"Me diz, já ficou com meninos?"

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Pov Laryssa

* 2 meses depois*

Encontro-me, neste exato momento, sentada na poltrona, de frente para a cama. A Giana está dormindo entre as cobertas, e eu estou aqui admirando-a dormir. Eu poderia ficar horas olhanda-a dormir, mas não consigo parar de pensar no fato dela estar grávida. Com a chegada desse bebê, nossas vidas mudará drasticamente, como nunca antes.

Levanto-me e vou diretamente avistar a cidade diretamente das janelas do quarto. Enquanto eu olhava repetidamente cada carro que passava na rodovia, minha mente não parava nem por um instante.

Já se passaram 2 meses que não ouvimos falar do Matheus. Isso é tão preocupante, não sabemos do seu paradeiro e nem fazemos ideia do que ele está aprontando, se é que está aprontando algo. Nem a polícia consegue encontrá-lo.

Como o problema não era apenas sobre mim, eu resolvi contar tudo ao meu pai. Ele confirmou tudo que o Matheus disse. Eu queria muito escutar que tudo que o Matheus disse fosse mentira, mas... O Matheus realmente falava a verdade.

Eu exigi que ele fosse atrás do Matheus para, quem sabe, reparar todo o dano que ele mesmo causou no passado do seu próprio filho, e ele foi direto e rígido com suas palavras, deixando bem claro que não tem interesse algum em reparar seus próprios erros.

Cansada da vista dos prédios, luzes e carros, eu viro-me de volta pro quarto.
Fiquei alguns segundos parada, olhando em volta do quarto e me dando conta de que eu não sustentei a minha ideologia põe muito tempo de que nenhuma garota dormiria na minha cama. Nunca imaginaria que isso seria facilmente mudado.

Aproximo-me cautelosamente para perto da Giana, sentando-me na borda da cama, do lado ao qual ela estava virada. Deito minha mão em cima da sua que estava próxima ao seu rosto. Logo depois, levo o seu cabelo para trás da sua orelha e deslizo meus dedos sobre seu rosto.

Enquanto isso, meus olhos seguiam todo o percurso dos meus dedos até chegar em seus lábios. Giana... Eu tenho medo de algo acontecer algo com vocês por minha culpa.

Pela primeira vez, me vejo em uma situação sem saída, numa situação que eu tenho receio do que pode vir por consequências das minhas escolhas. Me desculpas por te colocar nesta situação!
Mas em que momento eu parei de ter controle sobre todas as coisas que acontecem na minha vida?"

- Não consegue dormir? - Enquanto eu olhava pro teto, escuto a Giana perguntar. Rapidamente, eu viro meu rosto para olhá-la.

- Eu acho que não. - Eu digo, sorrindo de canto levemente ao notar sua rosto marcado pelo travesseiro.

- Vem cá! - Ela me chama, abrindo o cobertor.

Deixando meus pensamentos de lado, eu entro no cobertor, ela me abraça, colocando meu braço direito em volta da sua cintura, puxando-me para mais perto.

- Por que está assim tão séria? - Ela me pergunta, alisando minha sobrancelha, logo em seguida, ela deposita sutilmente um beijinho na ponta do meu nariz. Deixei escapar um sorriso de canto.

- Por nada!
- Só tava pensando um pouco. - eu digo, sem desviar meus olhares dos seus.

- O que?
- O que estava pensando? - ela pergunta.

- Não é nada demais! - eu afirmo.

- Aham, sei. - ela dizia, segurando meu queixo, logo depois, ela distribui selinhos em meus lábios. 1...2...3...4...5...

- Tá... Chega... Tá bom... Tá... Bom!- Eu dizia entre seus beijos.

- Hum...
- Linda! - Ela disse, arrancando-me mais um beijo. Ficamos alguns instantes em silêncio, apenas nos encarando, como a primeira vez em que nos vimos. E ela... Ela me olhava sorridente.

- Já ficou com meninos? - Quando menos esperava, ela quebra o silêncio com essa pergunta perturbadora. De imediato, dei risadas, mas logo eu volto a ficar séria.

- Não, nunca. - Eu respondo.

- Não?
- Nenhum beijin? - Ela insiste.

- Não!
- Nenhum beijinho, Giana. - Digo, levantando-me da cama. - Tô indo lá pra baixo, quer alguma coisa? - Pergunto, calçando minhas sandálias.

- É impressão minha ou a minha pergunta te fez lembrar algo? - Ela pergunta, rindo.

- Quê?
- Claro que não. - Eu respondo.

- Já ficou sim, safada. - Ela dizia, sentando-se na cama.

- Giana Mello, não viaja. - Eu dizia, rindo.

- Volta aqui, Laryssa Cardoso! - Ela dizia enquanto eu abria a porta do quarto para me retirar. Logo eu fecho a porta e vou à cozinha.

Pov Giana

- Ah, que droga... Não tem sorvete de morango. - Chegando na cozinha, escuto a Lary reclamando em frente a geladeira. - Por que tem sorvete de baunilha e não tem de morango?

- Por que tem brócolis aqui?
- Quem come brócolis? - Ela dizia, segurando um brócolis em sua mãe. Laryssa... Por favor...rsrs

- Ah, eu como brócolis. - Eu digo, caminhando até ela.

- Tu não é normal! - Ela disse, rindo.
Chegando em frente a geladeira, dou de cara com o pote de sorvete de morango que ela tanto reclamava, pego-o e saio sem esboçar nenhuma reação.

- Como foi hoje com a psicóloga? - Laryssa perguntava enquanto eu pegava uma colher na gaveta. Imediatamente, eu viro-me para olhá-la enquanto abria o pote.

- Foi muito bom. Conversamos sobre nós. Inclusive, ela quer uma conversa entre nós duas. - digo, tirando um pouco do sorvete na colher.

- Na boa!
- Você sabe, não é?
- Eu não gosto desse lance de psicólogas!- Lary dizia.

- Tá legal.
- Eu só quero ajudar você a enfrentar esses traumas. - eu dizia, enquanto ela se dirigia à pia, levando consigo um vaso de água. Em seguida, ela pega um copo, coloca água e bebe.

- Eu não tenho trauma algum, tá?!
- Relaxa, hum... - Lary dizia, levando de volta o vaso d'água. Acho que não devo insistir nisso, não agora .

- E como foi hoje com o dono da galeria? - pergunto, referindo-me a proposta de um investidor que se interessou pelas suas pinturas.

- Ele pediu para que eu emprestasse alguns dos meus quadros para uma exposição fora do Brasil, e em troca eu conseguiria uma parceira para uma exposição com um pintor famoso. - Ela dizia, apoiando-se na pia. - Só preciso pensar antes. - Ela completa.

- Isso é muito bom, não é? - pergunto.

- Eu não tenho garantia de nada, foi apenas a palavra dele.
- Sem contratos, entende?- Ela pergunta, dando um sorriso de lado. Como resposta, eu aceno enquanto eu estava com a colher na boca.

- Vem cá! - Chamo-a pra vir até a mim, em seguida, eu coloco uma colher de sorvete na sua boca.

- Morango?
- Sorvete de morango? - Ela pergunta, incrédula.

- Sim, sorvete de morango. - Eu digo, entregando-lhe o pote de sorvete. - Deve prestar mais atenção no que procura. - Eu digo, dando de costas para retirar-me da cozinha.

- Não vai quer mais? - ela pergunta.

- Não!
-  E, por favor, não demora. - digo sem olhar para trás, logo retiro-me da cozinha e vou diretamente para o quarto.








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Acho que eu tô de volta...

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