meu coração tem dono

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Fez manhã para não comer a comida do hospital e tive que concorda com ela. Não tinha sal na comida e nem tempero. No café da manha, a vitamina, o pãozinho, as bolachas, nada tinha sabor, e o que se salvou foi a maçã que eu tive que corta em cubinhos, já que ela não podia mastigar direito, por falta dos atacantes da frente da boca dela, a janelinha com os dentinhos começando a crescer não favorecia em nada. Mas estava uma gracinha *-*. No almoço se deu a mesma coisa e dessa vez o que se salvou foi a gelatina de morango sem gosto também. Mas dessa vez foi Poncho que conseguir fazê-la tomar um pouco da sopa, já que ela estava sob soro desde o dia anterior. E durante a tarde dei a ela biscoitinhos de goma, bem macios e que ela gosta desde que começou a comer quando bebê. E é claro que isso durante os intervalos, em que a enfermeira vinha e lhe dava os remédios que não a deixava com sono, mas pior que isso, a deixava meia que dopada por mais ou menos uns 15 minutos e juro que tentei me controlar pra não rir, mas ela não dizia coisa com coisa e era engraçado :D Poncho até brigou comigo por isso, mas o que eu podia fazer? Há que mãe ruim que eu sou :D

Nina pediu uma tal boneca ruiva, da "tia Dul" para o Poncho que foi imediatamente buscar e eu aproveitei que ela não estava dopada :D pra conversar com ela.

Anahí: bebezinha! –me sentei na cama-

Nina: oi...

Anahí: o que você acha de voltarmos a morar na casa grande com o papai?

Nina: serio mamãe? –sorriu de imediato- eu ia gostar muitão!

Anahí: mesmo?

Nina: é sim! Eu bem quelia também que oces fossem namolados de novo!

Anahí: é filha?

Nina: é sim! Eu não gosto que meu pai more sozinho naquela casa glandona! Mas também não podia deixar oce sozinha na casa do pledio glandão!

Anahí: -com olhos marejados- é filha? Por quê?

Nina: porque oce semple diz pla mim que sempre vai fica comigo e me ploteger, então não posso deixa oce sozinha também, ne mamãe?!

Anahí: é sim! –as lagrimas caíram e logo tratei de enxugar-

Nina: mas também, não gosto do meu pai sozinho, eu bem sei que ele fica tliste lá sozinho e sem oce! E coitadinho ne mamãe, deve ser muito ruim e ele é tão bomzinho! E também eu fico tliste quando ele ta tliste!

Anahí: é sim filha! Então pra ele não ficar sozinho, vamos volta morar com ele?

Nina: de verdade? Como antes?

Anahí: como antes! Só eu, você e ele!

Nina: há então quando o papai volta eu vou fala pla ele, há mamãe, ele vai fica com tão feliz! Obligada mamãe! –me abraçou-

Anahí: meu amor, não me agradeça! E olhe, não conte ao seu pai que vamos volta a morar com ele, porque eu tenho que conversa com ele primeiro! Ai agente conta quando formos dar um presente pra ele ta bom?

Nina: ta bom ;)

Minutos mais tarde, Poncho chegou com a boneca de pano ruiva que Nina havia lhe pedido, e só então me lembrei de qual boneca ela tanto falava, e sim, Dulce quem havia dado a Nina. E quando deu, disse que a boneca era ela.

E Nina cumpriu o que havia me prometido. Não disse nada a Alfonso. O que era bom, por antes de qualquer outra coisas nós dois precisávamos conversar, tinha algumas coisas que teriam que ser esclarecidas, e isso antes de voltarmos a ser a família feliz, a qual éramos.

Poncho disse a nós que minha mãe e a Maite estavam organizando uma festinha para Nina de boas-vindas. E bastou ele dizer isso, para que Nina se animasse e começou a fazer birra pra descer da cama e reclamar ainda mais, querendo ir para casa logo.

