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6- Aprofundamento.

A noite de festa estava em seu fim e os dois perceberam que já era hora de irem embora para seus lares. Park se encontrava bêbado, por conta de todos os drinques que tinha tomado antes e depois de ir àquela pista. Mesmo assim, ainda insistia em ir até o seu carro e dirigir até a sua casa de volta. Jeon insistiu que levasse o garoto, mas ele sempre hesitava com um olhar de desconfiança. Desta vez, ele estava sendo sincero. Ele não queria o machucar, não era a sua intenção. Sabia que, se o deixasse ir para a casa nesta situação, ele sairia machucado de qualquer maneira. Era melhor prevenir do que remediar.

— Você não parece bêbado. Por que quer tanto me levar assim? — Perguntava, curioso, com o resto de sanidade que tinha em seu corpo, que já estava sendo consumida pelas bebidas variadas.

— Aquela dança me ajudou a ficar melhor. Posso te levar embora, sem problemas. Eu quero te ajudar, pois você não está em condições de pegar em um volante nesse momento. Não quero fazer nenhum mal pra ti, eu prometo. Eu te deixo lá e vou diretamente para a minha casa a pé, do mesmo jeito que eu cheguei aqui. Não é como se eu fosse roubar o seu carro enquanto você estivesse dentro, mas se a polícia passar e fizer um teste, saberão que você tem álcool em seu corpo. Eu saberei disfarçar melhor. Me deixe fazer essa gentileza. — Convencê-lo não era tarefa fácil e agora ele estava percebendo isso.

— Tudo bem... Não deveria estar confiando tanto assim, mas também não quero morrer ou ir preso, de qualquer maneira. — Cedeu ao pedido do maior, que deu um sorriso aberto, deixando seus dentes brancos à mostra.

Ambos deixaram o lugar rapidamente, procurando a saída mais próxima, que era no mesmo local pelo qual entraram. O carro estava estacionado em um dos lados da calçada, apenas esperando para ser dirigido. Após ajudar Jimin a entrar no veículo e fazer o mesmo, Jungkook pegou as chaves e as colocou, iniciando o automóvel, que balançou levemente ao ser ligado. Os bancos eram mais do que confortáveis e a brisa de fora podia entrar livremente, batendo em seus rostos da forma mais natural possível. Deixaram os vidros abaixados e então, com suas mãos no voltante, o moreno dirigiu até o endereço que lhe foi dado pela boca do outro. Ele conhecia o lugar muito bem, até porque dizia que tinha parentes na mesma região. As ruas não tinham muito movimento, pareciam mais como um cemitério: sem vida alguma. Os semáforos eram a parte mais entediante do percurso. Por conta de ser uma parte mais próxima do centro da cidade, era cheia de sinalizações, mas após passarem por elas, tudo começou a ficar mais tranquilo. Seus olhos estavam atentos em todos os lugares. Não perdia nenhum movimento, por mais longe que estivesse.

— Apenas vire à esquerda na próxima rua e a segunda casa será a minha. — Ele apontou para o lugar.

Para quem estava com medo, aquela pequena trajetória de volta parecia até tranquila agora. Os dois não se falavam muito como faziam na festa, mas isso era provocado por conta do sono que Park sentia instalado em seu corpo. A cada dois segundos, um bocejo em entonações diferentes saia de seu corpo. O ar quente podia ser visto próximo de seus lábios por conta de ser uma noite consideravelmente fria. Seus braços estavam um pouco expostos, então ele tentou os esconder o máximo que pode, na tentativa de os esquentar longe daquele vento todo.

Chegando na casa do garoto, o carro foi estacionado logo à frente da garagem, pois não tinha certeza se ele queria se o dono do mesmo gostaria de tê-lo estacionado dentro ou fora de sua casa. Ambos desceram e colocaram seus pés nas ruas, com as caras cansadas. Havia sido uma noite extremamente exaustiva e tudo o que Jimin procurava era uma cama quente, na qual poderia jogar o seu corpo em cima e dormir até quando sentir vontade de se levantar.

— E como você vai embora para a sua casa? — Perguntou, se referindo ao maior, que sorriu, como se aquela fosse uma pergunta boba.

— Chamarei um táxi, pode ficar tranquilo. É um pouco tarde, mas eu conheço um próximo daqui que é aberto vinte e quatro horas por dia. Eles virão em breve, assim que eu chamá-los. Vou apenas esperar você entrar e já ligarei, aqui estão suas chaves. Boa noite, senhor Park. — Entregou as mesmas em suas mãos, intactas.

— Nem pensar! Não deixarei você esperando aqui fora pelo táxi, ainda mais neste frio. Ficarei aqui esperando também. Posso muito bem ficar com os olhos abertos. Fiquei desse mesmo jeito a noite inteira, o que são mais alguns minutos, não é mesmo? Aliás, aproveitando o assunto, você poderia me passar o seu número? Assim poderíamos nos conectar mais, pois você fez uma gentileza dessas por mim. Deveria te agradecer também, enfim... Só fui teimoso no começo por receio. — Se sentia preso em seu próprio constrangimento, como se fossem tentáculos agarrando as pernas do seu humor atual, tentando o corromper.

— Tudo bem, então, aqui está meu número! Agora vou chamar a minha carona. — Ele o fez rir, e os dois apenas esperaram sentados na calçada após a ligação ter sido feita.

Era uma sensação tão nostálgica para eles aquele momento. Se sentiam dois amigos de infância, conversando e rindo enquanto a brisa gelada batia em suas costas, abaixo daquele luar e da luz do poste. Uma coisa que só sentiram quando eram muito menores, mas de uma forma completamente diferente desta vez. Existiam muito mais sentimentos envolvidos ali, e podiam ser sentidos à quilômetros de distância. A química que compartilhavam era daquelas que fazia tudo ser especial e causavam a sensação no seu cérebro que aquele momento seria completamente inesquecível, independentemente de quanto tempo se passasse. As conversas não eram das mais recheadas de assuntos, mas elas puramente se desenvolviam a cada minuto. Quanto mais falavam, mais tinham vontade de continuar a narrativa, percebendo que tinham muito mais em comum, além daquela parte superficial que pensavam ser a única.

Pelo visto não seria a primeira, e muito menos a última vez que encontrariam similaridades como essas, assim que a jornada continuasse.