Capítulo 6

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Estou apenas protegendo

minha alma.

Sam Smith.

O namorado da minha amiga, não aceitou de primeira quando a mesma o chamou para vir com ela na social do Arthur. Entretanto, a garota insistiu tanto que até eu fiquei abusada.

Tínhamos acabado de chegar quando avistei Arthur perto da piscina, conversando com algumas pessoas. O Moreno , distraídamente, desviou a vista do grupo e seus olhos pairaram sobre mim. 

Fiz um gesto com a cabeça, amigavelmente, e o mesmo sorriu animado.

Alguns segundo depois Arthur se despediu dos amigos e caminhou até mim.

_Você veio. _ O garoto depositou um beijo em minha bochecha direita.

_ Eu disse que viria.

_ Não se sinta ofendida, mas não acreditei muito no que me disse... achei que estava apenas querendo me despachar mais rápido. _ Arthur disse com um ar brincalhão.

_Merda! Por que não pensei nisso antes? Teria me poupado muita saliva... precisei de três horas para persuadir a Carol a vir comigo. Falei. Percebi as feições do rapaz mudar, instantaneamente, mas apenas por um breve momento. Momento esse tão rápido que achei ter imaginado, pois o garoto voltou a abrir seu sorriso sapeca e me estendeu a cerveja que tínha em mãos.

_Eu não bebo. _ neguei, fazendo uma careta de reprovação para o líquido dentro da garrafa.

_Tudo bem! Mas posso te trazer outra coisa, sei lá... um refrigerante ou uma água...

_Um refrigerante seria ótimo.

_ Refrigerante. Certo, eu já volto.

_ Obrigada. _ e então ele se foi.Olhei para os lados a procura do casal que havia vindo comigo, mas nem água. Resolvi se afastar um pouco daquela gente bêbada e sentei na borda da piscina. A noite estava linda com uma bela lua no céu e estrelada como não via a muito tempo. A brisa estava ótima, como a de ontem, me fazendo lembrar da cena com Victor na piscina.

Victor continuava o mesmo metido de antes, isso não tinha como ser negado. Mas pelos poucos minutos que reparei no rapaz, ele havia mudado bastante no quesito porte físico e estilo. Nunca foi surpresa pra ninguém que, Victor Augusto se tornaria um adolescente cheio de hormônios e com muito amor pra dar, mas suas roupas despojadas me pegaram desprevenida. O rapaz se parecia mais com um bad boy revoltado com o mundo do que com o herdeiro das empresas Augusto. Nunca havia o visto com uma, no entanto, algo me dizia que em seu guarda roupa continha uma jaqueta de couro preta.

_ Pensando em mim? _ Victor se sentou ao meu lado na borda da piscina, me puxando para fora dos meus desvaneios.

_Cuidado com esse ego. Um dia ele estoura. _finji indiferença.

_Só estava brincando, esquentadinha. Relaxa ae. _ O garoto levantou as mãos em sinal de redenção.

Me perguntei onde estava a marra toda que ele transparecia pelos corredores da escola. Não havia visto ele conversar com nenhuma garota, mas comigo parecia fazer questão.

_ Afinal de contas, o que diabos você está fazendo aqui? Me perseguindo? _ perguntei irritada.

_Cuidado com esse ego, um dia ele estoura... _ repetiu a mesma frase que eu tinha dito segundos atrás, com um sorriso cínico nos lábios.

Revirei os olhos e ele continuou:

_ A social é do meu melhor amigo.

_ Aaa é mesmo! Tinha esquecido que Arthur chama você de melhor amigo. _ debochei. _ Você dois são tão diferentes...

_E é? Como? _ Victor pergunta curioso.

_Por exemplo, ele é gentil e sabe como tratar uma garota.

_ Então, você acha que não sei como tratar uma garota, é isso? _o garoto olhou pra mim incrédulo e o incômodo na sua voz era perceptível.

_Tenho certeza, Augusto. _ Minha voz saiu seca.

_Você nem me conhece. _ Soltou ultrajado. Porém, ele falou com tanta naturalidade que deu vontade de rir e foi o que fiz.

_ O que foi? _ Victor perguntou com a testa franzida. Parecia impaciente.

_ Conheço mais do que gostaria. _ falei, tentando retomar o fôlego que havia perdido.

_Você age assim, como se me conhecesse desde o dia da esbarrada no corredor, mas não consigo lembrar de onde nos conhecemos. _ Isso eu já sei, amiguinho.

_ Que cruel não lembrar da Mônica. - Finalmente o encarei, esperando sua reação e foi como o esperado. O mesmo lembrava de mim, só não me reconheceu.

Victor ficou sem reação. Abria e fechava a boca, assim como um peixe. Finalmente, eu o tinha deixado sem palavras.

_Ficou sem palavras, Augusto? O sarcasmo dominava todo o meu ser.

_ O-o-oque... Como você veio parar aqui?... você não morava em São Paulo? _ Gaguejou um pouco.

_ Isso não é da sua conta. _ cuspi as palavras com rispidez. _ Mas que bom que lembrou da garota que você zoava na sua infância de merda. _ Me levantei com fogo nos olhos, mas quando fui sair Augusto segurou em meu braço.

_Eu não consigo entender...Como e porquê você veio parar aqui? Você está diferente... _ O idiota me olhou de cima a baixo e fiquei com vontade de esgana-lo por tamanha ousadia.

SENHOR, dai-me paciência, se não hoje eu durmo na cadeia por assassinato...

Respirei fundo e cuspi as palavras sentindo um gosto amargo na boca:

_Vou te falar, apenas, uma única vez. Não sou sua amiga, nem tenho interesse em ser. Me faz um imenso favor e vira a cara quando passar por mim. _ Olhei pra mão dele segurando o meu braço. _E mais uma coisa... nunca mais toque em mim, novamente. _ Me soltei dele, puxando o meu braço com tudo e sai dali pisando firme. Enquanto um Victor embasbacado continuava parado na borda da piscina.

~♡~

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