cadê o nosso filho? ➤ howard stark, ᴘᴛ 2

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Nesse imagine, vamos dispensar a real data de nascimento do Tony e vamos imaginar o Howard jovem e bonitão.

Espero que gostem!


ᴄᴏɴᴛɪɴᴜᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ: ᴘᴇʀsɪsᴛᴇɴᴛ

ᴀɴᴏs ᴅᴇᴘᴏɪs...

— Cadê o nosso filho?

Howard elevou o olhar concentrado do livro em suas mãos e franziu o cenho na minha direção, endireitando sua postura na poltrona confortável. Stark estava sentado ali sabe se lá há sabe-se lá quanto tempo após a minha breve saída para o centro da cidade— que, eu tenho certeza, não deve ter levado mais do que meia hora. Mas, aparentemente, fora o período de tempo perfeito para que Howard resolvesse tirar uma folguinha.

— Como assim "cadê o nosso filho"? Ele está bem...—Howard apontou de modo indignado para o tapete felpudo no chão da grande sala, onde alguns pares de brinquedos estavam espalhados por toda a sua extensão.— ... bem perdido?

Respirei fundo.

— Você literalmente perdeu...— comecei, gesticulando com as mãos na direção de Howard para expressar toda a minha raiva reclusa.— O seu próprio filho...— aproximei-me dele, obrigando-o a baixar o livro da altura dos seus olhos.— Dentro da nossa própria casa?

Howard elevou uma das sobrancelhas e deu de ombros de modo despreocupado, deixando-me mais tentada ainda à enforcá-lo ali mesmo.

— Você não tem noção do perigo que nós estamos sofrendo ao deixar Tony perambulando por aí sem supervisão...— eu expliquei calmamente, virando de costas para Howard enquanto ia em direção a porta da grande sala.

— Ainda não entendi que perigo tão preocupante é esse.

Parei de caminhar entre a porta da sala que separava o cômodo do corredor, girando meu corpo nos calcanhares para encarar Howard mais uma vez.

— Da última vez ele literalmente desmontou o nosso rádio e o nosso aquecedor térmico com uma única chave de fenda. 

Howard deu de ombros.

— Puxou ao pai.

Sem mais nenhum resquício de paciência para continuar discutindo com Stark eu irrompi no corredor em passos largos e pesados na direção da pequena oficina no interior da casa, onde nós mantínhamos as invenções testes antes de levá-las para a oficina principal na cidade. Ao chegar na porta do cômodo, posicionei minha mão sobre a maçaneta e subitamente percebi que ela estava destrancada, o que só aumentava a porcentagem das minhas suspeitas.

Abaixei-me no chão e recolhi lentamente os dois finos grampos de cabelo largados ali, analisando-os meticulosamente por alguns segundos.

— Além de tecnologia ele está aprendendo a arte de invadir lugares.— eu comentei ao notar a rápida aproximação de Howard no corredor atrás de mim, levantando-me do chão enquanto finalmente abria a porta da oficina em um empurrão, adentrando o local logo em seguida.

Sentado em cima da mesa principal da oficina, a figura infantil de Tony estava concentrada nas diversas peças e fios soltos em cima da superfície da mesma, enquanto ele mexia e remexia diversas vezes nos objetos ainda sem notar a nossa presença ali.

— Anthony. Edward. Stark.— o chamei calmamente, fazendo com que seu nome completo soasse como um chamado maléfico de algum ser do submundo.

— Não me chame de Anthony, por favor. Até parece que está brava comigo.— a criança respondeu de modo despreocupado sem ao menos elevar os olhos da mesa para encarar-me.

— Quantos anos ele tem mesmo?— Howard perguntou ao meu lado, apontando para a criança em cima da mesa.

— Não sabe a idade do seu próprio filho?—questionei desacreditada, levando ambas as mãos à cintura enquanto virava-me na direção de Howard.

— Eu sei quantos anos ele tem, oras. É que, em momentos como esse, eu duvido muito que ele possa ser apenas uma criança.

— Ele tem dez anos.— respondi.—Dez anos e já bota o terror na oficina.

— Puxou ao pai.— Howard aproximou-se de Tony sentado sobre a mesa da oficina e afagou os cabelos pretos da criança com uma das mãos.— E a mãe, claro.

— O que é isso mesmo?— o pequeno Stark levantou um pequeno emaranhado de fios da bagunça em cima da mesa na direção de Howard.

— Fios de cobre.— o homem respondeu, observando Tony recolocar os fios sobre a mesa mais uma vez. Howard virou-se na minha direção e arregalou os olhos.— Eu tenho medo dessa criança.

— Não fale isso. Ele é seu filho.— eu o repreendi, aproximando-me de Tony.— O que você descobriu aí?

A criança ergueu seu olhar concentrado das diversas peças na mesa abaixo de si e, limpando a garganta como se fosse começar um discurso, ele pôs-se a falar em um tom muito profissional e decidido:

— Descobri que os fios de cobre são excelentes condutores de energia e que possivelmente você vai poder usá-los na sua próxima invenção, papai. Eu vi os manuscritos.— Tony parou de falar por alguns segundos apenas para juntar um montinho de peças em concha em ambas as suas mãos.— E essas aqui estão enferrujadas pra caramba. Não vão prestar para muita coisa não.

Arregalei os olhos na direção de Howard.

— O que essa criança tem?— ele perguntou antes de mim, gesticulando na direção de Tony.

— Inteligência.— respondi, aproximando-me mais da criança.—Onde aprendeu isso tudo?

Tony deu de ombros.

— É bem óbvio, na verdade.

— Não é óbvio nada, garoto.— Howard interviu.— Na sua idade eu comia terra.— ele parou para pensar por alguns segundos.— E também invadia a oficina do meu pai. Mas com menos frequência do que você.

Tony abriu a boca para responder algo, mas foi imediatamente cortado quando eu pressionei levemente a minha mão contra a sua boca em um ato decisivo para evitar futuros conflitos.

— Não vai querer brigar com um prodígio.— alertei à Howard, recebendo um resmungo seu em resposta.— Mas eu acho que ele realmente tem a mente voltada tecnologia e às invenções.

Howard levou ambas as mãos à sua cintura e olhou-me de modo tedioso.

— Você acha?

— Não vou discutir com você.— cortei-o no mesmo instante, ajudando Tony a descer da mesa.— Vamos, pequeno Stark.

Tony pulou da mesa com a minha ajuda e sorriu na direção do seu pai, erguendo uma das mãos em sinal de paz usando o dedo indicador e o dedo médio para imitar o símbolo.

— Cínico igual à você.— sorri para Howard ao passar reto pelo menos em direção à saída da oficina, recebendo um resmungo indignado do homem em resposta.


.ೃ࿐ whatever it takes .ೃ࿐  𝐼𝑚𝑎𝑔𝑖𝑛𝑒𝑠 𝑀𝑎𝑟𝑣𝑒𝑙Onde histórias criam vida. Descubra agora