" Pai, o senhor não me convenceu!"

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Pov Laryssa


**23:15h**

  Meu pai acaba de chegar em casa, e eu dou apenas 5 minutos pra ele entrar em seu escritório, ver suas coisas desorganizadas e vir direto pro meu quarto à minha procura.

   Eu olho pro relógio e percebo que já se passaram 2 minutos. Bom, nesse exato momento ele deve estar quase explodindo.

3 minutos e garanto que ele está saindo do seu escritório, indo direto subir as escadas.

4 minutos e ele deve estar quase no fim das escadas, passando pelos corredores e chegando próximo ao meu quarto.

5 minutos, e então... ele abre a porta bruscamente. Bingo!

- Como teve coragem de entrar na minha sala e mexer nas minhas coisas, Laryssa? - Meu pai entra em meu quarto, sem bater, me perguntando em um tom autoritário.

- Por que tem uma arma no seu escritório? - Eu pergunto da sacada, virada para a vista do céu, segurando um envelope em minhas mãos.

- Como conseguiu as chaves? - Ele me pergunta. Pela voz, parecia estar nervoso. Como sempre fugindo dos assuntos. Hoje não, pai. Hoje não!

- Esperava ser mais esperto, pai. - Eu digo, ironizando o lugar onde escondeu as chaves.

- De você, realmente, eu não esperava isso. - Ele fala, autoritário.

- Por que tem uma arma com uma munição a menos em sua gaveta? - Pergunto outra vez sobre a arma, virando-me para olhá-lo.

-Responde! -  Falo em tom de voz alto. Seus olhares foram direto para o envelope em minhas mãos.

- S-Segurança... Pra me pro-te-ger, filha! - Ele fala em sílabas. Nervoso, parecia.

- Eu sei quando mente, e nesse exato momento o senhor está mentindo.
- Então, me fala a verdade, agora! - Eu digo, me aproximando do mesmo.

- Nada disso estaria acontecendo se não tivesse vasculhado minhas coisas. - Ele diz, aliviando a gravata do seu pescoço, como sinônimo de sufocação.

- Deveria se preocupar com isso - Eu falo, entregando uma cópia de um documento, jogando-o contra o seu peito. Ele pega o envelope, abre-o lentamente, intercalando seus olhares em mim e no envelope.

- Olha, eu posso...- Sem deixá-lo terminar, eu interrompo-o.

- Me explica o porquê o senhor tem uma certidão de óbito em meu nome, pelo que eu sei, eu estou viva, não é? - Eu pergunto, olhando-o severamente em seus olhos, tentando controlar-me o máximo.

- E por que eu tenho várias empresas, carros, contas em bancos e sei lá o que mais em meu nome? - Eu pergunto, me aproximando um pouco mais dele.

- Eu vou explicar.
- Sente-se, por favor! - Ele diz apontando para a poltrona ao meu lado.

- Eu não quero me sentar.
- Me responde! - Eu digo, olhando-o no fundo dos olhos.

- S-se você o-olhar a data que você, supostamente, morreu... - Ele fala se afastando de mim e dando uma pausa - Vai perceber que é a mesma data que você nasceu - Ele diz, entregando-me de volta a certidão de óbito, e se afasta novamente.

Como eu não tinha reparado na data, eu olho rapidamente o documento, e realmente constava que, supostamente, eu tinha falecido dia 10 de Fevereiro de 2004, a minha data de Nascimento. Alguma coisa não bate.

- Pra que usou essa certidão de óbito? - Eu pergunto, olhando-o.

- Eu dei para sua mãe, há 17 anos atrás. - Ele fala, colocando uma de suas mãos em seu bolso. - Ela teve você, e eu menti dizendo que vc não tinha resistido, e acabou vindo a óbito. - Ele completa.

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