4- Baile infernal.

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Descia do carro com graciosidade. Seus pés tocavam o chão como plumas e mal sentia aquela ansiedade de antes. Estava confiante e conseguia sentir o perfume de uma noite vitoriosa no ar. Nada poderia estragar aquilo. Viu certos casais e solteiros pegarem máscaras que estavam sendo entregues para colocarem na frente de seus olhos, apenas pelo tema da festa, que seria uma coisa de gala. Na realidade, ali estava cheio de pessoas completamente simples, porém aquela 'fantasia' era apenas para ser algo customizado e diferenciado. Para alguns que não gostavam de mostrar seus rostos, caso vissem alguém que conheciam, era uma ótima artimanha. Os bartenders já estavam com muitas pessoas para atenderem, e essas mesmas pareciam completamente prontas para beberem até cair. Esse grupo de pessoas era, da maior parte, solteiros que afogavam as suas lágrimas com álcool. Com certeza não era a direção que Park queria pegar, até porque procurava por alguém que não estivesse chorando na bancada e que bebesse casualmente.

A música era alta e tinha um toque de valsa, perfeita para se dançar à dois, mas dava para ver que alguns que estavam sozinhos aproveitavam muito também. Tentando seduzir pessoas que acharam interessantes, apenas iriam para o meio do movimento e paqueravam à distância, até que o seu pretendente viesse. Ou, se não desse certo, era apenas uma tentativa jogada fora. A noite era uma criança, muitas coisas estavam ali para serem testadas.

— Oh, me desculpe! — Um homem tropeçou no pé de Jimin. — Eu... Ah, que vergonha. Machuquei você?

— Tudo bem, fique tranquilo. Não machucou nada, não. Isso aqui irá passar, logo logo. Muito obrigado por ainda se preocupar e não apenas brigar comigo como se eu fosse o culpado. Isso realmente acontece por aqui. — Deu risada.

— Claro que não! Aliás, qual o seu nome? Aproveitando que já passei por aqui, devo perguntar o nome da pessoa em quem eu quase tropecei. — Sua risada suave e sorriso de canto faziam presença.

— Jimin. Park Jimin, me chame como preferir. E você, qual o seu? Imagino que eu também deva saber o nome do motivo pelo qual eu quase me espatifei no chão. — Segurei a risada e ele levou na brincadeira.

— Jeon Jungkook. Sou novo aqui nessa cidade e fiquei curioso para saber sobre esse baile por aqui. É tudo realmente muito bonito  e animado. A temática também ajuda a dar um clima romântico, mas ao mesmo tempo diverso. Com certeza eu voltarei para cá algum dia, caso tenha algo parecido algum dia.

— Realmente. As pessoas por aqui são muito criativas quando se trata de festejar, elas podem até exagerar, mas sempre de uma forma que compensará no fim. Talvez seja por isso que é um dos lugares mais visitados e procurados quando se trata de coisas customizadas. Os donos do local sabem bem como entreter as pessoas, mesmo que tenham até solteiros em um mesmo lugar. As divisões entre casais e pessoas sozinhas são bem claras, mas ambas acabam se divertindo e esquecendo de seus problemas, mesmo que com inusitadas maneiras. — Ele sentia falta de uma bebida em sua mão. Não queria beber até o momento em que chegara, mas algo parecia ter jogado gasolina dentro de seu fogo interior.

Com o cara ainda o observando por trás de suas costas, andou até o pequeno bar e pediu uma dose de caipirinha. Encostou seus braços no balcão e espiava o bartender enquanto ele fazia aquelas coisas tão rapidamente. Inclusive até atendia outras pessoas enquanto fazia o seu pedido, o que era uma coisa realmente impressionante. Ele era uma pessoa que estava com os olhos em todos os lugares, e ele pôde perceber isso apenas pela sua fala após entregar a bebida em suas mãos:

— Aqui está, senhor. O seu companheiro também vai querer alguma coisa para beber? Quero dizer, eu recomendo você levar um copo de whisky. Ele parece ter cara de quem gosta de bebidas mais rústicas e fortes. O que acha, posso anotar este pedido? — Demorou um pouco para ele perceber que estava falando sobre ele e Jeon, mas assim que abriu os seus olhos, não podia acreditar que estava tão na cara assim.

— Pode fazer também. Veremos se é disso que ele gosta, mesmo. Se ele aceitar, te devo dez reais. Agora se não gostar, você me deve quinze. Combinado? — Fazia acordos com aquela simples pessoa que apenas atendia.

— Pode apostar, ele vai gostar, sim. Apenas dê isso e ele vai cair aos seus pés. E antes que me diga para parar de ser intrometido, não precisa ser vergonhoso. Se divirta, boa noite. Só não vá embora sem pagar a minha aposta. — Sorriu, completamente convencido do que estava falando.

Na sua mão estavam os dois recipientes de vidro, cheios de bebida alcoólica. Jungkook ainda estava parado lá, quase na mesma posição, esperando o menor. Quando ele viu que ele chegava com dois copos de bebida e um deles era whisky, o pegou como se estivesse sedento, agradecendo pela cortesia. Park estava deveras surpreso, já que aquele atendente do bar realmente estava certo sobre o que gostava apenas vendo a aparência do moreno.

— Como você sabia que eu gostava tanto assim dessa bebida? É literalmente a única que eu bebo. Desse jeito, penso que está me observando há meses, como aqueles caras totalmente assustadores que se vêem nos filmes de terror. — Fez uma careta enquanto ingeria.

— Hm... Digamos que eu tenha uma intuição muito boa. Apenas pensei que você tem a cara de quem gosta dessas coisas, então eu te trouxe algo. Afinal, ficar sóbrio numa noite perfeita dessas não parece combinar com uma pessoa como você.

— Está me chamando de bêbado? — Brincou, fingindo estar bravo.

— Não, claro que não! Não foi isso o que eu quis dizer. A minha intenção ao dizer isso é que você tem cara de quem aproveita até o máximo quando tem a oportunidade. — Aumentava o tom de voz gradativamente, já que a música estava alta.

— Claro que sim. — Ele fez uma cara estranha e confusa, ficando um pouco desesperado por um segundo. — Calma... Preciso ir ao banheiro, estou apertado. Alguém está me ligando, também. Já volto, eu prometo a você. Se divirta por enquanto e não esqueça de mim.

— Não esquecerei. — Acenou e ele fez o mesmo, de volta.

Park estava consumido pela curiosidade. Aquilo foi extremamente estranho, querendo ou não.

D4NC1NG W1TH D3M0NS| jjk + pjm. Onde histórias criam vida. Descubra agora