🆅🅸🅽🆃🅴 🆀🆄🅰🆃🆁🅾

219 33 64
                                    



-Como isso é possível? - eu tapei a boca assustada - a gente se.. conheceu?

Kemma assentiu.

-Agora olha esse outro CD. - ele pega outro em cima da mesa e abre o aparelho com o que estávamos vendo, o tira de dentro e coloca o novo.

Ele abre o video e pula alguns segundos. Ukai aparece na tela novamente, mas agora...

-Esse é meu avô. - eu me sento no chão, as pernas bambas demais para se manterem firmes. - o que está acontecendo aqui?

Meu avô estava na porta de um quarto do hospital, apoiado e vestindo roupa de paciente, Ukai estava com seu caderninho na mão e conversavam como se fossem bons amigos.

-Ukai estava investigando algo aqui, e ele falou com o seu avô, pelo que parece - ele me olhou - você está no meio dessa merda toda ao mesmo tempo que eu.

-Kemma - eu abaixei minha cabeça - eles mataram meu avô, Ukai.. meus pais.

Meus olhos queimavam, as lágrimas que nunca cairiam, a raiva crescendo cada vez mais e tomando conta de mim. Eu tinha suspeitas que isso tinha acontecido.. porém agora sendo confirmado, me deixava nauseada.

Lembranças invadem a minha cabeça, os almoços em família, o cheiro acolhedor da casa do meu avô, meus pais brincando de quebra-cabeça comigo. De repente muda para minha segunda família, Ukai, sua esposa e Keishin, antes da escola... o dia dos pais.

Então.. o dia do acidente, sangue. O funeral de Ukai.. sua neta chorando. Raiva. Tudo o que foi arrancado de mim escorrendo como água pelos meus dedos, toda a minha felicidade que foi simplesmente tomada.

-Eu quero.. - eu respirei fundo erguendo meus olhos para Kemma - eu quero a porra de uma vingança.
.
.
.

Demos a caixa dos DVDs para Kita e levamos ele e seu amigo conosco, que descobrimos que se chamava Korai Hoshiumi.  Ambos ficariam por um tempo por aí, Bokuto disse que os observaria. Eles iriam nos ajudar.

Assim que eu e Kemma voltamos para a sala dos CDs sozinhos, nos sentamos nas cadeiras antes ocupadas pelos médicos e ficamos em silêncio por um tempo, absorvendo tudo.

-Quando você disse.. aquele dia do nosso primeiro beijo - minha voz saiu baixa - que disse que se preocupava comigo desde quando me viu pela minha webcan. - eu o olhei - aquela foi a primeira vez que me viu?

-Sim - ele não me olhou de volta - na verdade achava que sim. Aquele dia que eu te vi pela primeira vez foi porque queria conhecer quem era a perita que todos falavam sobre, mas foi tão fácil te hackear.. - ele suspirou - acho que nunca falamos disso não é? Eu queria te odiar naquela época, mas gostei de você assim que te vi.

-E pelo jeito foi antes do que a gente imaginava. - fechei os olhos com força - o que tá acontecendo aqui? - perguntei mesmo sabendo a resposta que viria.

-Não sei...
.
.
.

Depois de ter coletado algumas injeções eu e Kemma resolvemos ir para o andar de cima, ver se tinha alguma coisa importante, claro, sempre evitando as câmeras.

Tiramos as máscaras para parecermos menos suspeitos e andamos normalmente. Entramos no elevador e subimos para o térreo.

Quando eu fui dar meu primeiro passo, Kemma colocou o braço na frente de meu corpo e apertou o botão para subirmos para o  vigésimo andar.

-O que? - eu o olhei mas me toquei segundos depois. - 2003.

Ele concordou. O número da porta que apareceu no video com meu avô.. o quarto onde ele estava internado.

-sᴛʀᴇᴇᴛ ғɪɢʜᴛ - Kemma ImagineOnde histórias criam vida. Descubra agora