Capítulo 21

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Kaguya não tinha habilidades de batalha, sempre achou que isso era coisa de bárbaro, mas não é como se ela precisasse disso, ela era uma Otsutsuki, ela nasceu forte e só precisava de frutas para nutrir o seu poder, treinamento nunca foi algo que ele precisou ou pensou. Para alguém que foi considerada uma deusa ela estava perdendo aquela luta gradativamente.

A culpa não era dela.

O corpo de sua filha estava enfraquecido pela febre e pela transformação, o chakra estava ficando disforme e fora de controle, não dava para moldar e não é como se ela tivesse um arsenal grande de jutsus, seria melhor se ela tivesse esperado mais um pouco, assim ela poderia tomar o corpo e o poder por completo. Odiava admitir, mas aquele poder lhe assustava. Sua adorável filha nunca aprendeu a usá-lo, mesmo que fosse óbvio como funcionava, Kaguya agradecia por isso, ela seria mais perigosa se aprendesse. 

Mas ela podia ouvir, no fundo da mente, um chamado baixo, quase como um sussurro, lhe dizendo o que fazer. Era perturbador ser aquela que ouvia os sussurros ao invés de sussurrar. Muito assustador.

Desviou novamente quando aquele homem tentou lhe atacar. Ele era bom, tinha habilidades de combate melhores que a de muitos que viu, ele também tinha um olho especial. Ela queria matá-lo, mas naquele corpo e naquele momento era impossível. Ele não estava a deixando chegar perto de Asura. Ela tinha que se livrar da maldita praga antes que fosse tarde, seus planos já foram frustrados por ele uma vez, isso não iria se repetir de novo. 

Pegou uma das lâminas caídas do chão, sua filha tinha bastante habilidade arremessando e lutando com essas coisinhas inúteis, não devia ser tão difícil de usar e- 

Sentiu uma pancada forte na nuca, sua visão escureceu por segundos e ela quase desmaiou, só não o fez por que não era qualquer uma. Aquele homem maldito estava tentando lhe deixar inconciente. 

-Você vai precisar se esforçar mais do que isso - murmurou entredentes, ele estreitou os olhos.

-Não quero machucar você, Emi. Apenas largue isso e se acalme - preocupação era um sentimento inútil e hipócrita, ele não era um assassino? Deveria saber disso melhor do que ninguém. 

-Também não quero te machucar, sensei - palavras odiosas cuspidas com mais ódio - Então apenas espere enquanto eu destruo todos os inimigos - falar com essa voz era tão enjoativo que chegava a lhe dar náusea.

-Seus amigos não são inimigos.

-Ah, sensei… todos são. 

E virou seu olhar para Asura novamente, ele estava perto de Indra que surpreendente ainda estava vivo. Sua consciência estava começando a ter picos, estreitou os olhos, então tinha um limite de quanto tempo ela podia ficar? Ou era só porque o corpo estava fraco? Independente, ela tinha que se livrar dos problemas. Correu em direção a Asura, o segurou pela garganta antes de prendê-lo no chão. A lâmina desceu de uma única vez. 

[...]

Ela estava em um lugar quente. Ou melhor, sua raiva deixava o lugar quente, estava fazendo seu chakra ferver e seus pensamentos estavam flutuando, não era de todo ruim, era como se estivesse totalmente imersa dentro de uma banheira enchendo seus pulmões de água mas não se afogando. 

Ela pensou ter ouvido a voz daquela mulher estranha, Kaguya, certo? Algo do tipo. Ela disse alguma coisa sobre roubar e tomar antes de desaparecer, o que ela quis dizer? Não parecia tão importante, mas ela disse aquilo num tom de raiva que lhe deixou incomodada.

Elas tinham raivas muito parecidas. Mas por que ela estava com raiva mesmo? 

Ela não se lembra. As coisas ainda estão muito confusas e quanto mais ela mergulha naquele sentimento menos estável sua consciência fica, menos seus pensamentos ficam frequentes, mais leve tudo fica. Ela sente que poderia fechar os olhos e dormir para sempre.

Emi OtsutsukiOnde histórias criam vida. Descubra agora