- Pov da Bárbara em negrito e itálico.
- Pov da Carol somente em itálico.
- Pov da Autora é normal.
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A tarde estava caindo. Já se podiam ver as primeiras estrelas no céu.
- Carolina... - Chamou baixinho, sacudindo-a levemente. Fazendo a loira acordar - Amor, já parou de chover. Você ainda quer ir ao topo da colina?
Carol negou com a cabeça levemente.
- Quero te levar a um outro lugar.
- Outro lugar? - Bárbara olhou-a curiosa - Mas Carol, não teremos que escalar, né?
Carol balançou a cabeça negativamente e se espreguiçou na cama. Como queria ficar com Babi ali só por hoje. Mas tinha que se levantar. Toda aquela escalada deixara-a faminta.
Pegou as roupas espalhadas pelo chão e vestiu-as lentamente sendo observado por Babi que já tinha se vestido. Chegou perto da namorada e fez um carinho singelo no seu rosto, segurando sua mão, saindo finalmente da cabana.
O vento forte e frio fez com que as duas se encolhessem mais nas roupas úmidas e procurassem um bar para comerem e tomarem um café au lait. Durante todo o percurso elas foram conversando sobre coisas bobas.
Entraram no primeiro estabelecimento que encontram. Um bar simples, mas limpo e bem arrumadinho.
Uma senhorinha saiu de trás do balcão e foi atendê-las. Ela conversou com elas sobre os pratos que eram gostosos e combinavam com o clima. Sem enrolar muito elas pediram a comida.
Carol estava olhando por fora da janela.
Imagens da sua infância preenchiam a sua mente. Era hora de contar para Babi quem foi a sua família.
- Eu já vim aqui quando era pequena. - Disse de repente chamando a atenção de Babi que tomava o café com leite e esperava uns croissants saírem do forno.
- O que disse?
- Eu já vim aqui quando era pequena. - Repetiu. O olhar estava perdido em algum canto fixo do gramado que a janela mostrava - Já vim aqui várias vezes. Eu frequentava esse lugar.
Bárbara ficou quieta esperando Carol continuar a falar.
- Toda vez que eu voltava da colina passava aqui, comia um croissant e tomava um café au lait. - Ficou em silêncio por um momento e depois continuou - Antes, quando eu era criança, não vinha para cá. Mas depois que cresci e me tornei adolescente, ia direto para a colina. Tinha vezes que eu saia da aula e ia para lá e só voltava de noite para casa.
A velha senhorinha depositou na mesa os pratos com os croissants e saiu.
- Aquela colina era o meu refúgio Babi. Toda vez que queria pensar, estudar, ler... Fugir... Eu ia para lá. Ela sempre me deu fé quando estava desesperançada, me deu forças quando eu estava fraca, me acalmou quando estava desesperada... Naquele lugar, naquele silêncio... Com aquela paisagem eu podia pensar melhor nas coisas. Eu me sentia feliz e dona do mundo.
Carol mordeu seu croissant e ficou quieta por mais um instante.
- Eu nunca tive uma infância feliz, Babi. O meu pai só teve duas paixões: a minha mãe e o trabalho. A minha mãe... Bem, não guardo muitas recordações sua. Ela foi embora quando eu ainda era muito pequena para entender as coisas. A única lembrança sua que eu tenho, foi quando ela e o meu pai estavam brigando. Naquela época eu não entendia o porquê de todo aquele barulho no meio da madrugada. Iria ter aula no dia seguinte e com todo aquele som eu não estava conseguindo dormir. Ele estava gritando sobre ela ter dormido com o filho do vizinho e a acusava de ser doente. E eu não estava entendendo nada, por que meu pai estava bravo? Qual era o mal da minha mãe estar dormindo com o filho do vizinho? Ela queria apenas fazê-lo dormir, igual fazia comigo.
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Memórias - Babitan -
Fanfiction- CONCLUÍDA - Quando você perde tudo, não tem porque viver. Carol tinha tudo na vida. Uma namorada, um trabalho, vida estável... Estava tudo perfeito... Até que tiram tudo dela. A vida lhe dá uma segunda chance. Uma segunda chance de criar boas mem...