Autocontrole

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Perfídia — Capítulo 10

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Perfídia — Capítulo 10.

(...) Não há monumentos dedicados a mim e o meu nome em breve será esquecido, mas amei outra pessoa com toda a minha alma e coração e, para mim, isso sempre bastou. — Diário de uma Paixão, Nicholas Sparks.

Fazia pouco mais de meia hora que Jungsook não fazia nada além de me encarar do outro lado da sala pouco iluminada. Não sabia bem o que ele estava fazendo, se estava me estudando para ver o que eu faria, ou se apenas estava testando até onde a minha paciência ia, conforme o silêncio se prolongava. Entretanto, se ele pensava que eu estava apenas observando-o, ele estava bem enganado. Em toda a minha carreira como psicólogae terapeuta — fui instruída a observar e avaliar a evolução comportamental de meus pacientes; cada um deles. E apesar do meu envolvimento pessoal, ele não estava fora daquele algoritmo.

Sabia muito bem como agir, para que o corpo de Jungkook reagisse ao meu ato ou mesmo que a consciência dele retornasse aos poucos. Jungsook era uma personalidade extremamente controladora, dificilmente se empregava em algo que soubesse que não teria êxito. Egocêntrico apesar de fingir falsa modéstia. Todas essas características, me fariam pensar em algo totalmente divergente ao que Jungkook de fato, era. Eu apenas precisava achar um jeito que me ajudasse a me aproximar dele, porque uma vez que Jungkook voltasse "à luz" ele não seria tirado de lá, pelo menos não tão facilmente quanto da outra vez.

— Então, deixe-me ver se entendi, — ele falou, atraindo minha atenção. — você quer o outro cara de volta, mas permita-me dar essa observação; sou eu quem estou aqui presente, lindinha. E não pretendo ceder o meu lugar para ele. — soltou, de forma distraída. — odeio aquele lugar.

— Aquele lugar? — Perguntei ao ver o semblante do outro se tornar sombrio e pensativo.

— É, aquele lugar. Não espero que entenda e não queria explicar, mas já que estamos aqui e algo me diz que irei ter que lidar com a sua presença arrogante por um tempo, irei fazê-lo. — Soltou uma respiração profunda, antes de continuar. — Quando o outro assume, eu fico no escuro. Não é algo simbólico, é literal mesmo. Já ouvi laudos médicos, que diziam que personalidades divergem e se desligam uma da outra, conforme uma em específico assume. Todavia, nenhum ser é capaz de explicar, o que acontece quando esse "desligamento" ocorre.

— Você parece entender muito sobre o próprio laudo médico. — Caminhei até a mesa, me sentando devagar na cadeira ao lado, percebendo que ele flexionou com certa força, o maxilar.

— Ah, me desculpe. Falei muito para a sua cabecinha aguentar, querida? — Levantou uma sobrancelha, deixando claro o tom irônico. — Permita-me esclarecer algo; você não foi a única a pegar o caso, só foi a primeira que foi estúpida o suficiente para que prosseguisse nele. Geralmente, acontecia apenas a primeira consulta, eu falava algumas coisas que eu sabia que prenderia a atenção do médico e depois, ele dava o mesmo laudo médico que os anteriores davam. Assim, o ciclo retornava a ocorrer. De hospital para hospital.

— Por isso você foi comunicativo e um tanto evasivo na consulta. Sabia que provavelmente seria apenas aquela e logo, não teria que aguentar mais tantas perguntas. — Constatei.

— Finalmente algo sensato de se ouvir. — dramatizou.— Mas, sim, era exatamente isso o que eu esperava. Contudo, você não ajudou nem um pouquinho para o que eu queria acontecer! Não sei por qual motivo você fez algo reacender no outro cara, e não tenho o mínimo interesse em descobrir. Entretanto, uma coisa eu digo, você não irá conseguir nada, lindinha. Por isso, pare de perder o seu tempo e vá embora.

Perfídia (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora