2° CAPÍTULO

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Levanto a cabeça, em seguida, olho para trás na esperança de vê-lá ainda sentada, mas foi em vão, eu estava muito longe, tinha muitas pessoas atrapalhando.

- Você não deveria estar sentada aí - Após voltar para vê-la, me aproximo ao seu lado direito, ela me olha meio assustada, mas volta a olhar para frente, sem esbanjar nenhuma reação. Você?!

- O que faz aí? - pergunto após lembrar do seu rosto na sala de aula. Era a mesma garota dos cabelos curtos e ondulados, que agora estão molhados e compridos. - Me dê sua mão! - Peço-a para que possa se levantar, mas o pedido foi em vão. Ela continuou calada.

- Vamos, pegue minha mão!
- Você pode ficar doente se continuar aqui. - digo, autoritária. Continuei com minha mão estendida, e ali fiquei por um instante. Confesso que eu já estava desistindo da idéia. Ela me olha nos olhos e depois desce seus olhares para minha mão que estava estendida à sua espera, após exitar, a mesma põe sua mão sobre a minha, e ficamos em silêncio por uns segundos.

-Viu!
- Eu não mordo!- Falo quebrando o silêncio - Me dê sua outra mão!

- Eu não preciso de ajuda. - pela primeira vez escutei sua voz, era delicada, baixa, fina... Combina com ela.

- Será mesmo? - Eu falo olhando para suas mãos trêmulas. - Está chovendo muito, precisamos sair daqui - tirando meu capuz, eu me sento ao seu lado. Eu poderia tira-lá dali a força de eu quisesse, mas eu esperei o seu tempo. No momento estava apenas chuviscando, ainda sim, eram chuviscos fortes.

Ela tira o seu capuz e me encara. Seus olhos eram castanhos, suas pupilas eram visíveis, seu rosto estava rosado e molhado. Inconscientemente, eu desço até seus lábios, um bonito desenho tinha sua boca e estava meio aberta, possibilitando de visualizar seus dentes inferiores, ela usava aparelho. Levantei imediatamente saindo do transe. Dei minhas mãos para que ela possa se apoiar e virar para mim. Eu a puxei para que ela ficasse de pé. Ela não era tão alta, mas tbm não tão baixa.

- Vamos- Eu digo apoiando minha mão em suas costas e apontado para onde vamos seguir. E então seguimos.

— É daqui da cidade? — pergunto, caminhando ao seu lado. Ela acena positivamente com a cabeça. — Está pálida. Comeu algo?

— Não!
— Estou sem fome. — Ela responde direta. Não quis insistir.

— Vamos ali! —  apontando para uma praça do outro lado da rua, seguimos e logo nos sentamos no banco. A chuva tinha dado trégua, já havia vestígios de luzes do sol — Como se chama?— pergunto, retirando uma garrafa de água da mochila.

— Bonito nome, Giana —  olhei para ela, admirando alguns sinais que ela tem no rosto. Logo eu estendo minha garrafa com água para ela. — Beba!

— Obrigada! — Ela agradece dando um sorriso sutil de canto.
  Agora, com a luz do sol, eu pude reparar cada detalhe do seu rosto, não que eu não tenha reparado antes, mas agora que paramos de andar, eu pude admira-lá melhor. Eu estava completamente molhada por conta da chuva, sendo bem sincera, nós duas estamos.

— Quer conversar sobre alguma coisa?- Eu pergunto, receosa.

— Eu acho que não...—Ela dizia, pegando seu celular na mochila, eu apenas acompanho seus movimentos.

— Como preferir, Giana—Eu digo.

— Acho que preciso ir, estou atrasada — Ela diz guardando seu celular e se levantando. Eu rapidamente olho pro meu relógio e percebo que eu estava atrasada para minha consulta. Droga!
















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