Capítulo 19

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Goste dele se precisar, meu amor, mas não o ame . Por favor, não o ame! 

A última carta de amor.

- Qual é cara? Você bebeu? - Arthur perguntou surpreso. Seus olhos castanhos, saltavam quase, completamente, pra fora. - Você nunca se importou em como trato as garotas, então por que isso, agora? - Sua voz saiu alterada. A cara branca do rapaz agora carregava um tom avermelhado.

Mas eu estava bem mas descontente que ele. Tentei, realmente tentei. Mas não deu pra controlar.

Aaa Arthur... Se você tivesse calado essa maldita boca não estaríamos nisso.

- Você, Arthur, é um babaca sem noção. - Cuspi as palavras enquanto tinha o dedo indicador, na altura de seu rosto.

- E eu não ligava com as outras, por que não as conhecia, e se elas fossem idiotas de mais pra cair no seu papinho, quem era eu pra se incomodar? MAS COM A PASSOS É DIFERENTE! - Elevei a voz, na última parte, sentindo meu corpo se retrair com tanta fúria.

Arthur continuou com o olhar incrédulo em seu rosto, mas por trás de tudo, se percebia um olhar de divertimento. O que me deixou ainda mais cego de raiva.

- E o que faz ela diferente? - Arthur deu um passo em minha direção esboçando um sorriso ordinário e um contendo um olhar desafiador.

Fiquei receoso de falar a verdade. E acabei preferindo não dizer nada.

 - O QUE FAZ DELA DIFERENTE, VICTOR? - Insistiu, com a voz mais elevada. E com certeza todo o andar escutava a nossa discussão.

- Ela só é diferente... - Minha voz não saiu como o desejado. Saiu mais baixa do que deveria e mais vacilante do que o necessário.

- DESEMBUCHA, MERDA. FAZ DOIS DIAS QUE VOCÊ NÃO OLHA NA MINHA CARA E NÃO TEM A CORAGEM DE ME DIZER QUAL É O PROBLEMA. - Arthur, me olhava com fogo nos olhos.

Apertei os punhos com força, sentindo meu corpo todo tremer de fúria. Eu poderia facilmente acerta-lo um soco no rosto. Mas não faria isso, não quando era algo considerado tão pouco.

 O encarei firme, tentando não me mostrar intimidado.
 E reparei que o vermelho de seu rosto, estava diminuindo, assim como suas veias estavam voltando para o seu lugar de início.

 - Por quê ela é diferente, Augusto? O que Passos é pra você? - Arthur não sossegaria enquanto não tivesse sua resposta.

Me senti muito tentado a abrir o jogo e dizer para os quatro cantos que era apaixonado pela garota e assim o fiz.

- Eu sou apaixonado pela Bárbara, Ramos. - Minha voz saiu baixa e tremida. Pra quem sempre repeliu esse sentimento e escondeu de todos, por motivos idiotas, era difícil falar em voz alta. Só falei pra Babi, porém foi mais fácil. Eu estava desesperado pra resolver as coisas, então saiu, antes que me desse conta.

Mas o que me surpreendeu foi o olhar de nada que o Arthur me lançava. Ele não parecia surpreso, o que me deixou desconfiado.

 Mas se ele sabia, por quê fez isso?

- Você é um idiota, Augusto. Um idiota com diploma. - Meu "melhor amigo", falou calmo e paciente. Mas nada nele corresponde com a calma nas suas palavras. Seus olhares de desprezo e escárnio, pareciam me perfurar. Seu sorrisinho de lado, era puro sarcasmo. Suas palavras não saiam da sua boca com nenhum outro objetivo, a não ser me atingir de uma forma insana.

 Eu não conhecia o Arthur parado a minha frente.

 - Eu sempre soube que você a queria. Ela me contou. - Ele gargalhou como se tivesse escutado uma piada. - Babi me contou, que vocês eram vizinhos e que você era uma pessoa horrível, com a pobre garotinha. - o garoto fingiu estar ressentindo. Enquanto permaneci calado, digerindo tudo o que ele me falava. Por que ela falou pra ele? Ela confia nele tanto assim?

- Não fizemos de propósito, sabe? Eu não sabia que vocês se conheciam, antes da gente começar a sair. Foi depois do beijo, no quarto dela, que a gente se aproximou mais e então ela começou a confiar em mim. Me falou que ainda não estava preparada pra um relacionamento sério, pois alguém tinha a "decepcionado" muito no passado. E então quando ela disse que esse alguém era você, meu interesse pela garota apenas aumentou. - O sorriso cínico não deixava seu rosto nem por um segundo. - Ela também me falou que você se declarou pra ela um dia desses e ela saiu correndo. - Seu sorriso aumentou. - Queria conseguir imaginar essa cena. Deve ter sido hilária. E então as coisas aconteceram... a gente começou a namorar e você agora vai ter que aceitar. Então fica longe dela.!

 Minha incredulidade não tinha fim...

 - Eu tô gostando dela, Victor... parece que não, mas tô! Eu estava falando aquelas coisas, pra lhe provocar... Ela não acredita que você gosta dela, mas eu sim. Quem não gostaria? Ela tira a sanidade de qualquer um. Falei tudo aquilo pra você parar de ser um covarde e dizer logo o que sente. Mas confessar agora não vai adiantar de nada. Ela te odeia. Você foi idiota o suficiente pra deixa-la escapar, mas eu não vou cometer o seu erro. Você escolheu não me contar nada, sobre a existência dela, não me culpe por escolhe-la ao invés da nossa amizade.

 - Eu sei disso. Sei como se sente... Mas, eu também não vou desistir da Bárbara. Eu a amei por toda a minha vida e vou continuar amando. - Lhe digo determinado. - Eu não queria acabar com a nossa amizade, mas acho que as coisas nunca voltaram a ser como antes...

- Também acho... - Arthur concordou, seco.

- E isso é por estar namorando a minha garota. - Antes que Arthur desse conta, lhe acertei um murro preciso, no canto esquerdo da sua boca.
 O garoto cambaleou algumas vezes, antes de tomar o equilíbrio de volta, e botar a mão onde o acertei. Quando a tirou de cima do machucado, uma listra de sangue escorria em sua boca.

Ele me olhou incrédulo, mas continuou em seu lugar. Apenas alisando o corte em seus lábios.

 - Justo, Augusto! Mas não se acostume... também sei bater.

- Vá a merda. - Cuspi frustrado, enquanto saía do quarto.
 Depois de tudo, ainda acabei na porta do quarto da Babi, esperando que ela estivesse bem melhor.
No quarto dela, eu não só estava nervoso pela demora da garota no banho, mas também pela conversa com o Arthur.
 Eu o tinha declarado guerra. Escolhi ela ao meu melhor amigo e ele fez o mesmo. Talvez a nossa amizade não fosse realmente verdadeira.
 E isso me chateou um pouco. Pra ser sincero, bastante. No entanto não a deixei saber de nada. Não ia contar sobre a discussão com Arthur, nem sobre as coisas que ele falou só pra me atingir.
 Se ela fosse ficar comigo que fosse por escolha dela e não por disse me disse.

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