"Ele quer voce, Lary!"

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Pov Laryssa

- No três... - Diz o Pablo, do lado direito da porta, enquanto eu e a Daniela estávamos no lado esquerdo.

- 1...- Ele fala, enquanto eu seguro o revólver.

- 2... E... 3 - Falamos em conjunto.

- Abre! - Eu digo.

Por algum motivo, a porta estava destrancada. Foi fácil o acesso. Mas como imaginado, para mim, nada disso é uma pura coincidência.

Era a sala, o lugar onde estávamos. A luz não era favorável a nós, não estávamos enxergando quase nada. O cheiro era de casa velha, móveis velhos...

- Droga!
- Deixei meu celular no carro. - eu digo, procurando-o em meu bolso.

- Pega o meu - Diz Daniela, me entregando seu celular.

- Obrigada! - Digo, ligando a lanterna do celular.

- Pensamentos on-

Incrível como tudo está como era antes, o sofá, a luminária, o telefone... Nada disso foi mudado pelos compradores.

- Pensamentos of-

- Nunca achei que voltaria aqui - Sussurro para mim mesma enquanto caminho sobre os móveis da sala.

- Vocês estão sentindo alguma coisa? - Pergunta o Pablo - Uma energia ruim, sei lá. - Ele completa, se inclinando para baixo.

- Eu também - Daniela fala.

Rapidamente, eu me dirijo a ele para ajudá-lo.

- Segura! - Eu digo, entregando o revólver e o celular para Daniela.

- Inspira e suspira. - Eu digo, ajudando-o a ficar em pé. - Isso. - completo.

- Você tem certeza que a Nicole tá aqui? - Ele pergunta.

- Querem voltar? - Eu pergunto.

- Vamos procurar pela casa - Ele fala.

- Vocês têm certeza? - pergunto.

- Sim!
- Vamos! - Eles concordam.

Daniela me entrega o revólver e o celular, e então seguimos pelo corredor que dava direto para os quartos principais. Eu conseguia lembrar onde ficava cada cômodo da casa.

A casa tinha um cheiro nada agradável, e estava gelada. Era sombrio. Diferente de quando morávamos aqui.

Então, eu abro silenciosamente o quarto onde tudo aconteceu, onde o meu irmão... morreu. Não tinha nada além de uma cama velha. Talvez, não sei, os compradores tivessem tirado todos os outros móveis. Mas por que os móveis da sala continuam no mesmo lugar?

- Eu não entro aí - Diz Daniela.

- Não tem nada demais aqui, vamos no outro quarto. - Eu digo, virando-me de costas. - Esse ali! - Aponto para a porta do lado, onde ficava o meu quarto.

Mesmo querendo negar a mim mesma, eu também sentia uma energia ruim. E era sufocante o ar que circulava dentro daquela casa. Foi como se eu estivesse carregando alguém em minhas costas, era um peso inexplicável.

- Alguma coisa me segurou!- Eu digo, sentindo algo envolvendo meu pescoço, apertando-me, como se quisesse me enforcar. - Segura! segura! - Digo, entregando o celular e o revólver ao Pablo.

Repentinamente, eu comecei a sentir falta de ar. Sentia meu corpo esquentar por dentro, como se tudo dentro de mim estivesse em chamas. Meus olhos se encheram de lágrimas, minhas mãos estavam trêmulas e geladas, pude senti-las quando eu tentava tirar o que estava agarrando-me. O que foi em vão, pois eu não conseguia sentir nada além das minhas mãos.

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