Mas tínhamos que esperar mais um pouco. Ela ainda não estava cem por cento ainda e não tinha recebido alta. Luciana veio visitá-la e ela se acalmou um pouco. Horas mais tarde, Bruno veio e examinou Nina novamente, receitou alguns remédios e por fim deu alta a ela.

E enquanto Poncho saiu com Bruno do quarto e em seguida foi para a recepção a fim de fazer o pagamento, liguei para casa avisando que já estávamos indo embora, arrumei rapidamente às coisas da Nina e comecei uma luta, para levá-la para tomar banho.

Anahí: Anda Nina, tem gente nos esperando lá em casa!

Nina: mas eu não quelo toma banho! É só vesti a roupa e passa perfome!

Anahí: -levou as mãos ao rosto- Jesus me da paciência! Anda Nina! Entra logo nesse banheiro!

Nina: mas mamãe, não precisa! Eu nem to suja!

Anahí: ta imunda com sujeira de hospital menina!

Nina: to inunda não! –começou a chorar-

Anahí: há meu Deus! Não é 'inunda' é imunda! E vamos logo!

Já sem paciência, a peguei no colo e a levei para o banheiro, e na tentativa de dar banho nela, acabei por escorregar no chão molhado, bati a cabeça... Ficou tudo preto... Apaguei.

Quando dei por mim, estava eu deitada em uma cama, Poncho sentando em um sofá e Nina no colo dele, uma enfermeira eu acho, terminou de fazer eu não sei o que no meu rosto, avisou que eu tinha acordado e saiu...

Poncho e Nina vieram até mim e Nina se escondeu atrás do pai...

Alfonso: você está bem? –pegou em minha mão-

Anahí: estou... Eu acho –levei minha outra mão até a testa onde eu sentia uma leve dor e esta estava com um curativo- O que aconteceu?

Alfonso: você escorregou, caiu bateu a cabeça, e fez um leve corte!

Anahí: corte?

Alfonso: é amor, mas não vai ficar nem marca! –sorriu- Nina, fala com sua mãe! –tentou tirar a menina de trás dele-

Nina: -se segurou as pernas do pai- mamãe, dicupa eu! Eu não quelia que oce caísse lá eu agora vo queler toma banho semple!

Anahí: ho meu amor, eu acho bom viu! Vem cá me da um beijo!

Ela veio toda tímida e me deu um beijo no rosto e pediu desculpa novamente, então veio a enfermeira e disse que eu já poderia ir para casa e voltar daqui a alguns dias, para buscar um tal exame de sangue que eles fizeram enquanto eu estava desacordada.

Então agora sim, entramos no carro e fomos rumo a nossa casa. No caminho olhei no espelho e pedi a Deus que não ficasse cicatriz dos três pontos que eu havia levado na testa.

Chegamos em casa e como se era de esperar, estavam todos ali, meus pais, alguns parentes e amigos...

Todos mimaram muito Nina que ficou radiante, todos a tratavam feito um bebê, uma princesinha que ia de colo em colo. E eu só olhava a felicidade dela e a notável melhora, desejando de coração que nunca mais ela ficasse doente. Ela era a minha vida e naquele momento eu tive mais certeza disso do que nunca.

A festa rolava animada, com salgadinhos e docinhos e até um bolo que minha mãe tinha encomendando, conversei com todos, contei como havia sido a viagem, e apesar de estar divertida a festa a única coisa que eu queria era minha cama. Estava muito cansada, não tinha parado um minuto se quer desde que tinha voltado de viagem, as noites sem dormir direito no hospital, me deixaram mais cansada ainda. Mas eu tinha que comemorar a melhora da minha filha...

E já se passavam das onze da noite, quando Nina sem reclamar tomou um banho, então a eu a vesti e a coloquei na cama. Não demorou nem dois minutos para que ela caísse no sono.

Lá em baixo, Poncho se despedia dos meus pais, que foram os únicos que ficaram e estavam me esperando para levá-los em casa, e então quando eu voltasse, conversaria com Poncho.

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