-sᴛʀᴇᴇᴛ ғɪɢʜᴛ - Kemma Imagine

🅳🅴🆉🅴🅽🅾🆅🅴

Outro capítulo grande 😑
🎨: nullseis (conta do tt)
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Bokuto nos largou na casa de Kemma, ele me levou na garupa por causa do meu pé que estava realmente machucado. Nos despedimos do pessoal e entramos no prédio. Um porteiro que nunca tinha reparado antes abriu a porta para nós e deu um sorriso gentil.

Subimos pelo elevador em silêncio, apenas eu encostando a cabeça no ombro de Kemma, e suas mãos segurando minhas coxas com força para eu não cair.

Precisava me concentrar muito para aquele toque não me enlouquecer, nós não transávamos desde a praia, eu apenas queria dormir e descansar então nenhum de nós tocou no assunto, ou foi longe de mais com os beijos e provocações.

Ele me largou em cima da bancada da cozinha assim que trancou a casa.

-Vou pegar minha caixa de primeiros socorros. - disse rápido.

Eu concordei e encostei o cotovelo na bancada, inclinando as costas para trás e assim ter a visão da janela, a vista era linda de noite, parecia que estávamos em um avião no alto de tudo, e apenas prédios mais altos ou da mesma altura eram visíveis dali.

Desci da bancada na ponta dos pés e fui até o banheiro mais próximo, coloquei me pé embaixo do chuveiro gelado e fechei os olhos contendo as lágrimas de dor. Não poderia deixar que ele visse meu pé sujo daquele jeito, e lavar ajudaria um pouco

Ele bateu na porta do banheiro.

-Não precisava lavar, eu ia fazer isso por você.

-De jeito nenhum você ia ver meu pé naquele estado. - eu desliguei o chuveiro e tirei o pé de dentro do boxe.

Peguei uma toalha dentro do armário do banheiro e sequei as canelas e os pés, ainda tinha um pouco de sangue e pedrinhas, mas pelo menos estava limpo.

Abri a porta com um sorriso e ele balançou a cabeça evitando sorrir também. Se abaixou um pouco e me pegou no colo, como se fosse uma princesa.

-Odeio quando me leva assim - disse baixo.

-Odeia mesmo? - ele me olhou com a sobrancelha erguida.

Apenas virei o rosto e ele me largou de volta na bancada. Tinha voltado sem o blaser e com a gravata frouxa.

-Dói muito? - ele perguntou colocando a caixa ao meu lado e a abrindo para pegar uma pinça e algodão.

-Não - eu mexi a cabeça - só quando piso no chão, deve ter pedrinhas ali.

-Deixa eu ver. - ele se ajoelhou lentamente com um joelho no chão e outro dobrado e pegou meu pé esquerdo o erguendo na altura do rosto.

Estremeci com o toque na minha pele, mesmo sendo firme, me deixou arrepiada a forma como envolveu minha canela com a mão.

Ele provavelmente percebeu mas decidiu deixar de lado, pois agora era mais importante cuidar do meu pé do que me provocar.

-Sabe - sua voz era baixa - desculpa pela forma como eu agi.. nunca tinha pensado em nada além de mim mesmo e meus planos - ele começou a tirar pequenas pedrinhas com uma pinça, não tinham muitas. - eu mataria para concretizar o que eu quero.. ou pra salvar as pessoas que eu me importo.

-Eu entendo.... não consigo concordar totalmente mas dá pra ver que você aos poucos tá mudando. E de qualquer forma a gente salvou aquelas pessoas - parei por um momento lembrando de Yamamoto. - menos ele.

-Ele teria tentado fazer coisas piores com a gente do que matar, S/N. Você sabe disso - eu concordei com a cabeça - eu não falei sobre aquele dia que eles... te torturaram porque você não me contou, e você tem seu tempo. - ele afastou meu pé do rosto e me encarou - mas quero que saiba que eles fizeram isso comigo também, eu já estive em uma sala exatamente como a que você estava.