Love from the stars | [Sungtaro]

# third

Hey, welcome!

⚠️Avisinho rápido:

Esse capítulo terá referência e representação forte de uma crise de ansiedade. Portanto, se não se sentir confortável lendo algo do tipo, peço que pule a parte que começar com "Fechei a porta com força,... " Deixei um espaço para saber quando ele tiver acabado.

Essa parte não terá tanta relevância na história em si, mas achei um pouco necessário escrevê-lo pelos acontecimentos anteriores a ele.

Enfim, perdão se houver algum erro na escrita e boa leitura a todos!
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Eu sempre me considerei quieto e calmo, minha mãe dizia que eu havia puxado para a personalidade dela. Eu queria ser mais extrovertido, mais amigável, mas era tão difícil confiar nas pessoas...

Sou Osaki Shotaro. Um garoto japonês que é tímido e que gosta de ler mangás e de dançar. Simples, esse sou eu, não há muito a acrescentar.

Era um novo dia que se iniciava, e meu corpo ainda estava muito cansado pelas horas de trabalho na noite anterior. Mas eu não posso reclamar, eu precisava daquele emprego, mesmo que eu tenha que ficar a noite inteira acordado tendo que atender pessoas que vão comprar miojo e café em plenas 23:00 da noite.

Me levanto lentamente, sentindo minhas articulações estalarem com o esforço. Ainda eram 6:10, ainda havia tempo para me arrumar e tomar um pouco de café antes de chegar à  escola.

Depois de um bom banho com água bem fria para despertar, eu pego um dos meus moletons para vestir junto com uma calça escura qualquer.

Meus adesivos haviam molhado durante o banho, eu precisava trocá-los logo para não desbotarem em minha pele.

- Mais um dia se inicia, só não sei se vai ser melhor ou pior que os outros. - Eu dizia enquanto observava minha imagem no espelho do banheiro. Eu odiava como eu parecia destruído pelas manhãs, era como se um caminhão tivesse passado por mim. Percebo que meus cortes haviam cicatrizado bastante, então apenas passo um pouco de base da cor da minha pele para esconder. Bom, pelo menos deu pra encobrir bastante.

Olhei para meu celular novamente, eram ainda 6:30, respirei profundamente para criar coragem e enfrentar o mundo de fora do meu quarto.

Após trancar a porta do mesmo, fui em direção a cozinha, tudo estava limpo graças ao meu esforço de ter arrumado à noite, enquanto meu pai dormia.

Cheguei perto dos armários e procurei algo para me alimentar, a única coisa que eu consegui encontrar que fosse "saudável" era uma caixa de cereais que eu havia comprado a uma semana, e também um pacote dos meus biscoitos favoritos. Guardei na minha mochila para comer na escola, nunca se sabe.

Decidi apenas comer aquele cereal rapidamente para então sair. A pior parte era o silêncio que se instalava naquele lugar que um dia foi cheio de vida e de alegria. Agora, os únicos sons que ressoavam pela casa eram os que vinham da rua, como os carros e os pedestres.

Eram 6:40 quando eu estava pronto para sair de casa. Peguei meu celular, escovei os dentes e peguei as chaves reservas caso eu precisasse.

Passei pela sala de estar, vendo meu pai ali deitado no sofá, do seu lado uma garrafa de bebida que eu nunca ouvi falar, a sua posição meio "largada" parecia muito desconfortável.

Vi o mesmo resmungar algumas palavras desconexas antes de me virar para a porta e sair. Às vezes eu queria realmente poder ir embora e nunca mais voltar, e recuperar o meu eu que era realmente feliz. A única coisa que me mantinha preso naquela vida era aquele homem que estava sempre embriagado demais para perceber minha presença, aquele que um dia prometeu estar comigo em todas as situações, cuidar de mim e me proteger a qualquer custo, agora apenas ignorava minha existência.