Pov Laryssa
**DOIS DIAS DEPOIS**
- Bom dia, Maria! - entro na cozinha, sentando-me no balcão.
- Bom dia, senhorita Laryssa!- Maria responde, sem tirar seus olhares do forno.
- Só Laryssa, por favor! - Digo repreendendo-a. - A Giana... sabe pra onde ela foi? - pergunto logo em seguida.
- Ela pediu para que eu lhe avisasse que iria encontrar os seus pais no aeroporto e que não viria para o almoço. - Responde Maria.
- Droga!
- Eu tinha esquecido completamente. - sussurro para mim mesma. Estranho, ela me disse que iríamos juntas.- O que vai comer no café da manhã? - Pergunta Maria.
- O mesmo de antes, pode ser? - Digo enquanto a olhava guardar alguns copos no armário.
- Você sempre gostou de panquecas, desde pequena. - Dizia ela, terminando de guardar os copos.
- Eu sou, oficialmente, uma pessoa viciada em panquecas! - Digo rindo junto com ela.
- Posso lhe fazer uma pergunta? - pergunto a Maria.
- Claro! - Respondo.
- Por que pediu que o seu pai me contratasse para trabalhar aqui? - pergunta Maria. Essa pergunta me pediu meio desprevenida, eu não esperava mesmo.
- Você é confiável! - Respondo.
- Jurei que fosse dizer porquê gostava das minhas panquecas. - Diz ela, logo eu e ela rirmos.
- Também, Maria. Também!
- Você não merecia ser demitida daquela forma, e muitos menos ser tratada como todos lhe tratavam. - Digo, sincera.- Era só impressão sua... - Ela fala dando uma pausa. - Eles me tratavam como uma simples emprega, pois é o que sou. - Ela fala, virando-se para a louça dos pratos.
- Não pense tão baixo assim, eles não são melhores que você. - Digo, repudiando sua fala.
- A senhora chegou a conhecer minha mãe biológica? Já ouviu falar? Sabe de alguma coisa?- Pergunto enquanto ela se virava, trazendo alguns pratos até o balcão, mas antes mesmo dela apoiar os pratos no balcão, os mesmos escorregam das suas mãos, indo ao encontro com o chão.
- Droga!
- Me desculpe! Me desculpe! - Dizia ela, se agachando.- Espera, deixa que eu ajudo.- Digo, me levantando para dar a voltar no balcão.
- Não precisa!
- Eu limpo sozinha. - Diz Maria enquanto me agacho para ajudá-la.- Eu insisto! - Digo ajudando-a a catar os cacos.
- Ai!- Ela exclama. - Droga! - Dizia ela após se ferir com um dos cacos. - Me desculpe por isso, desconte do meu salário. - ela completa.
- Maria, tá tudo bem!
- Não se preocupe, são só pratos. - Digo olhando-a segurar o seu machucado que sangrava.- Deixa isso comigo, vai cuidar desse corte. - Digo, terminando de juntar os cacos. E, então, ela se retira da cozinha, e eu termino de pegar todos os cacos do chão, logo depois, joguei-os no lixo. Estranho, justo quando perguntei sobre a minha mãe.
**10 minutos depois**
- Posso cuidar disso? - pergunto, aproximando-me com alguns materiais para curativos.
- Muito obrigada! - Ela dizia, erguendo sua mão.
- Se eu soubesse que perguntar sobre minha mãe causaria isso, eu teria evitado! - Digo, e logo rirmos da minha fala.
- A senhora a conheceu, não é? - Pergunto. - A senhora sabe como ela é... - completo.
- Seu pai pediu para que eu guardasse segredo. - Ela fala, olhando-me nos olhos. Como eu imaginei...
- Suborno? - pergunto, mas ela não responde, continua apenas olhando para sua mão.
- Todos mentem pra mim...Infelizmente, a senhora é só mais uma. - Falo enquanto finalizo o curativo. - Eu já deveria estar acostumada, mas cada vez que isso acontece, me decepciona como se fosse a primeira vez. - Completo.
- Por favor, não fale assim. - ela diz, apoiando sua mão em meu rosto, imediatamente eu afasto-a de mim. - Me desculpe, eu não podia...- ela completa.
