A dança da morte- Lucky.

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Deslumbrante, completamente e irrevogavelmente esplêndida. Ela está simplesmente perfeita.

Esse foi o meu primeiro pensando desde o momento em que CAT passou pelas grandes portas do corredor para a sala. Ela é inquestionavelmente perfeita.

Não sei o que me vem acontecendo nessas duas semanas, algo relacionado a frio no estômago e borboletas que insistem se movimentar no meu intestino toda vez que eu olho para um par de olhos azuis. Mas não qualquer azul, um azul escuro quase tão escuro quanto o mar no cair da noite. O meu azul, a minha cor favorita no mundo. Gostaria que minha mãe tivesse conhecido essa cor, provavelmente pintado flores ou até mesmo o céu com esse mesmo tom de azul.

CAT é complicada, quanto mais me aproximo mas ela tenta se afastar, por medo, ou só pelo fato de não saber interagir com pessoas. Ela é intensa, sincera, verdadeira, um pouco atrapalhada. Mas dona de um coração lindo.

Ela trouxe, vida e risadas para uma casa, para uma família meio complicada. Uma família que já não tinha tempo para ficar junta, mas agora tem tempo e motivação. Adam se apegou muito a minha pequena princesa, Dominic se tornou algo que nunca foi, super protetor, em dias os quais Katheryne, trabalhava tanto que não tinha tempo pra comer, não importava o que Dom estivesse fazendo, ela a faria comer, nem que a levasse pelos cabelos. Tommy e Katheryne, sempre conversando sobre livros e projetos científicos. E eu....

Eu já não me imagino sem ela, é tão fácil falar com ela, rir com ela. Ela é uma pessoa incrivelmente revoltada e selvagem de certa forma, não gosta de espaços com muitas pessoas, também não gosta de espaços pequenos. Depois de um tempo ela se tornou uma pessoa tão aberta a mim.

Não acho que isso seja amor, é pouco tempo pra isso, mas o que eu sinto por ela é tão forte e puro que as vezes dói estar longe.

Já me peguei olhando e desejando as estrelas para que ela fosse minha, mal sabe ela que já é minha.

Eu me tornei algo que nunca fui, uma pessoa aberta.

Flashback on:

Estávamos deitados no capo do carro, ela olhando as estrelas, e eu olhando ela.

Quando confessei uma coisa não só pra mim mas para ela também.

- Não consigo sentir cheiro de tinta a óleo, sem minha visão ficar turva e minhas pernas tremerem.

Não sabia que as palavras tinham saído em voz alta até eu ouvi-la falar:

- Não entro em banheiras, sempre que tento, eu tenho ataques de pânico. Depois de um tempo resolvi parar de tentar e dar um espaço para minha mente se tranquilizar.

- Por que?

Minha voz saiu pouco mais que sussurro.

- Por que para fugir de onde eu fui aprisionada precisei praticamente me afogar em uma banheira, eu lembro cada detalhe, era pouco mais do que um grande balde, com 30 centímetros de diâmetro e 40 centímetros de altura, feita de alumínio...

Ela parou de falar, entendi que não era um assunto na lista dos bem vindos. Abracei sua cintura e apoiei minha cabeça no vão do seu pescoço.

Ah como eu amo seu cheiro, morango com um toque de canela.

Flashback of.

Olho para o lado onde a minha garota está, tão imersa em pensamentos quanto eu. Dom, Tommy e Adam foram em outro carro, só eu e ela.

Olhando pra ela só vem uma coisa a minha cabeça. Atrações física são comuns, mas atrações mentais são raras.

- Quer parar de me olhar como se eu um pedaço de bolo de chocolate.

As vezes e para sempre. (Primeiro livro da série Meu Gangster  cretino) Onde histórias criam vida. Descubra agora