━━ capítulo 1.

4.9K 544 1.4K
                                    

TW:Automutilação, tentativa de suicídio e agressão.

pov s/n.

Lá estava eu, mais uma vez jogada no chão após uma série de agressões do meu pai. Eu não conseguia entender o que eu fiz de errado para isso, minha cabeça estava cheia de paranoias. O chão estava frio, meus machucados estavam expostos e doendo.

─ Essa garota não presta pra nada! ─ Meu pai dizia, saindo do quarto.

Eu tento levantar, me falta forças. Eu estava sem comer direito fazia uns dias, não sentia fome para isso. Meus pais não faziam questão de me fazer comer também, então, cá estou eu.

─ Que merda! ─ a garota afirmava, tentando se levantar novamente.

Na segunda vez eu consigo, caminho para meu quarto e vou para o banheiro. Lá é o meu lugar seguro. Conseguia ser eu mesma, não tinha medo de ninguém ali.

Caminhei até a pia e abri a gaveta dela, pegando uma faixa e uma lâmina. Depois disso, eu só senti um apagão, quando me dei conta, meu braço estava novamente sangrando, meus machucados estavam mais feios e os cortes em meu braço estavam fundos e ardendo. Eu estava acostumada com isso, meu corpo inteiro tinha cortes e machucados.

Em um ato rápido, entro no chuveiro e lavo todos os machucados. Eles doíam demais, não paravam de arder. Quando terminei meu banho, fiquei sentada no chão, deixando a água cair na minha cabeça, foi ai que eu lembrei do meu tio Jack.

─ Sobrinha, sempre que precisar, pode me falar! Eu sei como os seus pais são, não é normal eles te baterem desse jeito. Olha seu estado, cheia de curativos e cortes no braço por recaídas. Toma meu número, ligue sempre que precisar. Posso não ser presente, mas se precisar, estou aqui.

Com um fio de esperança, saí do banheiro, já seca e com os machucados cobertos por esparadrapos. Meu braço estava exposto e ainda sangrava um pouco, dava para ignorar. Peguei meu celular e liguei para o meu tio, chamou várias vezes, eu ia desistir, a ideia era horrível. Comecei a ter uma crise de ansiedade, meu corpo ficou frio e eu comecei a tremer. Desliguei. Peguei um moletom qualquer e vesti. Estava muito calor, mas eu não me importava. Já estava acostumada com aquilo.

Alguns minutos se passam, eu estava deitada novamente no chão frio, olhando para o teto. Meu braço e meus machucados ainda ardiam, eu tentava ignorar o máximo. Sentia que a minha cabeça iria explodir de dor. Estava chovendo e parecia que o tempo tinha parado. Quando eu olho para o meu celular, meu tio estava me ligando.

─ [Nome]! Me desculpe, eu estava em uma reunião, não deixei o celular com notificação. O que aconteceu? Precisa de algo? ─ Ele dizia meio eufórico, estava tenso e preocupado.

─ O-oi, tio! Tudo bem, não quero atrapalhar. Só...Ah! Nada! ─ Estava tentando não gaguejar ou deixar minha voz falhar.

─ Sobrinha, não minta pra mim. Seu pai fez de novo, né? Eu estou indo te buscar. Vou colocar todos eles nas justiça e pegar sua guarda. Estou a caminho, arrume suas coisas, chego em duas horas. ─ Logo em seguida, ele desliga a chamada.

[ . . . ]

Três anos se passaram, fiquei meu primeiro ano morando com meu tio, eu estudava em casa, não tinha coragem ainda para lidar com o mundo. Jack respeitou isso, sempre tentava ficar em casa para cuidar de mim. Ele contratou uma empregada e uma professora particular. Eu só saia de casa para fazer compras com ele e ir me divertir. O mais velho contratou alguns professores de luta, dizia que eu precisa saber me defender.

𝐖𝐄'𝐑𝐄 𝐇𝐎𝐌𝐄, Tokyo Revengers.Onde histórias criam vida. Descubra agora