🆂🅴🆃🅴

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Possível gatilho: menção de tortura, pensamentos depressivos e de ansiedade

Acordei com minha porta sendo esmurrada por socos.

Me levantei meio bamba e a abri, dando de cara com Kemma, ele estava tão furioso.

-Puta merda S/N. - ele me abraçou - sabe o quão preocupado eu fiquei? - ele me olhou me avaliando e depois entrou no apartamento, vendo a caixa de remédios e a garrafa quase vazia. -Tentou se matar?

-Não ontem - eu ri fechando a porta e me jogando no sofá - não aguentava a dor de cabeça, piora cada vez.

-Se não tomasse tanto remédio talvez ajudasse. - ele entrou no meu quarto e saiu segundos depois com o celular - isso foi feito para contatar pessoas - ele me estendeu o aparelho - deveria atender quem liga.

Eu desbloqueei o celular vendo várias chamadas perdidas de Kenshin.

-Droga o que você fez? - eu falei para Kemma.

-Eu? - ele me olhou enquanto ajuntava as coisas do chão e limpava a sala.

-É... Kenshin me ligou desesperadamente.

Kemma deu de ombros e continuou limpando tudo.

-Você deveria comer alguma coisa - ele disse - quer que eu cozinhe pra você?

-Quero que vá embora - eu disse enquanto mandava mensagem para Kenshin.

-Como é? - ele parou e me olhou confuso.

-Vai embora Kemma. - eu o olhei - você só bagunça tudo..

-Eu to fazendo exatamente o contrário.

-Sabe o pior de tudo? - eu me levantei e parei de frente pra ele - eu não consigo te odiar - senti meus olhos arderem - seu bosta - eu larguei minha cabeça em seu peito, olhando para baixo - seu cuzão de merda.

-Não precisa me odiar - ele deu um beijo na minha cabeça e eu dei um soco em seu braço como resposta.

Ele riu e eu levantei a cabeça quando meu celular começou a tocar, corri atender.

-Alô? - eu disse.

-S/N... - Kenshin tinha a voz chorosa.

-O que foi? - eu perguntei me sentando no braço do sofá.

-Eu.. - ele começou a chorar.

-Porra Kenshin tá me assustando, o que foi? - Kemma andou até meu lado e me olhou preocupado.

-S/N...o Ukai morreu....
.
.
.
Uma chave virou, eu não era a mesma S/N... não mais...

Não era um dia frio, ou chuvoso, mas eu tremia até os ossos.

Estávamos todos lá, naquele cemitério comum, com algumas nuvens no céu, e o sol fraco.

A senhora Ukai chorava com um lenço branco secando as lágrimas, Kenshin tinha a mão sobre o ombro da mãe e sua filha estava segurando a sua mão, não entendendo porque todos choravam.

Eu estava mais para trás, na frente vários policiais com vestimentas de trabalho estavam de cabeça baixa prestando respeito.

Ukai não era a pessoa mais querida, nem de longe, mas ele era amado por muitos, por todos.

Eu estava na frente de uma árvore, fumando um cigarro. Kemma ao meu lado. Eu não derramei uma lágrima desde que saí de casa, mas a dor, ela estava impregnada nos ossos.

-S/N. - Hitoka me cumprimentou.

-Oi - eu suspirei.

-Como você está? - ela me olhou preocupada, todos sabiam de uma parte do meu passado com Ukai.

-sᴛʀᴇᴇᴛ ғɪɢʜᴛ - Kemma ImagineOnde histórias criam vida. Descubra agora