O espetáculo não pode parar

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A indústria do entretenimento e artes em geral, cresceu muito nos últimos anos; isso é um fato incontestável, no entanto, os antigos preconceitos perduram.

É comum depararmo–nos com o conceito de que, artista bem-sucedido possui um perfil de beleza, "a fulana é tão linda que parece artista", mas quando seu filho, ou alguém próximo decide seguir a gama da arte, torna–se uma incerteza de futuro e foi exatamente o que aconteceu com Dilan. 

O caso de Chloe foi um pouco diferente, seus pais decidiram que sobreviveriam do talento da filha.

Quando ela publicou o livro, ainda era menor de idade. Embora "Garotos de rua" não fosse uma escrita inocente, acabou caindo no gosto popular jovem por seus conflitos e trama. Quem poderia imaginar que faltariam palavras nas mãos da escritora?

A agência de acompanhantes não era o que Dilan considerava ideal para sua vida, no entanto, era extremamente diferente do que acreditou que pudesse ser

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A agência de acompanhantes não era o que Dilan considerava ideal para sua vida, no entanto, era extremamente diferente do que acreditou que pudesse ser. As clientes, geralmente eram  viúvas que o contratavam para acompanhá–las em eventos, noites de gala e teatro. As propostas para relações sexuais eram poucas, mas existiam. Sua exclusão desta possibilidade reduzia as oportunidades de trabalho, ainda assim, era o suficiente para que pudesse continuar com o seu sonho.

Procurava incansavelmente por um papel, precisava atuar. Vez ou outra, naqueles momentos de solidão quando Pierrot passava semanas sem aparecer, Dilan duvidava de sua escolha e sentia que atuar pudesse não ser o seu destino. Os elogios que recebia dos professores o estimulavam, mas não era suficiente. E se aquela não fosse para ser a sua vida?

Enquanto estas dúvidas atormentavam as noites do homem que, saiu do interior para tentar a sorte na cidade grande percorrendo seus instintos, do outro lado, Chloe repreendia–se por não ter capacidade de superar as expectativas que todos a depositavam.

— Ainda não disse o que achou dos primeiros capítulos...
— O que achou do que escreveu? Você leu?
— Como assim se eu li? Eu escrevi!
— Está muito ruim amor! Não faz essa cara! Leia em voz alta! Se quiser, posso ler para você...
— Sei o quanto é ruim o que escrevi! Tinha que saber se seria mesmo imparcial em seu julgamento.

Ela tentou fugir da discussão, mas San queria vê-la admitir que tinha algo de errado, Chloe quase se convenceu disso. As notícias do casal nos tabloides surpreendiam a todos, as fotos o trazia apaixonado enquanto ela, nunca o encarava com verdade. O público se dividia entre os que torciam pelos dois e os que não se convenciam do relacionamento.

A pressão sobre a entrega de ao menos um capítulo estava deixando Chloe em seu limite, pensou e repensou sobre que história queria entregar para seus leitores e acabou rendendo–se para a possibilidade de um laboratório criativo.

— Me diz querida, o que ou quantos personagens precisa?
— Penso em começar com um único personagem, mas antes, gostaria que me permitisse o título da obra.
— Porque tenho que permitir?
— Meu livro vai se chamar... casarão da rua quinze...
— Isso é fenomenal criança! Ser inspiração para a sua obra será gratificante!
— Como funciona a contratação?
— Quais as características de seu personagem?
— Preciso de um ator; um de verdade.
— É sua única exigência?
— Terá que assinar um contrato de comprometimento.
— Todos têm.

Quem e o QueOnde histórias criam vida. Descubra agora