No camping com Kara Danvers.

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Pov Kara

Depois da virada de ano perfeita que passamos ontem, voltamos para o apartamento de Lena e coroamos a noite fazendo amor até que os primeiros raios de sol surgissem no céu de Nova Iorque.

Mas, como não tenho o hábito de dormir até tarde, às nove horas já estou de pé. Após fazer uma rápida higiene pessoal, vou à cozinha preparar o café da manhã da minha namorada, que permanece dormindo abraçada a um dos travesseiros.

Prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo, ponho mãos à obra, começando com uns sanduíches leves. Lavo também algumas folhas de couve, jogando-as dentro do liquidificador, misturando laranja e linhaça. Pego uma melancia enorme que encontrei na geladeira e passo a cortá-la. Porém, sou interrompida pelo som da campainha tocando ruidosamente.

Caminho até a sala, imaginando quem será a esta hora, em um dia de feriado. Observo através do olho mágico e, imediatamente, reconheço Andrea acompanhada por um homem calvo e de barba grisalha, aparentando uns 65 anos. Apesar de nunca tê-lo visto antes, não demoro muito para presumir ser o pai de Lena.

Abro a porta, ainda surpresa com a visita mais do que inesperada.

Andrea me cumprimenta alegremente, abraçando-me e beijando minha bochecha provavelmente corada: - Feliz ano novo, Kara!

Ainda da porta faz as apresentações:

- Este é meu pai, León Rojas Luthor. Pai, esta é Kara Danvers.

Cumprimento o homem que permanecera até então parado, encarando-me. Trocamos um aperto de mão e ele sorri para mim. Parece simpático, mas isso não é suficiente para diminuir o meu desconforto com a situação.

Convido-os a entrar e, aí sim, passo a me sentir mais estranha, tendo que fazer as vezes de dona de um apartamento no qual também sou visita.

Vamos para a sala, onde León senta no sofá aparentando estar bem à vontade com tudo. 

Andrea, de pé, fala: 

- Desculpa, Kara, mas eu estou morrendo de fome, porque papai não me deixou comer antes de sair. Ele estava muito ansioso para vir conversar com você e Lena. Então, vou ver o que tem de interessante na cozinha. - Esfrega as mãos, desaparecendo da sala sem me dar tempo de responder nada.

Fico sozinha, pela primeira vez, com o pai de Lena. Enfio as mãos nos bolsos da calça e o olho de soslaio. Tenho a impressão que estou transpirando nervosismo por todos os poros.

"O que será que ele quer falar conosco tão urgentemente?" - Penso, enquanto sorrio para León de forma não muito natural, tentando antever em sua expressão o que o traz aqui, mas falho totalmente, porque apesar de ter parecido simpático, agora está impassível.

- Com licença, vou chamar Lena. - Digo, imaginando que ele aguarda a presença da filha para começar a falar.

- Obrigado. - Agradece, antes que eu deixe a sala em busca dela.

Entro no quarto, como as cortinas da sacada estão fechadas, acendo o abajur e me debruço sobre a cama, onde ela ainda dorme, com os cabelos esparramados em um dos travesseiros. Está tão serena, que dá até pena ter que despertá-la, o que faço da forma mais carinhosa possível.

- Acorde, amor. Seu pai e sua irmã estão aqui. - Falo, acariciando o seu rosto.

Apesar do meu cuidado, abre os olhos assustada. Passando a mão pelos cabelos e senta-se na cama, imediatamente. Noto que ela também ficou um pouco apreensiva.

- O que vieram fazer?

- Andrea veio comer. - Brinco, para diminuir a tensão. - Quanto ao seu pai, ele quer falar conosco, só que não disse sobre o quê.

The Lady In My Life [KarLena]Onde histórias criam vida. Descubra agora