.

— Joalin, o que houve? — pergunto um pouco preocupada, acho que me importo com ela.

Consigo escutar a loira suspirar, antes de se virar e me olhar.

— Não houve nada Shiv — ela diz baixinho — Só estou com vergonha — continua ainda mais baixo, desviando seu olhar para o chão.

Provavelmente não deve se lembrar de ontem, e por ter acordado em minha casa pode estar fantasiando coisas que não aconteceram.

Aproximo um passo á frente, mesmo assim a garota não me olha, toco em seu queixo, levantando seu rosto contra vontade a faço me olhar.

— Deixa de ser boba — sorrio para acalma-la — Nada aconteceu, ok?

— Nada mesmo? — ela morde o lábio, insegura.

— Não Joalin, só te levei para minha casa porque não sabia onde você morava e nem onde Sabina estava — afasto meu toque.

— Então você cuidou de mim? — ela ergue a sobrancelha.

— Sim — dou de ombros, sem deixar de sorrir — Mas fiquei preocupada hoje cedo, não faz mais isso, tá?

— Tudo bem — ela passa a mão por sua cabeleira loira — Olha, porque não vai até minha casa e almoçamos juntas? — sugere com um sorrisinho.

Penso um pouco, acho que meu irmão não se importaria.

— Pode ser — aceito seu convite — Assim já descubro onde você mora.

— É — ela continua sorrindo — Você é legal Shiv — Joalin dá um soquinho em meu ombro.

Dou uma risada.

— Você também Lin — devolvo o soco e então ela puxa meu braço, o entrelaçando ao seu.

Começamos a andar na direção de sua casa, acho que estamos de bem porque passamos o caminho todo em um silêncio gostoso.

Enquanto minha mente vagueia pelo babaca do Bailey May.

Que garoto mais abusado.

//💜

Obsessed whit me ^•ShivleyOnde histórias criam vida. Descubra agora