Capítulo 38

30 5 18
                                    

Já era de vasto conhecimento que uma hora ou outra eu iria entrar numa crise de abstinência

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já era de vasto conhecimento que uma hora ou outra eu iria entrar numa crise de abstinência. Mas tinha que ser logo agora, em plena madrugada?

Sem conseguir me manter em pé direito, e com a cabeça girando me levanto indo em direção a janela e abrindo-a, tudo começa a girar mais depressa e meu coração parece querer sair pela a boca. Com as mãos trêmula tendo me segurar na base da janela e com a outra mão toco meu peito em uma tentava frustrada de me acalmar e acalmar meu coração que bate forte e rápido. Sinto o vento frio que vem lá de fora e esfrego meus olhos na esperança que esse ato faça o mundo parar de girar ao meu arredor. Olho para baixo e sinto que a qualquer momento posso cair, e eu realmente posso, tudo sobe e desce... porra. Eu estou apenas de bermuda mas meu corpo parece queimar e essa sensação não é nada boa. Estou muito suado como se tivesse acabado de sair, de uma sauna.

É uma péssima noite para estar sozinho em casa.

Tentar ajeitar minha vida não está sendo nada fácil. Não é a primeira vez que tento me livrar das drogas e vícios... Mas é a primeira vez que estou tentando pra valer. E dessa vez a crise veio mais forte do que qualquer outra. Antes eu apenas me deixava levar e me mantia sendo fraco, ao primeiro sinal de abstinência e ia me reabastecer. Fica horas e horas fumando, cheirando e aplicando drogas. Depois bebia muito até me esquecer de quem eu era. Por que a vida não fazia tanto sentido antes, quanto faz agora. E eu apenas não quero estragar tudo... como eu sempre fiz e faço.

A minha relação com a Amélia está melhor do que antes. Eu tenho meus amigos que é como minha família. Eu tenho meu melhor amigo e irmão, que sempre desejou o melhor pra mim. Eu tenho a Camilla, minha namorada, o amor da minha vida. Daqui algumas semanas será seu aniversário e eu quero fazer desse dia inesquecível, e logo iremos fazer uma viagem com os nossos amigos para a fazenda de sua família. Caramba, eu realmente não posso cometer mais erros. Eu não posso mais estragar tudo.

E eu preciso de ajuda...

Percorro meu olhar por todo o meu quarto em busca do meu celular, e mesmo com dificuldades para enxergar, - pela a tontura e uma dor de cabeça insuportável- o encontro na cabeceira da cama. Cambaleando de um lado para o outro, o pego, e na quarta tentativa consigo fazer minha senha.

Ligar para quem?

Não sei ao exato em que contato clico, mas tenho quase certeza que é de alguém de confiança pois está na lista de chamadas recentes. E quem eu mais andei conversando ultimamente foi com Raphael, Camilla e Enzo. Em um dos três com certeza vai chamar.

Mas porra a Camilla não pode ser... ela não sabe que um dos defeitos do namorado dela é ser um drogado. Porra... nem mesmo Enzo sabe. Mas mesmo se for ele a atender eu não vou exitar. Qualquer coisa eu finjo alguma doença.

O alívio me toca quando uma voz masculina atende com um "Lawrran? É você?" com uma voz sonolenta. Não sei ao certo se é Enzo ou Raphael, o tom da voz parece um pouco diferente, mas não menos familiar. Julgo por ser conta do sono, afinal é 4:11 da manhã.

SE DER CERTO Onde histórias criam vida. Descubra agora