Quando duas pessoas se encontram, geralmente é acaso, mas vez ou outra, percebemos a correria apavorada do universo para que as coisas possam acontecer.
Se observar com cautela, poderá sentir quando o mundo tem pressa para que a história desenrole...
Dilan e Chloe eram vistos como o casal mais genial dos últimos tempos. Assinaram com seis marcas diferentes, estampavam outdoors que divulgavam desde roupas até produtos de sexy shop; uma perfumaria desenvolveu uma fragrância especial para os dois. Chloe enviava para a editora o último capítulo, entravam em recesso para as festas de final de ano; encerraram a jornada de oito meses desde que começaram com o primeiro encontro na casa de Vitória, o casarão da rua quinze.
Mudaram–se para uma cobertura no Palace Tree, o residencial mais almejado de Costa verde, eram celebridades na internet, rádio e televisão.
Mesmo com a mudança, permaneceram com o apartamento de Dilan no Franco, bairro humilde perdido em meio a cidade grande e sofisticada, era o refúgio e ateliê dos dois.
Com o fim do livro, brotava a incerteza de tudo que deixaram para resolver depois, era a hora de deixar Julia e Morfeu adormecerem e renascerem como Dilan e Chloe. Uma separação difícil.
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— Meus pais ligaram, querem saber se podemos passar o Natal com eles. — Acha uma boa ideia? — Bem, penso que precisamos de um tempo longe das câmeras, um tempo em família... Nosso contrato está no fim e não quero ser um desses casais de propaganda, quero memórias que só nos dois teremos... — Vou adorar. — respondeu Chloe esperançosa.
Havia um tempo já que ela estava infeliz com a rotina que tinham. Nada contra a rotina, Chloe adorava, contudo, o romance dissipava por seus dedos. Desde que encerraram os laboratórios aos sábados à tarde, mal passavam um tempo a sós; chegavam tão tarde e tão cansados, que amornava toda a paixão que os fez se descobrirem meses atrás. A viagem para a casa dos pais de Dilan seria uma esperança de continuarem de onde pararam.
— Amor, é seu telefone tocando, vou ajeitar as coisas no carro. Tem certeza que não quer pegar um avião? São seis horas de estrada! — Número desconhecido, quarta vez hoje. Nada de avião — contestou ela chateada pelas mudanças no comportamento de Dilan. — Alô, tem três segundos até que eu desligue o telefone. — Não faz cara de surpresa, é o Pierrot. Não fala para o Morfeu. — E, porque não? — Preciso falar mal dele e se souber que está falando comigo, não vai ter sentido doce Colombina. — Eu não devia, mas penso que posso fazer isso. — pronunciou Chloe cautelosa. — Quem é amor? Não vamos nos atrasar, tudo bem? — questionou Dilan curioso. — "Telemarketing" — disse Chloe constrangida por mentir. — Jura? "Telemarketing"? Não responde, ele é esperto. Morfeu está por perto, se estiver fala o nome da sua comida preferida. — Sushi. — Que mau gosto! Tenho que salvar a sua vida. Natal na casa da família dele azul, na sua, roxo. — Azul... — Que chato, queria raptar você... Estou com ódio do Morfeu, preciso destilar minha raiva se não vou explodir! Vi na última entrevista, evitou dar as mãos para ele, está te olhando não está? Se está me fala o melhor café de Costa Verde. — Como sabe? Não sei, costumava ser o Odin pub. — Ai que ódio que tenho de vocês, estrelas! Salva meu contato como Flora, responde no chat e nada de me ignorar! — Flora? — Seria meu nome se eu nascesse mais feminina. A verdade, Teller, é que preciso conversar. Estou a um passo de cometer uma loucura, mas Morfeu decidiu esquecer os amigos. — Quer que eu vá ai? — Não vou acabar com as festas de vocês, mas por favor, não me ignore! Não tenho mais ninguém. — E a sua casa? — Não viu o jornal? Família de circo presa por tráfico e prostituição? Por sorte estava bêbado de mais para estar com a família. — Céus, que loucura! — Chloe estava em choque. — Algum problema, amor? — questionou Dilan preocupado.