- Está dispensada!
- Tenha um bom dia! - Digo, retirando-me da cozinha.- Laryssa...- escuto sua voz me chamar, mas apenas a ignoro e subo até o quarto. Nunca tenho papos assim com a Maria, não sei o que deu em mim.
Pov Giana
- Você, Giana, é uma vergonha pra família. - Meu pai diz em tom de voz autoritário. - Você não é mais a minha filha, tá me escutando? Vo-cê não-é-mais a minha filha! - gritava o meu pai, logo após me dar um tapa no rosto.
- Guilherme, olha o que diz... - Dizia minha mãe. - Para com isso!
- Quem mais sabe disso? - pergunta o meu pai, mas eu continuei calada.
- Quem mais sabe disso? - Ele pergunta mais uma vez, mas dessa vez ele tirou seu cinto e ergueu-o pra mim. Não faz isso, pai, por favor!
- Eu nunca imaginei que você seria capaz de fazer isso comigo, com sua família... - Ele dizia, dando uma pausa, respirando profundo.- Não vai ter esse bebê... Você não vai prosseguir com essa gravidez, tá me escutando? Não vai! - Ele completa.
- Você nem ninguém vai me impedir, pai. Ninguém! - Eu digo em voz alta, levantando minha cabeça para encará-lo. - E quer saber mais, eu não ligo pra merda do seu dinheiro, eu não ligo pra merda da sua empresa.
- Tudo que vocês fazem é me machucar. Você sempre me machucou, pai! - Eu digo, tentando segurar o meu choro. - Vocês nunca ligaram pro que eu gosto, vocês nunca tentaram me entender. Vocês são os motivos das minhas crises- Completo.
- Olha aqui, você me respeita, Giana!
- Eu sou seu pai!- Diz o meu pai autoritário, vindo pra cima de mim.- Solta ela, Guilherme! - Diz a minha mãe, tirando as mãos do meu pai do meu braço. - Não ouse encostar mais um dedo nela! - Minha mãe completa.
- Eu vou ter o meu bebê, você querendo ou não!
- Eu vou amar, eu vou dar tudo que vcs não me deram! - Eu digo, enxugando meu rosto com a manga do meu casaco.- Você é um bom homem, mas é um péssimo pai! Péssimo pai!
- E se o senhor não é mais o meu pai, nunca mais me chame de filha outra vez. - Eu digo, virando para olhar o Matheus que estava em pé do meu lado direito.- E você me magoou...,- Digo olhando diretamente para o Matheus. - Eu achei que você seria o único que não largaria minha mão, mas não... E o que dói é não saber o porquê você deixou de cuidar de mim. Mas tudo bem, eu acho que agora eu acho que encontrei alguém que gosta de mim de verdade. - Eu completo sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- E você mãe... Senhora Deise, em que momento você me perdeu? - Pergunto, engolindo meu choro e virando meu rosto para olhá-la.
- Filha, por favor... - Diz ela, olhando-me nos olhos.
- Não lembra, né?
- Talvez porquê nunca me teve. - Digo a olhando fixamente.- Isso não é verdade...- Diz ela.
- Bom...- Digo, limpando o meu rosto. - Eu acho que não tenho mais nada a fazer aqui! - completo, indo até a porta.
Eu queria escutar alguém implorar para que eu ficasse, mas todos me viram e deixaram eu sair por aquela porta. Talvez, realmente, eu tenha feito a escolha certa.
Eu quero ter esse bebê! Eu vou amar, cuidar, ensinar, educar...- Eu juro que vou cuidar de você, meu bebê! - Sussurro para mim mesma, acariciando a minha barriga enquanto caminhava até o elevador. - Você vai sentir orgulhoso de mim, eu juro! - completo.
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Me identifiquei pacas na parte: "Vc é um bom homem, mas é um péssimo pai?"
😔😢
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O Preço Do Desejo
FanfictionPoderia ter sido apenas sexo e um contrato assinado, entretanto, Laryssa Cardoso não soube administrar o preço do seu desejo e acabou sofrendo as consequências pela ambição de querer ter a Giana Mello como sua escrava sexual. Em andamento. +18