3- O encontro.

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Passado um mês que eu e Maia estávamos conversando, confesso ter estranhado;  geralmente, após meia dúzia de palavras com as outras mommy's, já nos encontrávamos. Mas agora vejo que não era o certo. Maia citou que, mesmo para fazer poucas práticas com alguém, devemos conhecer as pessoas antes, ver as afinidades. e negociar. Negociação leva tempo.

Nesse tempo falamos sobre tudo, não somente sobre o meio. Descobri que tua cor  favorita é o roxo; tem um gatinho chamado Josh; tem medo de cobra e sapos- esse último fato me fez rir-  tadinho dos bichos. Óbvio que também contei um bocado de coisas sobre mim, até o que não devia eu contei de tão a vontade que eu estava com ela.
Se deixasse nos falávamos o tempo todo, mas tínhamos obrigações. Eu tinha a faculdade, como estou no penúltimo ano, não posso dar bobeiras, e, ela tinha seu trabalho.

Em uma das noites em que conversamos por vídeo chamada, se não me falha a memória ela disse que poderíamos dar o primeiro passo, nos ver pessoalmente, fiquei tão feliz quando ela me disse isso. Agora cá estou com Laura:  numa noite no meio da semana, tentando achar uma roupa descente para ir ao seu encontro. Difícil. Nada parece bom o suficiente.

- Olha esse vestido rosa aqui, Flora- Me estende o vestido que não é curto nem longo demais e tem pequenas fendas em suas laterais.

Faço um gesto negativo com a cabeça voltando a fuçar por entre as outras roupas.

- E se eu for de moletom? Eu gosto, serve para qualquer ocasião.  - Dou de ombros.

- Tá doida? Você tem que estar linda. Não, não. Sem essa de moletom - O tira de minhas mãos, empurrando-me para o lado. Pega um macacão preto solto e me entrega juntamente com um casaco jeans que tem sua maciez por dentro - Você vai com isso aqui. Sem resmungar. O sapato você escolhe.

Pego as roupas, até que não está ruim. Me troco ali mesmo. Para minha alegria o macacão tinha bolsos, se eu ficar nervosa é só enfiar minhas mãos neles antes de querer roe-las.

- Vai me maquear? Já está aqui mesmo, estou com preguiça - Olho para Laura com minha melhor carinha, e, ela acacaba cedendo.

- Ok, ok, não tem como resistir a essa carinha, senta aqui. - Puxa a cadeira da penteadeira. - Vou te deixar mais linda do que já é. - Começa a me maquear. Sua quietude durante o processo já começava a me agoniar enquanto minha cabeça não para de pensar: Será que a Maia vai gostar mesmo de mim? E se ela não for? Ela vai me dar um toco.

Laura parece notar meu nervosismo, provindo da sonoridade causada pelo bater dos calcanhares.

- Se não parar com esses pés, não tem como eu terminar aqui. Me fala o que se passa nessa cabeça, te conheço a tempo demais para saber que tem mil pensamentos embolados aí.

- Se ela não for? Se ela não gostar de mim? Eu tô apostando minhas fichas nela, mas eu tenho medo, sabe? Me acostumei com o dar errado, que fico assim agora que aparentemente encontrei a pessoa certa. - Laura termina a maquiagem, parando em minha frente dando um olhar tranquilizador.

- Calma, ela vai estar lá. É normal você ficar nervosa. Só não deixa com que as experiências negativas façam você estagnar no meio do caminho. Você tem que se abrir para o novo. Me falou que a Maia parece ser bem experiente, se ela é, então aproveite; e, vá viver teus fetiches de forma gostosa!

Suspiro mais aliviada. Ela tem razão, eu tenho que deixar o medo de lado. A Maia não é as outras, ela não foi a causadora das minhas experiências negativas. É por isso que vou confiante nesse encontro. Me levanto indo olhar no espelho, minha nossa! Estou uma gatinha, vou ter que miar para me comunicar.

- Miau!- Laura ri.

- Miau, miau, também falo gatines, não é só você. Você quer que eu te leve e te busque? Ou, eu levo e ela te traz?-  fala pegando sua bolsa que estava em cima da minha cama.

My story with mommy(BDSM)Onde histórias criam vida. Descubra agora