The Lady In My Life [KarLena]

Um agradável passeio com Kara Danvers.

Pov Lena

Passou uma semana desde que Mike e eu visitamos a mansão de sua mãe juntos pela primeira vez e cá estamos novamente. Não vejo a hora de reencontrar Kara. Nos últimos dias trocamos mensagens com frequência e descobrimos novas coisas em comum. Combinamos, inclusive, fazer um passeio por pontos turísticos de Boston que ambas gostamos.

A princípio, Mike não reagiu muito bem ao saber que na semana anterior conversei com ela quase todos os dias. No momento que falei do passeio que faremos juntas, ele quase infartou, dando chilique. Mas, relembrei da ameaça que fiz no último final de semana e, mesmo contrariado, resolveu ser mais razoável. Durante a nossa saída, ele pretende ir com o pai a um jogo do Celtics.

Como da vez anterior, fomos recebidos por Eliza, que nos saúda com cortesia, embora friamente. Ela está mais uma vez elegantíssima em seus trajes impecáveis.

Logo após as saudações corteses, não me contenho e pergunto por Kara, mas tento não demonstrar muito a minha ansiedade. No entanto, noto que tanto Eliza quanto meu namorado ficam incomodados com a súbita pergunta. Presumo que por motivos diferentes: ele por ciúmes e ela por ter chamado "seu Karl" de Kara.

A sra. Braun pigarreia um pouco, claramente para disfarçar o desconforto e, recobrando a pose altiva, responde secamente: — Karl está no estúdio trabalhando.

Como a resposta dela soou meio ríspida, fico calada e apenas desejo intimamente que Kara apareça logo na sala. Enquanto isso, observo-os conversando e, vez ou outra, sorrio parecendo interessada no que falam, mesmo meu pensamento não estando neles.

Dali a pouco, Barry e Iris chegam unindo-se ao grupo. Como são duas pessoas mais simpáticas e agradáveis, resolvo me distrair passando a interagir com o casal, ao mesmo tempo em que Mike segue conversando com a mãe, falando sobre seu desejo de, no futuro, abrir uma clínica em Boston.

Apesar de agora estar mais envolvida com o papo deles, de vez em quando, olho disfarçadamente para a porta da sala onde estamos, querendo que ela se abra e uma loira alta e bonita nos presenteie com sua encantadora presença.

Ao lançar um desses olhares esperançosos para a porta, vejo-a abrir e imagino que meu desejo será realizado. Mas, na realidade, quem aparece é o mordomo, Sr. Edge, que se dirige, um pouco nervoso, à dona da casa.

— Senhora, "K" se machucou e está sangrando um pouco. Pediu-me para não avisá-la, só que fiquei preocupado e achei melhor fazê-lo — explica, com a postura formal típica da função que ocupa, e deduzo que "K" só pode ser Kara, embora não saiba por que ele a chama assim.

Após sua fala, a expressão de Eliza muda radicalmente, adquirindo um ar apavorado.

— Peço tanto para Karl não manusear objetos cortantes... Ele tem um tipo raro de sangue — diz, como se explicasse o motivo de sua angústia — Ainda bem que Mike está aqui para doar, se for necessário — acrescenta, um pouco mais relaxada, olhando para meu namorado.

Apesar de ficar apreensiva também, imagino que o caso não seja para doação de sangue. E seu exagero me faz lembrar o que Kara falou sobre Eliza perder a compostura e a linha quando o assunto são os filhos. Imagino que os outros também pensem assim, mas talvez contagiados pela aflição de Eliza, todos seguem em caravana para o quarto em busca da "acidentada", já que Morgan nos informou que a encontraríamos lá.

A matriarca da família abre a porta do dormitório sem bater, entrando no espaço feito um furacão e nós espelhamos sua ação, embora mais comedidos.

Olha em todo o quarto e, por não ver Kara em nenhum dos lados, indaga, aos berros: — Meu filho, cadê você?

— Calma, mamãe... Estou no banheiro! — ouvimos a voz dela por trás de uma porta lateral, que é aberta em seguida.