Aquele do dia dos namorados

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Era incrível como três semanas passaram rápido demais. Em um dia estavam voltando para Hogwarts e no outro estavam ou se vangloriando ou se desesperando por não terem um par romântico.

O maldito - ou bendito - dia dos namorados enfim tinha chegado.

Não só a torre da grifinória como TODO o castelo estava um verdadeiro caos! Explosões de flores para cá, aviõezinhos de papel voando para outro lado como se não fosse uma instituição de ensino em dia de aula. Lilly Evans mesmo mal sabia onde enfiar o seu rosto após receber o terceiro buquê de flores naquele dia.

- Flores para outra flor! - James declamava sempre que aparecia com mais um buquê, roubando um beijo de tirar o fôlego tanto da namorada quanto de terceiros.

Os professores já haviam chegado em um ponto que sequer tentavam conter a dispersão, apenas tendo aceitado que era impossível competir com a expectativa de um encontro. Se por um lado James estava paparicando Lilly mais do que o normal, as coisas não estavam indo tão bem assim para os outros marotos.

Quer dizer, não iam bem por eles não quererem assim. Apesar de Sirius ter distribuído diversos cartõezinhos, nenhum deles foi retornado. Aquele cachorro tinha conseguido manchar a sua reputação com todas as garotas namoráveis e não namoráveis daquela escola - mas isso não significava que ele tivesse ficado de mãos abanando, não! Infelizmente para ele, a única resposta que recebeu foi de Marlene Mckinnon a única pessoa que ele não havia mandado nada. Mas apesar de tudo, ela não forçava mais nenhuma aproximação desde o dia da volta às aulas - o que não significava que ele pudesse dar bobeira por aí.

Arrastando seus dois amigos solteiros, Sirius procurava passar despercebido por uma certa garota alta e morena - entretanto estava disponível para qualquer outra que quisesse um pouco de atenção. Era especificamente no horário vago após o almoço que as coisas começaram a ficar intensas.

- Quer mesmo passar por aí? - Remus perguntou apavorado para o amigo.

- Se não formos por aqui, não teremos como sair. O jeito é arriscar. - Sirius falou com um pouco de medo na voz. - No três.

- TRÊS! - Peter berrou, saindo na frente dos dois e cobrindo sua cabeça da melhor maneira que podia.

Quem escutasse pensaria que eles estavam prestes a abandonar uma trincheira e correr por um descampado em meio a rajadas de balas, e apesar de ser infinitamente mais inofensivo do que aquele cenário de guerra, o pensamento não estava de todo errado. Todo o corredor da ala oeste do castelo havia se transformado em passagem para cartões e aviões encantados, podendo machucar seriamente quem se arriscasse naquele horário , isso sem falar nas corujas que carregavam diversos embrulhos de presentes.

Mas eles conviviam com um lobisomem, o que era um corte de papel ou um avião no olho se comparado a Aluado em plena lua cheia?

Saindo em disparada, Peter conseguiu ganhar distância, deixando Sirius e Remus para trás. Indignado, Sirius latiu um palavrão em alto e bom som, disparando atrás do menor, se defendendo da forma que podia dos aviões de papel e suas pontas afiadas.

- Ai, ai, AI! - Ele gritava enquanto era alvejado pela fúria dos convites, não percebendo se Remus tinha o seguido ou não.

Remus era o mais forte dos três, o que podia alcançar velocidade com mais facilidade. E, muito embora ocultasse a maior parte do tempo, ele adorava explosões de energia como aquela. Se Harry, Ronald e Hermione enfrentaram uma série de chaves em seu primeiro ano, Sirius, Peter e Remus enfrentavam papéis enfeitiçados em seu último - com a exceção que um deles achava aquilo tudo muito divertido.

O Uivo Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora