medrosa

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E assim que ela me olhou notei seus olhos vermelhos e assustados, parecia que ela havia despertado de um pesadelo. Me sentei ao lado dela e ela me abraçou deixando algumas lagrimas caírem...

Alfonso: calma meu bem! –tentei a tranqüilizar- o que aconteceu meu amor?

Anahí: foi horrível... Foi horrível Poncho!

Alfonso: o que foi horrível meu amor?

Anahí: o sonho... –ela se agarrava a mim e chorava ainda mais-

Alfonso: foi só um pesadelo! –alisei a cabeça dela-

Anahí: mas foi tão real! –fugou- sonhei que você e a Nina sofreram um acidente e os dois morreram na minha frente! Eu não quero perder vocês!

Alfonso: mas você não vai nos perder! As coisas já estão começando a volta pro lugar! Não fica assim coração! Foi apenas um sonho ruim!

Ela estava com o emocional abalado e agora eu não sabia como dizer o que se passa com Nina...

A abracei lhe dando conforto que ela precisava naquele momento... E aos poucos o choro dela foi se cessando e conseqüentemente ela foi se acalmando... E quando isso ocorreu ela se soltou de mim e me olhou nos olhos...

Anahí: Poncho eu... Eu preciso te dizer algumas coisas...

Alfonso: –a interrompi- eu também Any, olha, primeiro eu quero que você se acalme e preste bem atenção no que eu vou te dizer! –ela fez que sim com a cabeça e eu continuei- A Nina...

Anahí: o que tem ela? –perguntou de repente-

Alfonso: ela não esta muito bem, parece que ela pegou uma virose na viagem!

Anahí: há meu deus! Onde ela está? –a preocupação tomou conta-

Alfonso: calma! Olhe, teremos que levá-la agora para o hospital, ela será internada e fará alguns exames!

Anahí: internada? Como assim? Ontem ela estava tão bem!

Alfonso: eu sei! Você tem que se acalmar! Não pode assustar ela e eu tenho certeza que não é nada de mais

Nem mesmo eu estava calmo, mas tive que disfarçar e muito menos tinha certeza de que não 'era nada de mais' pois nem essa certeza eu tinha, apesar de querer mais que tudo que essa fosse à verdade. A levei até o quarto de Nina que já estava pronta, e a Any lhe abraçou e beijou chorando, demonstrando todo amor e preocupação que sentia ao ver nossa menina daquela forma, tão fraca. Justo Nina que sempre foi tão cheia de vida e alegre.

Peguei Nina no colo e Lucia pediu a Any que pegasse alguns documentos meus, dela e de Nina e assim que ela o fez descemos e entramos no carro... No caminho todo Any conversava com Nina tentando animá-la e eu via pelo retrovisor a expressão de fracasso no rosto dela a cada vez que sua tentativa falhava...

Não demoramos a chegar ao hospital e nem a sermos atendidos, pois o médico que além de ser pediatra da Nina era um amigo de infância da Any, e eu não pude deixar de notar a atenção especial que ele dava a ela, sendo que quem precisava ali da atenção dele, era a Nina. Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele se lembrou que minha filha estava doente e a levou para a sala de exames e Any e eu entramos com ele...

Ao ver a enorme agulha entrar em Nina e a fazer chorar, Anahí lhe fez um carinho e segurou a minha mão ao mesmo tempo... De fato, não há nada mais horrível do que ver um filho seu sentindo dor e não poder fazer nada, para poder impedir.

E depois de fazer vários exames, ele direcionou Nina para o quarto e a deixou sob soro e alguns antibióticos. Disse que á noite os exames estariam prontos. E saiu deixando nos ali com ela e com Lucia...

E eu me senti fraco e impotente diante da situação. Vendo a Nina ali, naquela cama, me perguntando se era realmente necessário tudo aquilo e esperava que as suspeitas desse tal médico fossem infundadas que tudo não passasse de uma virose comum e não essa tal gripe que pode ate matar... Não suportaria perder minha filha.

