Histórias se cruzam ao acaso o tempo todo. Bom, pelo menos é assim que Bianca escreve a maioria de seus livros. Mas na vida real existem encontros notáveis, e talvez um deles se torne inesquecível para Bianca quando conhece Rafaella, uma encantadora...
Existe um fio, uma linha, na verdade, a qual eu gosto de chama-la de linha vermelha. Hoje eu e Rafaella podemos dizer que ela está cruzada.
Isso faz com que eu percorra a algo que me levará até ela, sempre na mesma direção, norte, seguindo reto, sem desvios agora. E eu mal posso esperar por isso! Porque quando nossos olhos se encontrarem, quando as nossas buscas se reunirem não importando onde seja, mostrarão o tamanho das nossas necessidades.
E então nos entregaremos.
Em volúpia do desejo da alma, numa entrega que vai muito além de prazer da carne, da boca sedenta e sequiosa, que carece de atenção.
Quero apenas poder sair desses meus doces devaneios e de encontros hipotéticos com ela. Tudo que quero é que seja real. Sonhos de alguém apaixonado, você me entende?
Não precisa ter hora ou lugar, pode ser nuna tarde qualquer, em um ponto do mapa desconhecido que ela irá que mostrar, não importa! Só os nossos corações que se entregarão ao amor saberão onde é.
Eu já sou parte de dela.
Narrador - POV
Desde os 10 anos Bianca tem mania de ler quando está atrevidamente ansiosa por algo. Durante os dois últimos dias, ela devorou 4 livros como se não fossem nada. E a medida que lia, seu corpo ia ficando mais relaxado e sua mente mais leve, mas ela sabia que no fundo aqueles efeitos eram por Rafaella. Ela reconhecia os sinais e bastava pensar naqueles olhos verdes para um arrepio tomar conta de seu corpo.
Já no aeroporto para o embarque, Bianca via todos seus pensamentos repletos por um entusiasmo tremendo, havia um turbilhão de sensações e uma descarga emocional tomara conta de seu corpo como ela jamais havia sentido antes. Estava em êxtase!
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Ao que Bianca chegou em seu destino e colocou os pés para fora daquele avião, sua euforia tornou-se ainda maior.
Ela pegou o celular e mandou uma mensagem para Rafaella avisando que já estava pisando em terras italianas, mas em troca, ela recebera diversas fotos da loira mostrando que ela já estava a esperar por Bianca no aeroporto. Aquelas imagens fizeram com que Bianca sorrisse, e isso não era nenhuma novidade quando se tratava de Rafaella. Se a escritora ao menos pensasse nela, já era o bastante para lhe causas sorrisos involuntários.
A cada passo dado, o nervosismo de Bianca se tornava maior, suas mãos suavam, mas ela não via a hora de poder abraçar e sentir Rafaella mais perto. Contudo, essa tortura estava longe de acabar.
No desembargue foi a primeira coisa que Bianca visualizou. Sua vontade era de correr para os braços da loira que parecia conversar com alguém ao lado, mas Bianca se conteve, manteve sua racionalidade sobressaída. Essa que fora perdida no momento que os olhos verdes posaram sobre os castanhos.
Bianca largou as malas ali mesmo e andou mais depressa até agarrar com força a mulher por quem estava perdidamente apaixonada. Era como se ela corresse para alcançar o sol ou o final de um arco-íris.
Era o abraço mais carinhoso e reconfortante do mundo, um abraço que provocou sorrisos, gargalhadas e lágrimas ao mesmo tempo. Os dois corações agradeceram por estar apoiados um no outro, e agora elas estavam em "casa".
- Ainda não acredito que é real. - Bianca disse.
- É mais real do que imagina. - Rafaella sussurrou ao pé de seu ouvido e segurou as mãos de Bianca em seguida, depois disso ela concluiu que os olhos dela eram ainda mais arrebatadores daquela pouca distância.
O mundo ganhava um novo significado.
- E lua? Veio com você? - A morena piscou algumas vezes saindo o transe que era olhar para Rafaella.
- Ela está em casa com meu pai, não se preocupa. Já a gente vai ver ela, agora vem comigo.
- Para onde estamos indo? - Bianca indagou outra vez.
- Você me deve um sorvete, é para onde estamos indo! - Disse a loira ao seu lado no banco de trás do carro. Elas estavam indo com um taxista conhecido da família, porque Rafaella tinha um plano para o dia inteiro com a morena.
A loira fazia questão de mostrar um pouco da cidade a Bianca, a morena que havia cochilado estava acorda agora e a cada segundo olhando pela janela no carro, ficava ainda mais encantada.
- Quer que eu te mostre meu universo romano? - Rafaella disse e ela sorriu animada.
- Eu vou adorar.
Já não estava longe da gelateria, mas também não estavam perto suficiente para que não desse de mostrar tudo a Bianca com calma.
- Sr. Sales, poderia por favor, deixar as malas da Bianca lá em casa com meu pai? Sabe que você é o melhor taxista do mundo! - Rafaella brincou após o pedido e o homem assentiu gentilmente, desejando que elas tivessem um ótimo dia, e pode apostar que teriam.
As duas saíram do carro e Bianca falou ainda sem jeito. - Oi? O que acabou de aconteceu? Meu Deus, seu pai vai achar que eu sou uma folgada. Eu deveria ficar num hotel.
- Não mesmo. Meu pai faz questão que fique la em casa. Além do mais, eu não deixaria que ficasse em um hotel, Bi. Não sabia como dizer isso a você sem parecer estar flertando. - Rafaella sonorizou um riso pelas narinas.
- Não quer mais flertar comigo? - Bianca disse ao agarrar o braço de Rafaella e juntar ao seu.
- Só não quero parecer alguém que quer só te levar pra cama. Me expressei mal, amore mio.
- Por favor, só fale comigo em Italiano! - As duas riram e se puseram a caminhar.
Era tão simples estar naquele momento, pareciam se conhecer anos a fio. Estarem juntas era natural, não exigia adaptações ou sequer existia algum desconforto.
E ao contrário de esquecer-se de tudo, Bianca lembrou. Lembrou de todas as estrelas e constelações, lembrou de Lua e de como ela estava agradecida por ter o braço daquela mulher colado ao seu.
Há casos de amor que ressignificam a vida.
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(Manip da Quezia maravilhosa)
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