Emi Otsutsuki

Capítulo 25

Shimura Danzou era um homem assustador, e ela podia estar enganada quando dizia isso, mas ele parecia ser o tipo de homem que não hesitaria em matar se fosse preciso. Ele tinha aquela aparência de homem frágil, mas talvez fosse o brilho mórbido em seus olhos que a fez entrar em alerta, aquele olhar lhe deixou estranhamente inquieta.

Os outros conselheiros também não eram as melhores pessoas do mundo, mas ao contrário do primeiro eles estavam mais para velhos rabugentos que pararam na linha de evolução, cheios de pensamentos retrógrados que não sabiam manter para si mesmo. O Hokage foi um grande alívio durante toda aquela hora interminável, ele era o único que parecia lhe ver como uma ninja e não como uma criança com uma "birra momentânea" como Kohaku - La vieja - insistiu em chamar. 

Ela precisava que no mínimo dois dessem a permissão, até o fim do dia ela conseguiu os votos que precisava, no entanto, num futuro próximo ela pensaria se o que pagou pela aprovação de Danzou foi um preço alto demais. 

[...]

Foi uma visão estranha. Geralmente quando acorda a primeira coisa que vê é um quarto limpo e frio, hoje quando acordou a primeira coisa que viu foi adoráveis crianças babando num futon. Foi uma cena fofa. 

Seu quarto estava estranhamente cheio, sabia que não poderia manter as crianças dormindo para sempre no futon, por isso, decidiu que hoje iria às compras e compraria umas duas treliches, móveis não eram as coisas mais caras que ela comprou se contarmos com todas suas armas personalizadas, mas talvez ela tivesse que barganhar um pouquinho.

Já na cozinha preparava um café da manhã enquanto fazia uma lista de tudo que iria precisar comprar e quanto tudo daria, planejamento é essencial para todo tipo de coisa e ela não faz praticamente nada sem um bom planejamento, apenas em algumas lutas mas isso é exceção. 

Ela não era necessariamente uma cozinheira de mão cheia, mas ela nunca morreu pra própria comida então isso deve significar que é seguro comer. Esses muitos anos morando sozinha lhe tornaram especialista em preparar macarrão instantâneo e fritar ovos, mas ela sabia fazer uma ou outra coisinha a mais.

Os rolinhos de ovo também eram sua especialidade, e eram totalmente comestíveis. 

-Bom dia - cumprimentou Ryo, o primeiro a acordar. Ela sempre pensou que tinha um fraco por crianças, mas imagine um garotinho de cabelo lilás com um pijama grande e fofo enquanto faz uma carinha de sono? 

Ela é humana. Ela tem direito de se derreter por uma criança adorável. Isso não a torna uma shotacon! 

-Dia, Emi-sama - Disse num fiozinho de voz. Depois de algumas horas juntos era fácil montar a personalidade de cada um, Ryo era um garoto forte mas tímido, ficava envergonhado muito rápido mas tinha grandes picos de coragem. Keiko era o sol do grupo, quando não estava assustada era bem alegre e feliz. Tomoko era uma espécie de mãe, zelosa e cuidadosa com todos. Iori era o par perfeito de Tomoko, com o diferencial que era muito mais, como ela fala isso… mais consciente das coisas a sua volta, um grande nível de atenção para tudo que lhe cerca, nunca baixando sua guarda nem quando está dormindo. Ele foi o último a pegar no sono na noite passada, velando o sono dos amigos a cada instante como se temesse que algo ruim acontecesse. 

Kyojuro era uma perfeita mistura das personalidades de Sasuke e Naruto e só ela sabia o que aquilo significava. 

-Está com fome? Vou te servir - falou rápido enquanto colocava arroz e rolinhos no prato do garoto ao mesmo que enchia sua xícara de chá, seu favorito era sakurayu mas ela havia decidido pelo verde. 

-O-Obrigado - agradeceu com as bochechas coradas. Emi sorriu se sentando na frente da criança, sua atenção voltada para a marca que ele tinha no rosto. A marca de teia de aranha parecia ser uma marca de nascença, ela não sabia se era algo comum ou algo a que ela devia se atentar, muitos clãs possuíam marcas específicas pelo corpo que simbolizava não apenas o nome mas um poder único e especial. Como os Hyuuga e seus olhos distintos que eram tanto a marca registrada do clã quanto a marca de seu poder. Se levarmos em conta o resto de sua aparência peculiar, é difícil dizer que aquela marca é apenas uma marca.