Bem, eu nem sei se tem algum leitor aqui agora, mas não importa. Eu preciso desabafar e acho conveniente que seja aqui, no fim dessa história.
Eu estava com esses dois capítulos prontos há muito tempo, mas não conseguia postar por medo. Medo de ter feito uma história idiota e ser julgada, medo de ter errado no fim, medo de ter construído algo horrível.
E a verdade é que eu sei que essa história está BEM LONGE de ser perfeita, tudo que eu escrevo está.
E então meu medo veio não pelo fato de produzir coisas ruins, mas pela expectativa gigante que eu coloquei em cada coisa que escrevi até agora. E não, eu não estou falando isso para ganhar algum biscoito porque eu nem sei se tem alguém aqui ainda, droga.Estou falando isso porque sou realista, comecei a "levar a sério" minha escrita há, o que? 4, 5 anos? Nunca tive uma disciplina militar, levei por volta de dois anos (ou mais que isso, já não lembro) pra terminar meu primeiro livro, e tive um projeto em especial nesse tempo que acabou ficando esquecido porque eu não consegui escreve-lo, não consegui dar a complexidade que eu desejava a ele, não fui capaz.
Essa história, bem, essa história foi um devaneio de verão, algo que eu tive que colocar para fora e que me diverti muito fazendo, foi leve, apesar dos dramas, foi fácil, em comparação a tudo o que eu já havia tentado fazer, e me fez feliz enquanto eu escrevia, por isso ela merece o seu lugar aqui.
Mas voltando à disciplina, esse ano tentei colocar toda a disciplina do mundo na minha escrita, escrever religiosamente, dia após dia, mesmo sem ter nada a dizer, mesmo sem estar satisfeita, mesmo estando cansada. E isso funcionou por um tempo... Até que não funcionou mais.
Até que eu passei a temer a página em branco como um demônio temeria a cruz, a ter horror de pensar em escrever, a ter pânico por saber quanto de nós precisamos doar para escrever qualquer coisa que seja, mesmo que seja uma grande porcaria.
Eu abandonei minhas redes sociais literárias, abandonei minha escrita porque eu me senti paralisada, observada, com uma obrigação gigantesca sobre os ombros, uma que eu não poderia arcar, porque eu não posso ajudar outros escritores enquanto eu não ajudar a mim mesma, a minha "criança criativa", como diz o livro que estou lendo.
Enfim, essas são as primeiras palavras que escrevo após um tempo... 2, 3 meses? Não sei...Mas talvez você, caro leitor, esteja se perguntando nesse exato momento: por que então você voltou, merda???!!
E, bom, eu voltei porque ontem eu terminei um livro incrível, que me fez engolir as quase 500 páginas em 4 dias, que me deixou vidrada em cada palavra e acontecimento, que fez meu coração acelerar, que me fez chorar e sorrir com a personagem, e no fim, a última coisa que a autora escreveu me fez sorrir ainda mais porque foi brilhante, inesperado e divertido.
E eu percebi que é por isso que eu amo os livros, que é por isso que eu devo voltar a escrever, mesmo que sejam coisas ruins, afinal, só assim talvez eu consiga chegar a algo tão bom quanto o que foi esse livro que li.
O mais engraçado disso tudo é que vi a autora recebendo muitas críticas, pessoas revoltadas com a história, com o rumo que as coisas tomaram, eu também fiquei, confesso. Mas só até o fim, porque no fim eu entendi que não existem histórias perfeitas, sempre vai ter algo que os críticos querem mudar e, senhor, é TÃO fácil criticar alguém...
Porém, só a gente sabe quanto de dedicação existe ali, quanto existe da nossa alma, do nosso tempo e do nosso amor. Então é só nossa a decisão de continuar, mesmo que nunca dê certo como dá em nossos sonhos mais ousados e incríveis.
Escrever é mesmo uma coisa de gente muito, muito birutinha, que aceita sentar ali e deixar um pedaço da alma, surtar, querer morrer e no segundo seguinte se sentir no melhor lugar da vida. E no fim, eu agradeço toda essa loucura. Se não fosse por ela, nenhum livro de ficção jamais teria sido escrito.
E se você chegou até aqui, muito obrigada, porque a existência dos livros não faz sentido sem você, sem nós, leitores, que amamos essa magia e amamos mais ainda encontrar aquele livro que você abre e mergulha, se joga, esquece de tudo, e deixa todo esse mundo louco para trás.
Então, obrigada por acompanhar a Bela e esse surto, obrigada por me acompanhar, de verdade. Significa muito.
Um beijo grande,
B.
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Perfeito Proibido
RomanceIsabela Ferrarezi sempre andou na linha... Até ser convidada para passar uma semana na fazenda de sua família para comemorar o casamento da prima. Perdida entre seus desejos e frustrações, ela vê uma oportunidade perfeita de conquistar o homem dos...