Capítulo 20

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P.O.V Victor

Tão rápido quanto minha mente foi ao passado, ela voltou. E eu estava de volta a aula de música, sentado em uma cadeira com o violão no colo.

 Levantei o olhar na direção do pessoal e procurei por ela, precisava olha-la nos olhos só mais uma vez. Quando seu olhar se encontrou com o meu e um sorriso minúsculo estampou seus lábios me vi totalmente fodido. Passos era a garota mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida e eu não poderia perde-lá para o Ramos.

 A partir daquele momento Do re mi passou a não ter nada haver comigo. E comecei a pensar em alguma música que me lembra-se a garota sentada de frente pra mim, enquanto torcia os dedos freneticamente.

Achei engraçado a forma como ela parecia nervosa, mas não me atrevi a rir. Tudo que eu menos precisava era que a garota me interpretasse errado.

A música veio mais rápido do que o esperado... wonderwall era a escolhida.

Me concentrei ao máximo pra não errar nada e sempre que chegava em uma parte que passava o que eu queria falar pra Babi, eu a encarava. Queria que a garota entende-se que estava cantando para a ela.

Ao terminar, sorri em sua direção e a mesma ruborizou. Fofa demais

P.O.V Babi

Quando Victor sorriu depois de terminar a música, me veio a cabeça uma lembrança de época em que eramos crianças e vizinhos. Foi a primeira e única vez que o garoto havia sido legal comigo.

 Era um dia de outono, e folhas secas decoravam o chão como nos filmes. As árvores sem vida deixavam um ar de melancolia pela rua, mas pra mim tudo aquilo parecia cena de filme de romance.

Eu estava no jardim, chutando uma bola contra parede sozinha, já que meu único amigo estava viajando de férias com os pais. No entanto, como já estava acostumada a brincar sozinha não me importava nenhum pouco.

Olhei na direção da casa do Victor, procurando sua presença, mas parecia que o mesmo não estava.

Deve estar em algum evento de gente rica.

 Voltei a me concentrar na bola e voltei a chuta-la mais, violentamente, na parede. Estava farta de correr atrás do Victor e de ser humilhada por ele. Mas a verdade é que esse sentimento não chegava aos pés do meu amor pelo mesmo. Então, sempre, acabava o perdoando mesmo que ele nem me pedisse desculpas.

 Eu não nutria raiva dele, afinal de contas, o rapaz não tinha culpa se não gostava de mim como eu gostava dele. Mas tinha de mim por continuar o chateando com as minhas criancices.

Back!!

A bola bateu com uma força exagerada na parede, voltando na mesma intensidade, indo direto pra o asfalto. Observei a bola parar no meio da rua e fui pega-lá.

Olhei ao redor dando de cara com uma rua deserta e triste. Olhei pra casa do Victor e pensei:

Cinco metros de distância, apenas, mas você ainda se encontra tão longe.

Escutei uma zoada de motor perto e quando olhei para o lado, vi um carro em alta velocidade vindo em minha direção. E ele não ia parar. Eu ia morrer ali, paralisada pelo medo.
   Parei de respirar enquanto fitava o automóvel se aproximar mais e mais. E simplesmente travei. O motorista parecia nem me ver. Devia estar bêbado ou droga. Talvez até os dois, juntos!

 Um flash sobre toda a minha vida passou pelos meus olhos em questões de segundos. E quando o carro já estava próximo demais fechei os olhos, violentamente, esperando o meu fim. Eu merecia mais que treze anos de vida...

Sempre Foi Você. |Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora