perdão

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Anahí largou o que fazia e foi até onde a menina estava, sentou no chão e voltou a atenção para o álbum... Foi inevitável se emocionar... Olhando as fotos, lembrar do conto de fadas que viveram e que aquelas fotos deixaram guardado. Conhecer Alfonso na praia, sentir o amor que jamais sonhou em sentir igual à primeira vista, uma paixão tão avassaladora, que a fez perder a razão e se entregar sem pudor, e sem se dar conta estar com um belo vestido de noiva, na igreja, casada com o homem que lhe fez perder a razão.

Quem em sã consciência teria a coragem de se casaria com um cara que acabara de conhecer? Mas que em apenas seis meses lhe fez sentir que o amor & a paixão de uma forma única e intensa e que o amor e a paixão existem, não apenas nos livros, novelas, como também na vida real. Ela teve essa coragem. Ignorando os apelos de sua mãe lhe dizendo que tudo aquilo era precipitado de mais e de seus amigos lhe alertando que a vida estava apenas começando, tanto para ele, quanto para ela... Mas dizem que o amor é cego, não é mesmo? E se casar com Alfonso não foi um erro. Não. Pelo contrario, cresceu muito com o casamento e se não tivesse se casado, hoje não teria Nina, sua vida não seria a mesma, com toda certeza...

Nina acabou por deixar Anahí ali vendo as fotos e foi pedir a avó que lhe desse um lanche... Lucia fez o que a neta pediu e logo depois deixou Nina em um quarto, pois logo notou que a menina estava com sono e rapidamente à mesma dormiu... Lucia seguiu para onde Anahí estava e a encontrou olhando para o álbum com o olhar distante. Sabia que a filha não estava bem, isso era visível. Se sentou ao lado dela e Anahí se quer notou sua presença...

Lucia: Não sabe o que fazer não é?

Anahí: ham... -chacoalhou a própria cabeça- o que disse mãe?

Lucia: Any, porque não volta de uma vez com o Poncho?

Anahí: não é tão fácil assim mãe!

Lucia: não? Mas ficar com ele escondido, como se fosse pecado, já que ele é seu marido, pode não é?

Silencio...

Lucia: Any, a quem você quer enganar? Ta na cara que vocês se amam! E se for pela traição, ele já mostrou o quanto está arrependido!

Anahí: -suspirou- pra mim não é fácil fingir que nada aconteceu! Não consigo esquecer! –deixou uma lagrima escorrer-

Lucia: minha filha, todos nós erramos certo? –limpou a lagrima de Anahí- Sabe nunca pensei que um dia eu te contaria essa história, mas não vejo outra solução!

Anahí: que história? –a olhou curiosa-

Lucia: acontece que a exatamente vinte e um anos seu pai me traiu!

Anahí: meu pai o que? –a olhou incrédula-

Lucia: isso mesmo que você ouviu! Você era bem pequena e como você sabe, seu pai já foi muito, mais muito bonito, e na época, quando nos casamos e você nasceu, agente era muito simples, morávamos na casa que seu pai havia herdado dos pais dele, bem você sabe que você não nasceu em berço de ouro como a Nina!

Anahí: sei...

Lucia: em fim... Quando você tinha quatro anos, seu pai saiu pra trabalhar e não voltou, nisso eu já estava nervosa em casa, com você e já se passavam das onze da noite quando vieram me chamar, dizendo que seu pai estava com varias mulheres tomando banho no rio, deixei você com sua tia e fui atrás e quando cheguei lá era verdade, alem de tudo ele tava bêbado, até hoje eu não entendo o que aconteceu. Senti um misto de raiva e ódio... Nisso acabou meu casamento, fomos eu e você para casa da minha mãe e lá, comecei a fazer os salgados lembra? Primeiro comecei a fazer para encomenda, daí (mãe da Jana) ainda grávida da Janaína veio me ajudar, e nisso o negocio foi prosperando, abrimos nossa primeira loja e chegamos onde chegamos... A traição minha filha, me deixou mais forte, talvez se na época eu tivesse aceitado calada a traição, hoje estaria morando na mesma casinha que seus avós deixaram...

Anahí: e como você voltou com meu pai?

Lucia: há, logo no dia seguinte após eu ter pegado ele no flagra, ele veio todo arrependido e pediu perdão, mas não era sincero. Mais ai com o tempo eu me dediquei a trabalhar, já que quando eu me casei seu pai me proibiu, e ele me mostrou que realmente estava arrependido, e eu ainda amava ele, mas não tinha coragem de voltar, mais ai aconteceu que ele começou a trabalhar na loja comigo e com a (mãe da Jana) e agente foi voltando aos pouquinhos. Até que um dia meu pai chegou e disse que era pra gente se decidir logo e voltamos de vez, e seu pai Any, desde daquele dia, por consciência pesada ou não, mudou da água pro vinho. Nunca mais me traiu. E eu mesmo nunca tendo esquecido a traição dele, passei por cima do meu orgulho pra poder ser feliz, olha só pra mim hoje, tenho duas filhas lindas, uma neta mais linda ainda, uma casa confortável, e minha obrigação é deixar a casa em ordem, e isso porque eu quero, porque não gosto de empregada em casa e a cima de tudo, tenho o meu coração tranqüilo, e não tenho raiva ou ódio do passado, vivo hoje, feliz ao lado do homem que errou sim, mas é o homem que eu amo.

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