Superboy

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Boa leitura!
(Capítulo não betado)
Alerta de gatilho para menções de pedofilia e tentativa de abuso sexual.

Zero não sabia onde estava quando Isaac mandou parar o carro. Ele apenas deixou o banco do passageiro e sentou na parte traseira junto com ela. Seu olhar era afiado, mas transmitia uma confiança que ela não podia desviar.

– Eu preciso que você abra bem a boca agora. Tenho que ver uma coisa. Juro que não vai doer. Pelo menos não agora.

Ela teve o impulso de trincar o queixo, e ainda assim, os dedos de Isaac estavam sob seu queixo, com aquela delicadeza estranha para alguém acostumada a um tratamento rude desde que se entendia por gente. Devagar ela entreabriu os lábios e foi esticando a mandíbula pouco à pouco, até que Isaac pudesse ver seus molares.

– Achei. Agora, eu vou precisar que você fique bem quieta – ele instruiu enquanto aproximava a pinça de seu rosto.

Zero queria muito fechar os dentes na mão de Isaac. O bruxo levou uns bons segundos para puxar a coisa de seu dente e doeu como uma picada de agulha. A garota tinha os olhos azuis arregalados acompanhando a coisinha minúscula. 

– É o rastreador? – Ayla questionou.

– Não, é uma escuta – disse, antes de esmagar o micro aparelho com a pinça. – Vamos ter que levá-la a um hospital quando chegarmos em Dallas. As gêmeas vão ajudar. Se eu estiver certo, essa coisa deve estar na cabeça dela.

– Q-que coisa? – Zero indagou, vendo Isaac voltar ao banco da frente.

– Nada que possa ser resolvido agora, Zero. Pode se acalmar por enquanto. Quanto a você, Isaac. Com qual das duas você tá transando?

– Por que acha que eu tô transando com elas?

– Eu perguntei "qual" Isaac. Não acredito que tá fodendo com as duas. Elas sabem disso. Oh céus! É com as duas? Isso não é incesto?

– Olha, elas fazem tudo juntas. Tudo mesmo. E elas não saem do meu pé, eu não vou dar um aneurisma em uma garota. Não é educado.

– Desde quando você é educado?

– Desde que me tornei professor. Tenho que dar o exemplo. 

Zero observava a interação inusitada como uma partida de ping pong enquanto esticava a bainha da camisa entre os dedos, sem saber exatamente o que fazer ou que vinhaa seguir.

– Mas esse não é o foco aqui, mocinha. Você foi feita de refém por uma loira azeda. O que aconteceu com você? Não tá praticando!

– Eu tô vivendo uma vida normal, longe do perigo e do sobrenatural. 

– É, eu tô vendo.

– Não era esperado. Ela tava vagando por aí, matando gente. Não seria responsável deixá-la por aí. 

– E é aí que entram os salvadores?

– Sim, Damon.

***

Jade e Crystal eram facilmente reconhecidas no meio sobrenatural. Elas eram o único par de vampiros gêmeos idênticos que se tinha notícia. Era curioso pensar que as duas se transformaram possivelmente ao mesmo tempo. E elas provavelmente tinham uma ligação forte, que se intensificou com a transição. Até seus movimentos eram perfeitamente sincronizados enquanto tomavam a liderança do caminho, como se fossem as donas do lugar.

Zero parecia fascinada com as irmãs. Provavelmente estava curiosa pela semelhança, agora que ela podia realmente olhar sem o perigo cercando o grupo. O apartamento do bruxo era pequeno, com cores neutras e cheio de bugigangas esotéricas. Sua estante não cabia todos os livros que tinha, e o cheiro de estoraque havia a muito tempo se impregnando na mobilia. Sua arte estava em todo lugar.

Zero - Klaus MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora