8- Experiências.

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Apesar de todas as suas ocupações, Park sempre tirava um pouco do seu tempo para poder conversar com o outro, mesmo que tenham se conhecido há tão pouco tempo. Quanto mais notificações recebia, mais o seu sorriso aumentava. O moreno parecia estar sempre ao celular e sempre respondia quando ele esperava, da maneira mais rápida possível. "Isto seria um sonho?", pensou ele. Questionava toda a sua realidade ao redor naquele exato momento por sua falta de convivência com pessoas que o colocavam em primeiro lugar sempre. Obviamente ele não estava respondendo a cada todos os milésimos de segundos, mas não demorava nem um pouco. Assim que Jimin pensava em perder o seu interesse e ir fazer seus deveres, uma nova mensagem aparecia. Ele não sabia descrever se isso o fazia querer ficar mais próximo ou se afastar. Talvez os dois ao mesmo tempo. Um tipo de psicologia reversa diferente, mas que também funcionava muito bem, por mais que não fosse proposital naquele momento. Porém Park também fazia o outro puxar assunto, ao mesmo tempo em que tudo isso acontecia, portanto, as duas partes estavam puxando a conversa igualmente, com o mesmo peso em suas costas. Dessa forma, nada ficava cansativo nunca.

— Meu Deus! A hora está se passando muito rápido. — Olhou para o relógio de seu celular, ignorando mais um pouco. A conversa estava realmente muito boa, agora que introduziram as suas vidas amorosas no meio.

Por mais que ele não tivesse as melhores experiências, era sempre bom contar os seus erros para que a outra pessoa saiba do que você não gosta antes mesmo de se aproximar ou tentar algo. Sempre contando de uma forma sarcástica e engraçada, não parecia desgastante. Não era como se ele ainda estivesse apegado àqueles momentos. Sua cabeça estava longe daquilo e seu coração, mais ainda. Todavia, comentar era sempre válido - e, se feito do jeito certo, evita muitas situações futuras.

O jeito de escrever que possuíam era bem diferente, mas, de alguma forma, se completavam. Jeon era certinho demais, parecia o próprio gênio da gramática. Suas pontuações sempre permaneciam no lugar certo e ele se assegurava de não enviar nenhuma palavra errada em suas mensagens. Já o outro, era mais despreocupado. Um erro ou dois não matavam ninguém, não é? Foi assim que ele acabou se tornando alguém que não chega a corrigir um erro sequer do corretor automático se ele cometesse algum, apenas se fosse muito comprometedor para aquela conversa ou em momentos sérios. Se reconheceria de longe a maneira como o menor escrevia, apenas pelo fato de que ele não dava a mínima para pontuações em conversars informais. Gramática? Pior ainda.  Sua cabeça sentia dores até os dias atuais por conta daquelas aulas de português do colegial. Isso não significava que não gostava de estudar, mas sim que a preguiça habitava em seu corpo e preferia deixar tudo para depois, pois estava acostumado a estudar fora de uma sala de aula, apenas com sua própria companhia. De acordo com suas próprias palavras, era a coisa mais relaxante do mundo. E fora deste jeito que conseguira passar em provas que precisava, com seu próprio esforço e nunca admitindo que precisou de todos aqueles adultos entediantes e cheios de burocracia, ele era melhor do que isso.

Tirando a sua própria vida de jogo, começou a perceber que Jeon desviava das perguntas assim que elas começavam a ficar muito íntimas. Por exemplo: sempre que tentava saber mais sobre seus relacionamentos, o mesmo se afastava e trocava de assunto. Obviamente ele o acompanhava, mas ainda assim achava isso muito estranho. Se os dois queriam se conhecer, deveriam saber pelo o que passaram, não? Neste momento o alerta de Park começou a o alertar de que ele precisava manter seus olhos abertos ao passado do moreno. Era misterioso e parecia desconhecido por muitas pessoas, então esse era mais um dos motivos pelos quais se sentia no direito de investigar. Podia se arrepender de fazer isso? Sim, mas era sempre melhor prevenir do que remediar, além do mais, suas dúvidas sairiam de sua cabeça. Teria todas as respostas e poderia entender a pequena cabeça do seu querido "colega de festa", se é que podia chamá-lo desta maneira.

"Não gosto muito de falar sobre isso, podemos mudar de assunto?" — Essa era a fala que ele tinha acabado de soltar assim que Jimin o perguntou sobre alguma das pessoas que poderiam ter quebrado o seu coração. Intrigado e com sede de respostas, porém não querendo o deixar desconfortável, o garoto desistiu de tentar saber mais e apenas tentar entender o lado das outras pessoas. Talvez se mantesse sua calma e esperasse o tempo que o outro precisasse, isso faria toda a diferença e, quem sabe, não o ensinaria uma forma de viver diferente e inovadora. De alguma forma, o passado ficaria no passado, que é o lugar onde pertence. Se pensasse assim sempre, tudo poderia ficar bem e prosseguiriam, mas infelizmente aquela 'pulga atrás da orelha' se mantinha ali, só não estava sendo ouvida e apenas colocada em segundo plano.

Sempre viajando em sua vasta mente, ele tinha de voltar àquele momento em que os dois estavam dançando na festa. A sinceridade que o momento tinha lhe oferecido e o acolhimento ao poderem sentir que estavam se divertindo de forma mútua e totalmente livre era impagável. Dinheiro algum poderia replicar aquela sensação. Provavelmente ele compraria algo parecido, mas não com a mesma profundidade, ainda mais porque foi um ato espontâneo e não totalmente preparado por um bando de pessoas comandadas por capital. O ritmo da música ainda tocava em sua mente e a melodia parecia passear por cada uma de suas células, as tocando com pureza e incomparável amor. Aquilo mexera com sua cabeça e não existiam maneiras de fazer o sentimento cessar. Porém, ainda existiam distrações boas o suficiente para poderem tirá-lo do "mundo da Lua", e uma delas havia acabado de ser entregue por mensagem.

Ele estava sendo convidado para a casa do garoto. Uma noite inofensiva de conversas e, logo abaixo do convite, Jimin passou os olhos na próxima mensagem e ela dizia que Jungkook estava pronto para poder dizer sobre sua vida. Explicou detalhadamente que não gostava de dizer aquilo por telefone e acabou por convidar de uma vez, matando dois coelhos com uma cajadada só. Desta forma, ambos estavam nervosos e apenas um deles tinha o poder de escolha.

Como usá-lo?

D4NC1NG W1TH D3M0NS| jjk + pjm. Onde histórias criam vida. Descubra agora