Ficamos sentados eu de um lado e Anahí do outro conversando com Nina e logo sob efeito do remédio e os carinhos que Any fazia em sua cabeça logo dormiu...

E assim que isso aconteceu insisti para que a Any fosse para casa. Ela precisava se alimentar e se banhar e com a ajuda de Lucia consegui convencê-la, já que Nina não acordaria tão cedo e tão pouco os resultados dos exames sairiam...

Então ela foi mesmo contra sua vontade e Lucia foi com ela... Eu fiquei ali, orando em silencio para que tudo voltasse ao normal...

Sai do hospital, contrariada, não queria desgrudar da Nina um minuto se quer. Mas eu sabia que eu precisava comer e tomar um belo banho pra voltar e ficar ao lado de Nina o tempo que fosse preciso...

Deixei minha mãe na casa dela e segui para a minha. Assim que cheguei subi correndo, entrei no banheiro e tomei um banho rápido mas relaxante, fiz minha higiene, prendi meus cabelos em um rabo-de-cavalo e enrolada em uma toalha segui pra o closet a fim de procurar uma roupa para mim. Procurei, procurei, procurei mais uma vez, procurei de novo e achei no meio das roupas do Poncho um vestidinho estampado meu, sem ter outra opção acabei por vesti-lo e por sorte havia roupas intimas minhas ainda na gaveta.

Calcei uma sandália baixinha, dei uma leve olhada ao espelho, passei um lápis no olho, um gloss na boca, coisa básica mas essencial .Desci. Ao descer, fui direto para a cozinha. E logo ao entrar tive uma supressa. A mesa estava feita, com tudo que eu gosto de comer pela manha. De certo o Poncho havia preparado...

Foi inevitável sorrir, ele estava tentando me conquistar novamente e isso provava que ele realmente tinha mudado. E ele me conhece bem, sabe que pra mim, provar que ama uma pessoa, não precisa de grandes declarações e nem tão pouco de muito esforço como o Diogo havia feito todo esse tempo; mas mim de coisas pequenas no dia a dia que são fundamentais. Como essa mesa aqui feita com carinho e atenção. :coqueta:

Me sentei e tratei de devorar tudo que estava ali. Ao terminar limpei a pequena bagunça que eu mesma havia feito e voltei para o hospital rezando para que Nina estivesse melhor...

Ao chegar no quarto em que Nina estava, tentei não fazer barulho. E pude então observa a decoração infantil do lugar, que tirava o ar 'pesado' de um hospital. Nina dormia ainda sob efeito do remédio, e o Poncho estava sentando em um sofá com a cabeça virada para trás, orando talvez. Me aproximei e sentei ao lado dele e peguei em sua mão que estava jogada sobre o colo do mesmo. E ele no mesmo instante abriu os olhos, me abraçou e olhamos para Nina.

O medo voltou a tomar conta de mim, a Nina tinha que sair daquela cama. E logo.

Alfonso: você ta gelada!

Anahí: e com medo! –confessei-

Alfonso: não precisa ter medo! Logo ela vai estar de pé! Deixando agente de cabelo branco! :lenguazo: –brincou-

Anahí: cabelo branco? :eek: Há não! Isso não! –sorriu- :D

Alfonso: mas não precisa ficar assim meu amor, eu sei que ela vai ficar bem!

Anahí: assim espero! –respirou fundo-

Alfonso: há amor, sabia que você ta muito sexy nesse vestidinho? :diablo:

Anahí: Poncho! :sonrojada: –o repreendeu- Não é hora nem lugar! –deu um tapa na mão dele-

Alfonso: eu sei, é só pra descontrair! –sorriu passando a mão na coxa dela-

Anahí: sei! Então tira a mão daí! –deu um tapa na mão dele- quer parar?

Alfonso: ta! Parei! –voltou a abraçá-la!

Idas e Vindas do AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora