🆅🅸🅽🆃🅴

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Os barulhos de uma vassoura arrastando cacos de vidro me acordaram. Abri os olhos com dificuldade, o quarto ainda estava escuro, por causa das cortinas fechadas, mas dava para ver feixes de luz que escapavam por entre as dobras do tecido.

Me sentei na cama e bocejei, olhei para o lado e a cama estava vazia e desarrumada.

Sai na ponta dos pés na direção do banheiro e fiz o que precisava fazer.

Com os dentes já escovados eu desci abri a porta do quarto sendo atacada pela claridade, e assim que cheguei perto da escada vi Kemma no andar de baixo varrendo o vaso quebrado e ajuntando com uma pá.

-Bom dia - eu disse descendo os degraus.

-Te acordei? - ele levantou os olhos para mim.

Eu mexi a cabeça em negativa e andei em sua direção.

-Dormiu bem? - perguntei passando longe dos cacos e indo e direção da geladeira.

-Dormi e você? - ele voltou a varrer.

-Uhum. - peguei uma xícara no armário e fui me servir de café, alguns vícios nunca somem. - eu vou almoçar com o Suna hoje, quero cozinhar pra ele.

-Por que quer cozinhar pra ele?

-Ele anda perdendo muito cabelo - peguei a jarra com o líquido escuro e o vapor quente subiu para meu rosto - tenho a impressão de que algo tá errado, não sei...

-Ele sempre foi de não se cuidar muito, mas ele come bem e se exercita. - ele parou por uns segundos - vai até no médico frequentemente para checkup e toma algumas vitaminas.

Eu me virei para Kemma, e encostei as costas na bancada da pia, tendo lembranças da noite anterior. Ri comigo mesma e tomei um gole.

-O que foi? - ele ajuntou a sacola com os cacos de vidro e começou a levá-la para a área de serviço.

-Não quero trazer ele aqui - disse baixo - ia ser meio insensível da minha parte.

-Só porque transamos em cada canto dessa casa? - ele saiu da área de serviço e começou a andar na minha direção.

-Não foram em todos os cantos - eu disse brincando.

Ele parou na minha frente e me olhou de cima sorrindo de canto. Se aproximou lentamente e me beijou, segurando meu rosto com as duas mãos com delicadeza. Nossos lábios colaram por alguns segundos, e eu prendi minha respiração.

-Não ainda. - ele disse baixo.

Eu virei o rosto e ri.

-Vai ser na sua casa? - ele se afastou um pouco também pegando uma xícara no armário.

-Acho que sim, tudo bem se for só nós dois? - eu o olhei relutante.

-Por mim não tem problema, Suna não vai te machucar nem nada. - ele riu - mas o que planeja fazer?

-Não sei ainda...
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.
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-Pode entrar - eu disse por entre o baseado quando ouvi três batidas na minha porta.

-Com licença - Suna entrou e fechou atrás dele - não acredito que tá fazendo mesmo isso. - ele riu.

-Eu já tive pessoas perto de mim com problemas com comida, então quero te ver comer pra saber se tá tudo bem mesmo.

Ele ficou uns segundos em silêncio.

-Vai cozinhar o que? - me perguntou se sentando na mesa de frente para a pia, onde eu estava cortando tomates cereja para uma salada improvisada.

-sᴛʀᴇᴇᴛ ғɪɢʜᴛ - Kemma ImagineOnde histórias criam vida. Descubra agora