🆅🅸🅽🆃🅴 🆃🆁🅴🆂

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Eram duas da manhã do dia seguinte. Eu e Kemma estávamos vestidos com roupas simples e escuras, máscaras no rosto que cobriam a boca e nariz, e armas dentro da calça.

Estacionamos o carro em um dos restaurantes de Kemma, e fomos a pé pelo subterrâneo até o hospital.

Era frio e húmido, as paredes de cimento eram escuras, mas as luzes no teto davam uma ajuda. Foram alguns quilômetros andados até finalmente encontrar uma escada na parede que levava a um banheiro que ninguém usava. Um lugar onde ninguém nos veria dentro do hospital.

Subimos as escadas, e assim que coloquei meus pés na cabine, me sentei no chão e abri a maleta que estava segurando, tirei o notebook de dentro e comecei a invadir o sistema das câmeras do hospital.

-Quase tão boa quanto eu. - Kemma disse baixo observando.

-Convencido.

Consegui hackear sem deixar rastros, Kemma se sentou ao meu lado olhando para a tela do computador.

Observamos cada câmera com calma, onde elas estavam e os pontos cegos, onde apenas pessoas poderiam nos ver.

Se fosse um lugar sem movimentação eu teria congelado a imagem e assim o trabalho seria bem mais fácil, porém alguém perceberia as pessoas que andam pelo hospital paradas e nosso plano iria por água abaixo.

Assim que decoramos os pontos para passar, guardei o notebook e Kemma levou a maleta de volta para o subterrâneo para a deixar ali enquanto iríamos trabalhar dentro do hospital.

Abri a porta da cabine com calma, olhei ao meu redor com uma mão na arma dentro da minha calça, e quando percebi que não tinha ninguém ali relaxei um pouco. Me encarei no espelho sujo, abaixei a máscara respirando fundo. Aquela era eu. Eu estava li. Naquele momento nada importava...

Kemma apareceu atrás de mim, eu me virei e cobri novamente o rosto dando um sorriso com os olhos.

-Vamos? - ele perguntou.

Eu assenti, e ambos fomos em direção da porta que nos tirava dali.

Kemma me disse um pouco antes que as injeções que procurava provavelmente estavam no subsolo, e nós também estávamos, portanto não teríamos que nos mover muito.

Abri a porta e saímos abaixados, o corredor era escuro, com uma luz amarelada no teto, e as paredes eram espessas. Fomos seguindo por alguns metros, evitando os pontos que as câmeras nos veriam.

Kemma chegou ao meu lado e fez sinal para dobrar na direita, onde o corredor tinha uma bifurcação. Porém antes de virar começamos a ouvir vozes se aproximando.

-Esses arquivos você guarda na Ala Leste.

Ambos fomos para trás rapidamente, minha respiração começou a acelerar.

-Estou cansado desse cara - um homem suspirou - sempre nos mandando fazer coisas.

Eu olhei ao redor, eles estavam se aproximando rápido. Procurei por portas, alguma coisa que pudéssemos entrar e sair daquele comprido corredor onde eles nos veriam.

-Ali - cochichou Kemma apontando para uma tubulação.

-Como vamos entrar aqui? - eu falei baixo. Era pequeno demais.

-Qual é, tem outro plano?

Eu me movi depressa e me abaixei sentando no chão, minhas mãos voaram para as grades as puxando com força.

-Da pra ir mais rápido? - Kemma me apressou.

Apoiei um pé na parede ao lado da tubulação para ver se isso ajudaria, porém tudo o que eu conseguia era um pequeno rangido. Não iria abrir.

-sᴛʀᴇᴇᴛ ғɪɢʜᴛ - Kemma ImagineOnde histórias criam vida. Descubra agora