Capítulo 34

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P.O.V Victor

_Que porra você pensa que está fazendo? _ A voz de Arthur soou pelo lugar irritada.

Chutei a bola com força na direção do gol e só depois dela ter se chocado com a rede violentamente, coloquei minha atenção sobre ele. Arthur me olhava com um misto de preocupação, raiva e incredulidade, próximo a entrada da quadra.

_ Tem um corte na merda da sua barriga, e você vem descontar sua raiva chutando o caralho de uma bola. E tudo isso por quê? Por que a garota que você destruiu a quatro anos atrás não confia em você?

As palavras me acertam em cheio, fazendo meu sangue ferver. Logo ele, que se dizia meu amigo havia entrado nessa mentira idiota. E ela mentiu pra mim... Ela e todo mundo, pelo jeito.

_ Eu vim chutar a porra de uma bola, porque o cara que se dizia meu melhor amigo se juntou com a garota que eu amava e me fizeram de idiota. _ Rebato furioso.

_Não venha com esse vitimismo, Augusto, você não o merece. Mas merece o que tá acontecendo, agora. Se sente traído e isso é ruim, mas se ponha no lugar da Passos ao menos um vez na vida e vai ver que isso não chega a ser um terço do que a fez passar. Quando ela me implorou pra entrar nesse plano maluco, eu vi o quanto ela estava quebrada por sua causa. Ela te queria longe, porquê tinha medo de passar por tudo de novo. Cara, você a quebrou e ela só fez o que fez para se defender. E que merda é essa de "amava"? Se não a amasse mais, não estaria aqui todo puto, tentando se matar.

No começo, Arthur falava como se estivesse me repreendendo, depois foi mais uma explicação por ele ter me traído. E acho que se eu fosse ele, teria feito o mesmo.

A culpa me acertou em cheio apartir do momento em que as palavras do Ramos fizeram sentido. Passos só estava se protegendo. Eu tinha ferrado com ela e sim, eu merecia toda a merda que estava acontecendo.

Arthur estava, irritantemente, certo. Eu ainda a amava e achava improvável que esse sentimento vinhesse sair do meu peito algum dia.

Passei anos tentando esquece-la, mas nem as garotas com quem já havia dormido tinham conseguido arranca-la da minha cabeça. Era sempre ela.

_ Certo. Você tem razão. Mas não é como se os meus sentimentos fossem ter algum peso. Babi não me ama. _ As palavras sairam amargas. Dizer isso em voz alta foi desconfortante e angustiante.

Ainda me restava uma bola.

Dei uma última olhada em direção ao meu amigo, e seu olhar me dizia pra não fazer isso.

No entanto, escolhi ignorar, dando alguns passos para trás querendo pegar impulso e velocidade. Assim que a bola bateu contra a rede um alívio se instalou por meu corpo e meus músculos relaxaram. A raiva não havia sumido, mas a vontade de chutar a cara do Arthur, sim. Talvez com mais algumas trezentas chutes daquele, eu não o asfixiasse com um travesseiro enquanto estivesse dormindo.

_ Merda. Você está sangrando. _ Arthur exclamou, correndo até mim.

Olho para baixo, pra checar o que o garoto tinha dito, e uma dor aguda toma vida no segundo em que vejo uma mancha crescendo na camisa, tão rápido quanto a dor havia se instalado.

_ Merda. _ xingo.

Cambaleio um pouco, quando a quadra começa a rodar, e a visão começa escurecer.

_ Filho da mãe! _ Arthur resmunga quando bota meu braço ao redor dos seus ombros me

impedindo de ir ao chão.

_ Pra onde estamos indo?_ perguntei quando sou obrigado a me movimentar até o lado de fora da quadra.

_A uma hospital.

Sempre Foi Você. |Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora