Empáfia

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  Perfídia — Capítulo 01

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  Perfídia — Capítulo 01.

"Fazia tempo que eu não me sentia tão sentimental." Simbiose.

Droga, o Hoseok irá me matar! — Disse fechando a porta do meu carro, meio desajeitada.

Respirei fundo e fechei os olhos por um breve momento, mordi o lado interno da minha bochecha procurando a minha calma diária. Voltei à abrir meus olhos observando os mínimos detalhes da fachada do prédio do qual eu trabalho — as cores presentes nas paredes, um branco e um azul claro; me traziam calma, juntamente com os detalhes em vermelho no título — , toda a minha tensão e estresse haviam ido embora. Segurei a alça da minha bolsa lateral com força e movimentei os ombros, enfim, entrando no prédio.

Fazia alguns dias que havia chegado um novo paciente no hospital e tudo estava tão caótico desde então que eu não havia tido tempo para uma consulta. Isso era de deixar meus cabelos em pé, já que, a minha vida era isso. Consultar um paciente, dar um diagnóstico e ajudar no que estivesse ao meu alcance para o mesmo ter um meio de vida melhor; não poder fazer aquilo, me deixava com um vazio na mente.

Desde a faculdade eu pretendia estar no topo, conseguir reconhecimento com os meus próprios esforços — esse pensamento não me deixava livre por nenhum segundo, não dando espaço para distrações —. Para ser bem honesta, não me lembrava a última vez em que eu havia me envolvido amorosamente com alguém; eu evitava aquilo à todo custo, namoro exigia — exige — uma entrega e uma responsabilidade, que no momento eu não estava disposta a ceder. Eu precisava focar em algo para não me distanciar do meu objetivo e assim o fiz, me concentrei apenas em meu trabalho, tomando uma distância segura daquilo que me tirava do caminho que eu sempre almejei.

— Isso são horas? — Ouvi a voz de Hoseok quando entrei no meu consultório, respirei fundo e comecei a vestir o meu jaleco. — Está bem atrasada.

— Sabe muito bem que não me atraso sempre, hoje não foi uma exceção.

Ajeitei meu jaleco e prendi o meu cabelo, me virando para olhá-lo. Hoseok além de ser o meu chefe, era um bom amigo. Eu estava trabalhando para ele há tempo demais para saber que ele era um homem bom e justo, com alguns defeitos aqui e ali, mas nada vergonhoso ao extremo. Apesar de sermos estritamente profissionais, eu não era cega. Hoseok era um ruivo muito bonito, sempre com o jaleco branco sem nenhuma mancha, o cabelo perfeitamente penteado e a gravata azul ajustada no lugar de sempre — devo enfatizar — que por onde o mesmo passa, tem alguma mulher o secando; em minha defesa, se não estou assim após tantos anos de convivência é porque o mesmo não faz o meu tipo. Certinho demais, centrado ao extremo, um cara perfeito; mas, como uma boa doutora, eu gostava de um desafio — um cara fora dos trilhos, para ser mais exata — não que isso importasse mais tanto. Há anos o Hoseok havia me dado um emprego quando muitos haviam negado, ele viu o potencial que eu tinha e sou inteiramente grata por isso. Contudo, não é por quê eu o conhecia há anos e nos dávamos bem, que ele iria sempre passar a mão na minha cabeça — a realidade seja dita, eu nem mesmo queria isso — ele mantinha a sua ética no trabalho, tanto quanto eu.

Perfídia (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora